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Homem apaixonado por sanita mata WC Pato

Written By Tiago Lacerda on sábado, 25 de junho de 2011 | 25.6.11

Um homem de 35 anos assasinou brutalmente um WC Pato de cheiro a frutos silvestres e Amazónia Sensations, na passada quarta-feira, após uma rixa que, segundo um piaçaba testemunha com quem o Jazigo falou, “foi feia de se ver, e acreditem em mim, se há alguém que já viu coisas feias fui eu!”.
Na origem do fatal desacato terão estado motivos passionais. O homem, que mantinha um relacionamento de longa data com uma sanita de Pêro Pinheiro, terá encontrado a sua enamorada na companhia de um WC Pato e perdido as estribeiras. E nem mesmo o facto de as crianças do casal (dois bidés Sanitana) estarem a assistir a tudo impediu o alegado homicida de trucidar por completo o WC Pato - pegando nele e mando-o para o lixo. Após cometer o seu acto tresloucado (o WC Pato foi atirado para um caixote do lixo que não é destinado à reciclagem) o homem terá discutido com a sanita durante horas. No meio da discussão palavras duras como “eu sempre guardei o meu cocó para ti e tu agora fazes-me uma destas?!” ou ainda “aquela diarreia de 97 não significou nada para ti” puderam ser ouvidas pelos vizinhos que, estranhando, chamaram a polícia. Os vizinhos dos vizinhos do homem estranharam que os vizinhos do assassino apenas achassem perigoso o homem discutir com uma sanita, e não achassem peculiar ele estar casado com uma, por isso chamaram a SWAT do Miguel Bombarda para estes verificarem a situação. No rescaldo, o assassino foi preso após a polícia lhe arrombar a porta e se deparar com aquele espetáculo degradante, os vizinhos do assassino foram ilibados de serem doidos pelo pessoal do Miguel Bombarda, mas não se livraram do rótulo de “gajos que se metem na vida dos outros”, e por fim os vizinhos dos vizinhos foram passar duas semanas de férias a Cuba, em regime de pequeno-almoço.
O homem aguarda agora julgamento no tribunal que trata destes assuntos, enquanto que as crianças ficaram ao cuidado da mãe e de uma tia-banheira de Figueiró do Vinhos.
25.6.11 | 0 comentários

Aquele país independente que nos deu tantas tristezas finalmente serve para qualquer coisinha de jeito*


O Papa Júlio II está com miúfa. Chegado à idade da reforma, o santo padre receia que a poderosa família Borgias se vire novamente contra ele e lhe roube a pensão de 200 moedas de ouro e dois garotos fresquinhos por mês. Não que esteja a pensar retirar-se da sagrada cadeira, bem pelo contrário. Diz sentir-se tão bem de saúde que só um leão o conseguiria mandar abaixo. Um leão ou uma febre. Ou um Borgias disfarçado de leão ou febre.
Exactamente pelo receio de a sua vida estar em perigo, Giuliano della Rovere, conhecido como Júlio II entre os católicos e Aquele Senhor Importante Que Me Mandou Para A Fogueira entre os hereges, vai fazer algo que nunca nenhum Papa fez e que é até proibido pelas regras da Igreja: admitir que tem uma filha. Além disso, também mandou arranjar-se “200 guardas mercenários suíços para protegerem os Estados pontificados”. Pelo menos foi essa a desculpa que deu, pois escrever em acta “200 guardas mercenários para estarem alerta aos perigos que rodeiam o meu santo rabo” ficava mal, e se viessem por esse motivo então não tinham descanso. Vocês sabem, por causa dos garotos fresquinhos.
Logo após o anúncio de Júlio II, o reboliço na Suíça tornou-se gigantesco. Afinal de contas, qualquer ordem papal = bufa… bula que venha de Itália provoca gigantescas avalanches no estado helvético. E o que é que as avalanches fazem? Destroem tudo à sua passagem. E dão boleia a pessoas, incluindo mercenários, porque bolas gigantes de neve não são preconceituosas, ao contrário de terramotos que só atacam asiáticos, afro-americanos e terrori… paquistaneses. O ajuntamento de árvores, casas, animais, pessoas e mulheres apanhados pelas avalanches deu-se na cidade de Lugano. Vendo que havia ali uns quantos mercenários (e também umas crianças recém-órfãs, por isso com todas as condições para se tornarem em patifes ou guardas papais, se bem que a diferença não interessa), os responsáveis católicos depressa organizaram um casting. Após alguma discussão, alguns murros e duas aves-marias para se redimirem da violência, os clérigos lá chegaram a um entendimento: o júri seria constituído pelo padre Yves Petit-Pipi, o abade Luc Etmi e Pedro Boucherie Mendes.
Os candidatos foram obrigados a cumprir quatro missões muito simples para impressionar o júri (ou, pelo menos, provocarem um bocejo a Boucherie) e serem escolhidos para a Real Guarda: primeiro tinham de se sentar junto a uma fogueira e ler a Bíblia, sem ceder à tentação de a queimar; em seguida deviam saltar à corda enquanto citavam o nome de todos os santos existentes; havia ainda um concurso de tiro, em que tinham de acertar em preservativos que tinham feito mulheres grávidas de reféns; e por último tinham de cantar a “Estupidamente Apaixonado” do Toy até a cabeça de um esquilo explodir.
Poucos foram os que resistiram até ao fim, e mesmo os que aguentaram os três primeiros desafios viram a sua cabeça explodir com a melodia da música do Toy. O luso-descendente António Machon foi o único que conseguiu passar com mérito os quatro desafios - em parte porque, como luso-descendente, já está habituado às mais horrorosas melodias de Tony Carreira; e também porque, no último desafio, enfiou dois preservativos intactos nas orelhas. Machon vai preparar-se agora para ser guarda papal, e passará por inúmeros testes médicos. Também vai haver alguns testes científico-experimentais com o seu corpo, mas disso ele não sabe por isso guardem segredo. E vamos esperar que não haja problemas com o registo civil, já que alguém o inscreveu como António Maxon, mesmo que ele muito insistisse que “o meu nome não leva X”, “tirem o X se faz favor” e “corrijam o erro antes que lhe enfie o X…” o meu telemóvel e já não ouvi a última parte desta frase. Era da TMN, mandei-os levar no cu.


*Este título é dedicado a um amigo dos co-autores do Jazigo, que por motivos óbvios não iremos identificar. E não, a qualquer coisinha de jeito não és tu, Fábio Gomes.
25.6.11 | 0 comentários

Juiz corrompido com sexo e Mentos é condenado à prisão por ele próprio

Written By Sérgio Pereira on sábado, 18 de junho de 2011 | 18.6.11


Numa sessão atribulada em que quase virou esquizofrénico, o magistrado Luís Pechincha apresentou objecções à sua própria decisão, e acabou por resistir com violência aos agentes de autoridade que ele próprio chamou para o prender.

Tarde de choque no Tribunal de 1ª e 2ª Instância (e também 3ª quando a dactilógrafa consegue arranjar ama para o filho de trinta e dois anos) de Vila de Cima. O reputado juiz Luís Pechincha, conhecido pelos julgamentos de casos tão mediáticos como o assalto ao banco de esperma e um caso onde se provou que a mesma pessoa foi assassinada duas vezes, foi condenado a seis meses de prisão por crimes de corrupção activa, passiva, por trás, às vezes de lado e uma vez com um potro. Junta-se ainda um mês por agredir os seguranças do tribunal e duas semanas por ter sido considerado culpado no assalto com arma branca a uma estação de serviço, no qual roubou uma revista Maria, uma National Geographic e um pacote de gomas.

Tudo isto seria mais ou menos normal não fosse este pequeno detalhe: as gomas já estavam fora do prazo de validade. Quando Luís abriu o pacote e enfiou a mão só encontrou ranço, voltando novamente para a estação e pedindo o Livro de Reclamações. Esta foi a principal prova usada pelos advogados da estação de serviço, que mostraram ainda um vídeo do juiz com a arma branca no bolso. “Objecção! Aquilo é o pénis de um potro, logo não pode ser usado como elemento incriminatório. Temos lá culpa que o animal seja albino!”, protestaram os advogados do réu. E o juiz deu-lhes razão. Ah, pois, já me esquecia. O réu e o juiz eram a mesma pessoa.

Passo a explicar. O tribunal de Vila de Cima tem dois juízes: Luís Pechincha, o protagonista desta notícia, e Tóni Naifadas, que foi preso após assaltar o banco de esperma. Logo, só havia um magistrado disponível, Luís Pechincha, e por isso foi ele que tomou conta do seu próprio caso. Pechincha declarou-se culpado pelo assalto à estação de serviço, não sem antes considerar a mesma culpada por falta de higiene, condenando os funcionários da bomba a lavar o cabelo com ranço durante um mês.

Faltava depois julgar o caso mais sensível: aquele em que Luís Pechincha era acusado de aceitar favores em forma de prazer sexual e erótico, bem como Mentos (ou Tic-Tacs, quase não houvesse Mentos) em troca da absolvição. E quem queria ser absolvido? Tóni Naifadas, o outro juiz de Vila de Cima. A relação entre ambos os magistrados era tensa, mas quando Tóni teve de comparecer perante a justiça, percebeu que esta só era cega de dois olhos e ainda tinha um que se podia aproveitar. Durante todo o julgamento, que demorou um mês e meio, Luís e Tóni mantiveram um relacionamento ultra-secreto, que se desenrolava num motel em Vila de Baixo. E tudo corria bem, até ao dia em que Luís chegou atrasado ao motel porque tinha roubado gomas rançosas e voltara atrás para reclamar. Tóni estava zangado, pelo atraso de Luís e porque este não teve a decência de pelo menos lhe deixar o pénis de potro, para ir passando o tempo. Quando Luís finalmente chegou houve discussão da grossa, principalmente quando o pénis de potro começou a servir como arma. Luís também estava zangado, porque Tóni não tinha o pacote de Mentos para lhe dar. Tóni desculpou-se, dizendo que o irmão dele, que lhe costuma arranjar os doces, estava atrasado. E o irmão de Tóni, o Zeca Naifadas, chegou pouco depois, pedindo desculpa pelo atraso mas que tinha sido assaltado na estação de serviço onde trabalha. Ao ver Luís, o assaltante, entornaram-se os Mentos. A discussão tornou-se gigantesca, atraindo a atenção dos habitantes de Vila de Baixo, Vila de Cima e Vila-Que-Fica-de-Um-dos-Lados. Consequências imediatas: a relação entre Tóni e Luís acabou de forma litigiosa, o que levou à condenação do primeiro; Zeca colocou Luís em tribunal; e um potro teve de ser abatido.

Como havia muitas testemunhas, e como o motel tinha câmaras de segurança desde que o presidente da câmara de Vila de Baixo, Ernesto Escumalha, o tinha usado como local de encontro para fãs de filmes com a Jennifer Garner, Luís Pechincha não teve outra alternativa se não considerar-se culpado. Porém, no momento em que o disse gritou “Objecção!”, o que o fez dizer “Indeferido”, ao que respondeu com “Isto é uma vergonha!”, para depois bater vigorosamente com o martelo e dizer calmamente “Peço ao réu que se acalme ou terei de chamar as autoridades”. Perante a sua própria resposta “Patifaria! Está tudo feito para me tramar!”, Pechincha chamou os agentes, enquanto continuava a bater com o martelo na mesa para acalmar os ânimos exaltados dele mesmo. Quando dois seguranças entraram na sala, Luís disse “Prendam-me”, só que quando os agentes se aproximaram, Luís atirou-lhes com o martelo e tentou fugir, voltando atrás para ainda dizer “E condeno ainda Luís Pechincha a um mês por ofensa à integridade física de agentes da autoridade”. Depois tentou fugir outra vez, mas com aquela vestimenta depressa tropeçou e foi apanhado.

Para aqueles que se ficaram pelo 1º trimestre do 1º ano de Matemática, Luís Pechincha vai agora cumprir sete meses e meio na cadeia. Não tens de quê, Jerónimo de Sousa.
18.6.11 | 0 comentários

Lisboa é atacada por pirata famoso!

A cidade de Lisboa foi ontem atacada pelo famoso corsário Francis Drake, da família dos Drake Cakes. O ataque, apesar de ter fracassado nos seus intentos (destruir Lisboa e em particular os pastéis de Belém, pastelaria à muito rival dos Drake Cakes), causou o pânico entre os lisboetas, sobretudo os lisboetas que não tinham mais nada para fazer e por isso se entretinham a olhar para o rio na hora do ataque.
A investida do conhecido corsário e político (Drake é um conhecido membro do partido pirata sueco que luta por uma internet livre, não obstante o facto de ninguém saber o que é isso da internet em pleno século XVI) começou com o arremessamento de longos bolos duros, com o intuito de acertar com eles na cabeça dos Lisboetas e assim fazer elevadas baixas. Infelizmente para Drake, estes bolos não foram feitos por Rubeus Hagrid e por isso não tiveram a capacidade suficiente para ferir ninguém. Após o falhanço no seu plano inicial, Drake passou para o seu plano B que consistia em pôr todos os seus homens a dançar o Can-Can até às seis da manhã. Este plano não funcionou, pois os lisboetas, habituados que estão à Moda Lisboa, não se deixam impressionar com mariquices.
Desesperado (segundo nos contou uma fonte anónima próxima do moscambilheiro que insistiu em ser tratada por “Alberto”), Francis fez a última coisa que um general bem treinado, e bom naquilo que faz, faria quando tenta tomar uma cidade. Recorreu às armas de fogo. O que foi evidentemente um erro, toda a gente sabe que usar a técnica do gratinado em bolos que estão prestes a ser arremessados é um erro quase tão grande como seguir os livros de receita vintage do Manuel Luís Goucha.
Depois de nenhuma das suas investidas ter resultado, Drake finalizou a sua intentona (como eu estou satisfeito por escrever esta palavra!) e foi para casa chorar sobre os muitos bolos derramados que possui. Entretanto, eu finalizo esta notícia pois de tanto falar de comida estou com uma galga lendária (facto verídico).
18.6.11 | 0 comentários

Monstro do Lockness está constipado

Written By Tiago Lacerda on sábado, 11 de junho de 2011 | 11.6.11

Soube-se ontem através do seu porta-voz, O´Shea Macfflturohuugh, que Nessie, a conhecida criatura do Lago Ness, se encontra constipada. Segundo o porta-voz escosês, dono de uma barba capaz de albergar outra feijoada como a que foi levada a cabo na ponte Vasco da Gama, Nessie terá ficado “com o pescoço ao frio para que as pessoas continuassem a acreditar nela durante a noite”, e terá sido aí que apanhou este resfriado levado da breca (na Escócia, as doenças têm sempre caracteristicas humanas. Quem não se lembra das hemorróidas tímidas ou da SIDA traquinas?).
O´Shea Macfflturohuugh, a quem eu vou começar a referir-me, por uma questão de simplicidade, como Luís Alberto Manuel dos Santos Almeida Rosário Carmo Afonso, disse ainda que Nessie “é rija e está já a tomar medidas para curar esta gripe”. O escocês não quis no entanto dizer que medidas estaria Nessie a tomar, medidas essas que estão a intrigar os especialista com quem eu fui falar. Mack Mackie Mackong, um dos maiores especialistas mundiais sobre Nessie, mostrou-se preocupado ao falar comigo desde a cave da casa onde vive com a mãe: “esta é uma notícia preocupante. Porque não sabemos que pode Nessie fazer para ficar melhor. É verdade que um Cêgripe tratava do assunto, mas encontrar um Cêgripe que prencha as necessidades de Nessie é muito difícil, pois não há comprimidos tão grandes”- disse quase à beira das lágrimas Mackong.
Na comunidade de admiradores de Nessie a preocupação e, sobretudo, a falta de carícias sexuais são grandes. Milhares e milhares de admiradores de todo o mundo, ao saberem da noticia, deixaram para trás os seus jogos de Gamão e Aritemética Divertida, para virem acampar para junto do lago em apoio ao seu adorado monstro jurássico. Sinais como “Nessie fica melhor”, “Nessie quero que me faças um filho apesar de saber de fonte segura, nomeadamente na minha imaginação, que és uma fêmea e que por isso tecnicamente não me o podes fazer, que teria de ser eu a fazer-te um filho a ti não se desse o caso de termos entre nós divergências de ADN e até mesmo fisiológicas que tornam isso impossível!” ou ainda o clássico “Legalizem a erva!”.
Até à data não se sabe mais notícias sobre o estado de saúde de Nessie, mas as cada vez menos algas clinexs que vêm dar a costa (cheias de muco) fazem ter esperança que este ser a quem demos um diminutivo ao mesmo tempo que a apelidamos de monstro, esteja a ficar melhor. Vamos esperar que sim, esta gente tinha um ataque se soubessem que o monstro que nunca viram nunca mais lhes ia aparecer à frente.
11.6.11 | 0 comentários

Um dia na vida de um super-herói (parte 2)

Não se esqueçam de ler a parte 1


“Uma unha encravada bem no fundo no rabo”. É esta a expressão usada por X, ao falar da malfadada história em que não conseguiu salvar um petiz das mãos de uma bruxa. “Lembro-me como se tivesse sido há cinco anos. Foi há cinco anos, uma mãe telefona-me aflita, dizendo que o seu pirralho de sete meses tinha sido raptado pela bruxa da aldeia vizinha. Quando cheguei a casa da bruxa, ela preparava-se para meter o cachopo no caldeirão. Não é que perceba muito do assunto, mas acho que ela estava a preparar uma poção que cura a osteoporose e a vontade de comer Suissinhos. Seguindo em frente… eu chego, deparo-me com a situação, limpo a casa da bruxa que estava cheia de teias de aranha, e lanço-me ao miúdo. Não no sentido pedófilo do termo, atenção. Tudo bem, era uma criança jeitosa, mas eu tenho princípios. Só se fosse eu, o miúdo, a bruxa e um leão-marinho. Onde é que eu ia? Ah sim… lanço-me ao crianço, a velha manhosa reage mais astuta que uma raposa autista, atira o puto ao ar, agarra no spray pimenta e pulveriza-me os olhos. Ora, depois disto não conseguia ver nada. A pimenta entrou em conflito com o meu poder de olhar ultravioleta, que ficou descontrolado. Ainda gritei para a bruxa meter protector na pele mas não deu tempo. Ela ficou toda queimadinha, mesmo reduzida a cinzas, e uma das unhas dos pés dela saltou e enfiou-se-me no recto. Como não via nada, acabei por deixar cair o bebé no caldeirão. Deitei a poção aos cães vadios, que nunca mais assaltaram frigoríficos à procura de iogurte”. X passou por uma grave depressão após este incidente, e pensou mesmo abandonar o trabalho. “A bruxa era muito importante para mim. Só ela podia descobrir porque é que o meu pénis canta os ‘Jardins Proibidos’ do Paulo Gonzo quando está erecto”. Porém, a enorme força de vontade e uma dose diária de marijuana mantiveram X neste caminho de salvar vidas.

A conversa sobre esta história estava a ser tão interessante que quase deixámos passar despercebido um assalto a um quiosque, bem perto de nós. Tão perto que eu próprio podia ter agarrado o bandido esticando o braço. Eu e X estávamos nesse mesmo quiosque a comprar a Playb… o El País, quando um indivíduo encapuzado se aproximou e pediu todo o dinheiro da caixa registadora. O assalto decorreu muito rapidamente, ao ponto de só nos apercebermos de tal quando o ladrão já se preparava para agarrar um DVD com livro ilustrativo do Noddy e começar a correr. “Pára em nome da Lei e do senhor Lei!”, gritou X, deixando o patife em dúvida sobre o que fazer: continuar a correr ou roubar a última edição da Cosmopolitan. X encheu o peito do ar, teve um ataque de flatulência durante 10 segundos e atirou-se para cima do larápio, imobilizando-o com uma mão, esbofeteando-o com a outra e usou a terceira para fazer truques de magia. Entre eles, destaque para um coelho que saiu pelas narinas do assaltante.

Na mercearia da Dona Alcina X comprou um bolo, velas e um isqueiro. “Não sei quando é que nasci, por isso comemoro o meu aniversário todos os dias”. Foi durante o momento do pagamento que três jovens e um caniche entraram na mercearia e provocaram um arrastão. Ele era vidros pelo chão, pêras esmagadas, o caniche a lamber os testículos como se nada fosse… um autêntico caos. Como sempre, X interveio: cortou as bolas ao cão, pegou nos cacos de vidro, amontoou-os na mão esquerda e lançou-os com um golpe genial, um por um, contra os adolescentes rebeldes em fuga. “Cena inspirada no meu filme favorito, o Demolidor com o Ben Affleck. Por falar nisso, está na altura de ir para casa vê-lo, é a minha rotina de início da tarde”. X pegou nos bocados de pêra esmagados e espezinhados, meteu-os à boca e saiu todo contente.

E de regresso à imunda casa de X, para ver um filme de 2003 entre o razoavelzinho e o mau. Decerto isto não constava nos meus planos para a reportagem. Mas bem, antes este que o Velocidade Furiosa 2. Sentados num sofá de cor pepperoni (porque estava todo sujo de pepperoni), lá começou a sessão de cinema. X babava-se ao ver a película, principalmente quando aparecia o Michael Clarke Duncan. Tive receio em perguntar-lhe se é fã de futebol americano. Quando chegou à parte em que o Mercenário mata o pai da Elektra já eu estava com uma dor de rins dos diabos. Era o efeito do excesso de mercúrio. “Não é preciso sofrer assim tanto, eu sei que a cena em que a Elektra morre é de ir às lágrimas, mas porta-te como um homem!”, vociferou-me X ao ver-me contorcido com dores. Findo o filme, X foi para o quarto jogar Super Mário. E nessa altura veio um desabafo triste: “Nunca consegui salvar a princesa”. Uma frase que vale mais do que mil imagens da princesa Peach para sempre escrava do Bowser.

Vinte e três níveis depois, X parou para descansar. Pelo menos foi essa a desculpa dele. Farto de nunca mais chegar ao último nível, atirou com o comando contra a televisão e deu cabo de ambos os aparelhos. Voltámos à cozinha/sala já era hora de jantar. “Serve-te à vontade, é só pegar numa fatia de pizza do chão”. Agradeci a oferta, mas se me baixasse um centímetro que fosse nunca mais me levantava. Tinha por esta altura um rim e meio paralisado. Aflito por dar entrada no hospital, perguntei o que X costumava fazer à noite. “Pouca coisa, fumo a minha dose de marijuana, masturbo-me e vou para a cama. É isto que preciso para durante a noite dormir como um bebé, daqueles que não estão a fazer de poção. Ontem, por exemplo, não fumei a maconha porque não tinha gás no isqueiro, e por isso é que dormi mal”. Dito isto sacou da ganza e de um super-membro, o que para mim foi motivo suficiente para me despedir e sair daquela casa, onde se ouvia ao longe “Quando amanheces, logo no ar, se agita…”.

A caminho do hospital vi um prédio em chamas com sete pessoas e um chinês lá dentro. Mais à frente uma mulher era brutalmente violada por dois homens e um leão-marinho, ouvindo-se a tempos os gritos de horror “É consentido! É consentido!”. 

Depois de chegar ao hospital e me ser induzida uma dose de morfina, restou-me um pensamento: ou aquele c@%&# do X se suicida ou eu próprio dou cabo dele.
11.6.11 | 1 comentários

Um dia na vida de um super-herói (parte 1)

Written By Sérgio Pereira on sábado, 4 de junho de 2011 | 4.6.11



“Não preguei olho”. Foi esta a frase que o super-herói X atirou ao sair de casa e encarar comigo. Foi sem dúvida má educação, podia ter começado com um “Bom-dia”. Mas não convém apontar erros de palmatória a super-heróis, porque são fortes e têm poderes sobre-humanos. Por isso engoli em seco e respondi como se nada fosse. “Há noites assim”, e posto isto acompanhei-o até à pastelaria para tomarmos o pequeno-almoço.

Convém apresentar este super-herói. Vou chamar-lhe X o resto do texto, pois ele não quis que o seu verdadeiro nome fosse revelado. Aparentemente, não é hábito este tipo de indivíduos abrirem a sua porta privada a gente normal, muito menos pretendentes a jornalistas com uma capacidade criativa demasiado preocupante. Por isso X teve receio de ser ostracizado pelos colegas de profissão. Os contactos para que esta reportagem acontecesse foram feitos no máximo sigilo, sempre a deitar o olho por detrás das costas procurando alguém que nos estivesse a espiar. “No dia em que fizermos isso [a reportagem], vais ter que passar por meu filho ilegítimo de uma aventura que tive em Mogadíscio em 93”, disse-me X no segundo encontro preparatório, e eu aceitei as condições. Duas semanas depois, ali estava eu na pastelaria, comendo um palmier e bebendo um galão, fingindo o reatamento de laços com o “meu pai”. À minha frente, X deliciava-se com seis bolas de Berlim, que continham o açúcar necessário para o organismo depois de uma noite mal dormida. “Normalmente só como quatro e um panike de fiambre e queijo”, conta-me com a boca cheia. Para molhar a palavra, a bebida dos campeões: óleo vegetal. Questionado sobre como começa o seu dia, X adianta “Agora a seguir vou fazer uma ronda ligeira pela zona sudeste da cidade, em busca de mirones e exibicionistas. Eles atacam mais pela manhã. Depois descanso um pouco no parque, jogo à sueca com os idosos que lá estiverem e vou almoçar antes de toda a gente, pois à hora da papa é quando os larápios gostam de assaltar quiosques e mini-mercearias”. Engolida a última bola de Berlim saímos a correr, não porque houvesse alguém em perigo mas porque nenhum de nós tinha dinheiro para pagar.

Quando chegámos à zona sudeste da cidade pude comprovar o que X tinha dito. Em pleno mês de Junho andava um senhor de sobretudo pelo adro da Igreja, fazendo beatas e o sacristão corarem de vergonha. X agiu rapidamente e imobilizou o pervertido, confiscando-lhe o material que usava no seu “trabalho”: o sobretudo. Nas janelas era possível ver dois ou três indivíduos de binóculos nas mãos a seguir esta cena, bem como a que se passava pelas janelas de uma casa onde moram duas jovens senhoras do Leste europeu. X voltou à carga e tapou as janelas dos mirones com as cortinas das janelas da casa das referidas senhoras. Problemas matutinos resolvidos, era altura de rumar ao parque.
No parque fomos dar com o senhor Almerindo, velho amigo de X e que já estava a perder 30€ na lerpa para Eugénio e 25€ para Constantino. A chegada do super-herói foi saudada por todos. “Já estou farto de perder”, disse Almerindo. “Já estamos fartos de ganhar”, declararam os outros dois. Rapidamente se começou um jogo de sueca, em que X usou o seu poder da rapidez para baralhar, partir e dar em dois segundos. Afortunadamente, ficou com os trunfos todos. “Já estás a fazer batota!”, acusou o adversário Eugénio. “Cala-te e joga, refilão. Não gostas é de perder!”, replicou X. O clima era claramente bem-disposto. Depois de duas vazas limpas e três copos de água-pé esvaziados, X despediu-se dos idosos para ir almoçar. “Tento vir jogar com eles sempre que posso, pois quero manter uma ligação estreita com as pessoas normais para não me perder em fama e poder. Além disso, eles precisam de companhia e eu precisava de 55€”, afirmou X já a caminho de casa, mostrando-me o dinheiro roubado a Eugénio e Constantino com a sua terceira mão elástica e invisível. 

A expectativa em entrar na casa de um super-herói era grande, mas rapidamente se desvaneceu. Na cozinha/sala, havia fatias de pizza espalhadas pelo chão, latas de cerveja vazias em cima da mesa da sala, um monte de pratos e talheres sujos no lava-louça. No quarto via-se a cama por fazer, roupa suja amontoada em cima da mesinha de cabeçeira, uma consola de jogos quase partida no chão, só com um comando já sem algumas teclas, e uma televisão a mostrar o menu de pausa do Super-Mário Bros. Faltava a casa-de-banho, que se encontrava impecável. “Não a uso, o meu organismo não funciona da mesma forma que o vosso”. Excepto a parte da transpiração, diria eu se não fosse aquele pormenor de “não apoquentes super-heróis ou eles partem-te ao meio com os olhos”. X tirou oito latas de atum da prateleira, deu-me uma e engoliu as outras num ápice. “O mercúrio faz bem, dá-te força e problemas nos rins. Come lá que temos de ir embora, está a começar o turno da tarde”, aconselhou-me X.

 (Continua...)
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Medalha de Ouro para corredor perneta

Foi ontem durante a noite que o canadiano Josh Nice Hair fez história ao vencer pela primeira vez uma corrida de cem metros, tendo apenas uma perna e um drogado para dar indicações de “destroce, destroce... agora estica a perna”. O feito é histórico pois é a primeira vez que a medalha de ouro dos cem metros vai para alguém que tenha uma deficiência óbvia e visível, como é o caso da sopinhice de massas de Nice Hair. 
A prova começou por ser fácil para Josh, que chegou alguns minutos antes do início da prova e aproveitou esse facto para ganhar vantagem sobre os seus adversários. Mas as 10 horas de avanço não foram a única razão da vitória de Nice Hair. As suas qualidades atléticas foram também muito importantes, pois bastava-lhe ter tropeçado uma vez e já não havia corrida para ninguém. Isto porque, como diz o seu drogado de pista, “depois para o levantar era o cabo dos trabalhos, como só tem uma perna e não se percebe nada do que ele diz, ajudá-lo a levantar-se é uma tarefa hercúlea. E não digo isto só por eu estar sobre o efeito de cenas fixes.. [é mesmo só por estar pedrado, é que eu sei, leitor, que já não via alguem tão queimadinho da cabeça desde a última vez que ouvi a Cristina Ferreira a falar].
Os adversários de Nice Hair prostestaram de forma indignada contra o facto de o vencedor ter feito “batota” e por este ter começado “muito antes”, mas isto, como a federação de atletismo fez saber, “é uma atitude mesquinha, que envergonha os atletas que não aguentam é perder para alguém que tem uma deficiência da fala, e é estrábico do olho esquerdo e mamilo direito”.
Para o ano Nice Hair tentará defender o seu título, numa competição que se prevê renhida, até porque o seu principal adversário o espanhol Alfonso, um exímio corredor dos cem metros com apenas um braço, já se encontrava a aquecer e prestes a iniciar a prova. O Josh que se ponha a pau.
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O outro projecto destes dois dementes

O Jazigo das Notícias

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