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Entrevista: Graham Chapman

Written By Tiago Lacerda on sábado, 23 de outubro de 2010 | 23.10.10


Quem ler esta entrevista tem de fazer uma vénia cerimoniosa de 10 em 10 segundos, pois o entrevistado assim o exige. Aliás, o nivel do entrevistado é tão alto e as suas respostas tão boas que deviam mandar esta entrevista por mail a todos os vossos conhecidos, mas tenham cuidado, não queremos que vá parar ao SPAM! Para vocês, Graham Chapman, ou o polícia que interrompe sketchs. Texto: É nosso mas o Chapman confessou-nos que podia perfeitamente ser um dos dele Foto: do homem da Sala dos Insultos


This interview is too silly! I am gonna close this!
Como jornalistas, vemo-nos sempre obrigados a ser imparciais, algo que nós, no Jazigo, seguimos à risca. Agora que isto está esclarecido, dá-nos um autógrafo?
Obviamente que dou, então! Eu sou uma pessoa simpá... Esperem lá um momento, vocês estão a tirar as calças para quê? Eu não dou autógrafos no rabo, era o que mais faltava! No peito ainda tudo bem, agora haja algum decoro!
Formou-se em medicina com notas altissimas, e no período em que se inquiria se deveria seguir a carreira artística ou ser médico, conheceu a Rainha Mãe e perguntou-lhe a sua opinião. Não achou arriscado deixar a sua vida nas mãos de alguém cuja linhagem de sangue apenas chegou aos dias de hoje por primos se casarem entre si?
Foi uma mera questão formal, obviamente que não tencionava ponderar a minha decisão com base na resposta dela. Se assim fosse, o mais provável era espetar-me contra um poste e morrer novo ou então crescerem-me orelhas de elefante. Enfim, coisas comuns naquela família.
Acabou mesmo por preterir medicina para se tornar humorista de um dos melhores grupos de comédia da história. Como é que alguém prefere ver Terry Jones vestido de mulher do que tratar de traumatismos crânio-encefálicos?
Caso se tenha esquecido, todo eu transpiro laricice, logo ver homens vestidos de mulher é uma das coisas mais “HUUU!” que me poderia acontecer.
Diga lá, agora que ninguém nos está a ler, afinal qual era a piada mais engraçada do mundo?
O José Sócrates é de esquerda e o Manuel Alegre ainda é socialista. Não, estou a brincar, não lhe posso contar a piada mais engraçada do mundo pois você faleceria, o que ainda é o menos, mas eu corro o risco de falecer duplamente o que seria uma chatice, visto que se para entrar no céu da primeira vez já foi dificil, imagine agora que vomitei duas vezes nos sapatos do S.Pedro (aqui no céu a bebida é do melhor!).
No filme Monty Python: A Vida de Brian, você foi raptado por extraterrestres por breves instantes. Como foi a experiência? Foi abduzido? Gostou?
Respondo-lhe com outra questão: Gostaria que lhe enfiassem uma sonda no ânus durante um quantidade de tempo equivalente a um ano para depois a retirarem e o fazerem sentar numa cadeira tipo as do Matrix, onde o seu cérebro é repetidas vezes furado e impregnado de imagens de Manuela Moura Guedes a fazer sexo oral a Mário Soares?
Depois de revelar publicamente a sua homosexualidade, os Monty Phyton receberam uma carta de uma senhora onde esta se queixava de um de vocês (ela não sabia qual) ser gay. Na missiva vinham 20 folhas com orações, que se fossem rezadas todos os dias o livrariam do inferno. Ao ler a carta, Eric Idle respondeu à espectadora dizendo “Descobrimos quem era e matámo-lo.” A minha pergunta é: ficou chateado com Idle por, além de se “virar” contra o público, não lhe ter dado as orações condenando-o assim ao inferno?
Não, não fico chateado. O Idle já teve a sua dose de rabichiche como vingança também: foi um juíz que vestia roupa interior feminina e um homem que abordava outros homens para saber como era estar intimamente com uma mulher. Chama-se karma, meu amigo.
O seu último trabalho foi o videoclip dos Iron Maiden “Can I Play with Madness”. Foi mesmo só como quem diz “olhem pá eu sou tão bom que até posso fazer videoclips que o meu prestigio nunca baixa!”?
Só fiz isso por uma razão: pensei que a mascote dos Iron Maiden, o Eddie, fosse a Carol Cleveland, a Python não oficial. Afinal enganei-me. Eles até são bastante parecidos, devem ser família ainda.
Eric Idle disse no seu Elogio que você tinha morrido para não ouvir mais Michael Palin falar. Confirma?
Desminto. Morri porque já não aguentava mais com o silêncio do Terry Gilliam, aquele tipo é preciso um requerimento para abrir a boca e falar, interpretar e fazer coisas à frente de uma câmera. Além do mais, o Idle contou-me que no futuro planeava entrar num filme juvenil de fantasmas. Pregou-me cá um susto! E ele nem era nenhum dos fantasmas do filme em questão.
A sua autobiografia foi escrita por cinco pessoas. Estará a sua autobiografia para as biografias como Elsa Raposo está para as pessoas normais, ou seja, cheia de gente?
É nestas alturas que me arrependo de aceitar entrevistas depois de morto. Quando algo é escrito por outras cinco pessoas, a modos que deixa de ser uma autobiografia. Mas pronto, que se lhe há-de fazer? Jornalistas ignorantes, é o que é! E repararam como eu fugi tão brilhantemente à resposta para não falar de Elsa Raposo?
Chegou a altura de esclarecer uma dúvida que perturba tanta gente: no Paraíso pode-se comer Spam? Se sim, então como é que você que não gosta de Spam se safa das pessoas que gostam de Spam e lhe tentam impingir Spam Spam Spam Spam e Spam? Já conseguiu comer Spam, nem que fosse Spam com Ovos e Spam? Ou pediu os Ovos sem Spam e Spam, mas acompanhados com Bacon, Spam, Torrada, Spam, um galão, Spam e Spam? O Spam é enjoativo ou pode-se comer Spam Spam Spam Spam Spam Spam Spam e mais Spam sem se cansar de tanto Spam? Percebeu a Spam? Ou melhor, percebeu a pergunta?
Lamento não ter podido responder a esta pergunta em condições mas ela foi parar ao lixo do meu email, por o meu PC pensar que era Spam. Tecnologias!
Olhando hoje para o trabalho que os seus colegas desenvolveram, consideraria John Cleese o mais “abichanado” por ter entrado nos filmes A Pantera Cor-de-Rosa?
Não, houve alturas em que, confesso, o meu pensamento era esse, mas depois vi-o no Harry Potter e mudei de opinião. Quer dizer, tinham cortado a cabeça ao gajo e ele ainda andava por ai como se nada fosse? É de homem! A mim se me cortassem a cabeça aproveitava a ocasião para relaxar e não fazer nenhum. Mas o gajo não! Continuava a lutar com cobras e o caneco, impossível de chamar maricas a um homem assim. E acredite em mim, se há alguém que percebe de maricas sou eu.
Imagine que está numa sala com duas portas que vão dar a outras respectivas duas salas. Uma das portas dá para uma sala onde se encontra uma ideia para um sketch bestial guardada por dez anacondas. A outra porta encaminha-o para uma sala onde 50 escorpiões tomam conta de uma garrafa de gin. Tendo em conta que não pode voltar atrás, em qual das salas entraria?
Essa é fácil. Mandava o Cleese entrar na das anacondas com um dos lemures dele, dava o papagaio morto a comer aos escorpiões e bebia o gin. No final do dia, o Cleese contar-me-ia a sua ideia genial e eu com a ajuda do gin dava-lhe o toque final que a tornaria num clássico. Fizemos isto aliás, várias vezes, o Dead Parrot surgiu assim. A única diferença é que na sala onde escrevíamos estavam uns gajos da Inquisição Espanhola.



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