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O Jazigo das Notícias entra em processo de layoff!

Written By Sérgio Pereira on sábado, 30 de julho de 2011 | 30.7.11


Os co-autores do blog de notícias falsas mais famoso da Beira Interior, no espaço geográfico compreendido entre a Guarda e a Covilhã, já tinham mostrado por várias vezes o seu desagrado para com os anacronistas, peças vitais no funcionamento do espaço internáutico. Os quatro moscambilhas em questão – José de Neendertal, Maria Joana, Machete Guerra e Giulio Pierre LecuBon -, têm por várias vezes se ausentado das suas responsabilidades de crónicas mensais, bem como de emprestadar dinheiro aos co-autores quando estes têm azar nas apostas em corridas de cavalos. Para aumentar a gravidade da situação, os anacronistas têm saído para destinos paradisíacos e viagens de cruzeiro exóticas, todos juntos, e só informando os responsáveis do Jazigo de que não podem enviar os seus textos mensais em cima do acontecimento.

Por outro lado, os co-autores do Jazigo pretendem demonstrar igualmente o seu profundo desagrado para com o Verão. O calor insuportável é uma desculpa perfeita para a total inércia. A juntar à pouca vontade de trabalhar, acresce ainda a escassez de notícias neste período do ano. Ao contrário dos meios de comunicação social tradicionais, a nossa linha editorial não se pauta pela cobertura de incêndios, turistas afogados e chegada dos emigrantes a casa. A índole humorística dos referidos tópicos é escassa, a não ser que a notícia envolva um emigrante que, ao chegar a casa em Trás-os-Montes, fez um barbecue e causou um incêndio que apanhou um turista de surpresa, obrigando-o a atirar-se para a água para se salvar, mas acabando por se afogar. Contudo, a probabilidade estatística de tal acontecer é tão grande como um galinha ter cáries nos caninos por comer muitos ovos Kinder.

Devido às situações acima expostas, os co-autores do Jazigo, numa decisão tomada com um discernimento exímio, anunciam que este blog vai entrar em processo de layoff. Desta forma, toda a actividade será suspensa até ao mês de Outubro, altura em que notícias, crónicas e medalhas de teor cómico voltarão a atingir impiedosamente os leitores, qual flecha embebida em sarcasmo e ironia disparada por Guilherme Tell em direcção aos vossos corações. Até tal acontecer, este espaço cessará então actividades, e será visualmente remodelado, pois quando o conteúdo é fraco a aparência acaba por ser importante.

Com uma estima tão profunda que até assusta,
Os co-autores d’ O Jazigo das Notícias
Tiago Ocioso e Sérgio Mandrião
30.7.11 | 0 comentários

Ascensão e queda de um vendedor de gelados: o degelo dos sonhos

Written By Sérgio Pereira on sábado, 16 de julho de 2011 | 16.7.11


António Cornetto e Solero de Limão era o melhor vendedor de gelados de Vila de Cima… até à semana passada. Sim, era o único vendedor de sorvetes num raio de 15 quilómetros, mas triunfou na vida apresentando maravilhas geladas às pessoas que, até então, só estavam habituadas a comer refeições quentes. O mérito não lhe pode ser tirado com a mesma facilidade com que se arranca dentes a um idoso octogenário.

Assados, guisados, refogados, grelhados, queimados e ocasionais violações. A realidade era esta quando, em 1975, António chegou a Vila de Cima. Proveniente da grande cidade, este empreendedor enfrentou dificuldades nos primeiros tempos: acusavam-no de vender a comida do Diabo, apesar de não saberem explicar como é que o Diabo consegue comer gelados no Inferno; era expulso de todos os estabelecimentos públicos e comerciais em que entrava, até os bordéis e a agência funerária; chegou a ser atacado por um urso, se bem que isso não teve nada a ver com a venda de gelados mas sim com a própria natureza do animal. Contudo, António não desistiu. 

A sorte acabou por lhe sorrir, e tinha melhores dentes que um octogenário. Uma grande chuvada apanhou Vila de Cima com as calças na mão. Literalmente, foi no Dia da Corrida Tropeçuda, em que os habitantes competem entre si numa minimaratona de oito quilómetros com as calças ao fundo das pernas. A baixa da vila ficou alagada, e rapidamente a população se aglomerou na parte velha e alta, local onde se encontram habitações degradadas, a Igreja e o estabelecimento de venda de sorvetes. A Igreja foi uma opção deitada fora, pois toda a gente sabia que, todos os anos no dia da corrida, o padre gosta de ir à escola de Vila de Baixo para “fazer ajoelhar alguns hereges”. As habitações degradadas estavam, segundo os habitantes mais velhos, assombradas de zombies, e houve algum receio em entrar. Com razão, pois saíram mais depressa do que entraram. Um toxicodependente em ressaca passa bem por zombie. Restava a gelataria. Olhares receosos foram trocados, mas acabaram por entrar. 

O ambiente era tenso e de cortar à faca. Literalmente, porque não havia gelados que chegassem para todos comer, logo tiveram de parti-los em bocado. Um rabino foi o primeiro popular a abrir o coração aos gelados, e predispôs-se imediatamente a cortar as pontas dos Calipos. Dois dias durou a enxurrada, o tempo suficiente para toda a gente perceber que António era um bom homem, com intenções nobres, e que os gelados até são bons. E a paz foi estabelecida entre ambas as partes. A gelataria ganhou um nome: “O gelo bem vistas as coisas é água solidificada, e com uns corantes por cima deixa um gostinho na boca parecido ao sabor das nádegas dos anjos”. O seu dono ganhou uma alcunha: Toni Perna-de-Pau. Ao princípio não gostou muito e protestou, mas depois de lhe arrancarem o membro inferior direito e o substituírem por uma prótese de madeira, lá viu que a alcunha fazia sentido.

Toni fazia sucesso, tinha centenas de clientes todos os dias, até o padre trazia os petizes hereges de Vila da Baixo para os ver redimirem-se dos seus pecados enquanto chupavam um Mini Milk. Até o Maximiliano, o toxicodependente de Vila do Meio, teve direito a um gelado em seu nome. Ou melhor, um gelado “super”, tal como ele chama a toda a droga que vende. 

Infelizmente, os dias de graça acabaram-se para o António. Faz exactamente uma semana que um rapaz de sete anos entrou de skate pela gelataria a gritar “É pá, dá-me já um Epá ou dou cabo dos vidros da loja com o meu skate. Ouviste, ó velho?”. Toni atendeu o pedido o mais depressa que pôde, tendo em conta o coxear provocado pela perna de pau. Sabia que não podia entrar em luta com ele, pois além de velho e coxo, a Igreja ficava logo em frente, e o padre gosta tanto de miúdos que só ele lhes pode tocar. Para azar de Toni, a arca e o frigorífico tinham sido queimados na noite anterior por causa de uma trovoada, e foi obrigado a pôr todos os gelados numa arca de reserva que funciona a gerador. Todos… menos um. O único Epá que tinha estava no balcão da cozinha. Com medo de que a loja sofresse grandes estragos, entregou o gelado ao rapaz e rezou para que tudo corresse bem. Só que não correu, e o petiz rebelde acabou por morrer asfixiado na pastilha, demasiado dura. O padre foi o primeiro a aperceber-se do que tinha acontecido, e Toni entendeu de imediato que não era mais Toni, mas sim António Corneto e Solero de Limão, um assassino involuntário com aspecto malévolo de pirata.

Numa semana, António perdeu todo o respeito e confiança arduamente conquistados. Voltou a ser acusado de pactos com o Diabo, entre eles o Viannetta Triplo Chocolate; quando foi a uma consulta para ver se o coto da perna estava bom, foi apedrejado pelos próprios médicos; um urso atacou-o, violou-o, arrancou-lhe o pénis, arrancou-lhe a perna de pau e enfiou-lhe o pénis no coto. Mas isto foi só por causa da natureza do animal. E também porque o urso era o pai do miúdo do skate. Pelo menos agora António já não coxeia, cai.
16.7.11 | 0 comentários

Chegou o Verão, toca a cometer loucuras

Written By Sérgio Pereira on sábado, 9 de julho de 2011 | 9.7.11


Abriu a praia artificial do deserto do Sahara

Num momento surpreendente e inesperado, o sheik bilionário e coxo Aladour Kamahtrupoli apareceu em frente das câmeras de televisão e disse qualquer coisa em árabe que ninguém percebeu. Só depois de raptar um marroquino da feira de Carcavelos e utilizá-lo como tradutor, é que se fiquei a perceber que o sheik anunciou a abertura ao público de uma praia artificial em pleno deserto do Sahara. O recinto, com capacidade para cinco mil pessoas e o dobro dos camelos, conta com areia importada da Arábia Saudita e do Dubai, vegetação da Sibéria e móveis do IKEA. A água veio do Oceano Árctico e foi despejada num enorme buraco feito na areia. As primeiras imagens mostram um grande lago e mulheres banhando-se todas vestidas. Conto ter mais informações quando chegar ao local.


Fechou a praia artificial do deserto do Sahara

O caos e a fúria tomavam conta dos banhistas quando cheguei ao local, perto de uma hora que não sei precisar pois o relógio que comprei aos marroquinos ficou sem números assim que o meti no pulso. Estou, no entanto, em condições de adiantar que o Sol se encontrava no céu e as pessoas em terra. Essas pessoas estavam claramente revoltadas e atiravam bosta de camelo ao ar, contra ninguém em particular. O poço onde era suposto encontrar-se a água tinha desaparecido, sem indício algum para onde terá ido, por isso supõe-se que se encontre a monte. Não, acabo de ser informado que a água se encontra a duna, como é costume dizer-se por estes lados. Foi difícil conseguir declarações dos banhistas. Eles aproximavam-se de mim e falavam, só que eu não entendia nada. Por fim, lá encontrei um turista de Moscavide que estava nesta praia artificial quando tudo aconteceu: “Então a gente estava muito bem ao bronze, havia gente dentro de água, entre eles os meus miúdos, mas eu não que tinha acabado de comer um kebab de bifanas há dez minutos. De repente oiço gritos, mas isso foi só uma turista holandesa que foi picada por um escorpião e morreu. Passado quê, nem um minuto, chega um dos meus garotos muito aflito ‘Ó pai, ó pai, a água desapareceu!’. Fui logo ver o que se passava e realmente não havia nem uma pinga no buraco. Ninguém percebe, estamos todos estupefactos”. Um cientista acabou por aparecer e tentou explicar o sucedido, com conversas sobre evaporação e absorção. Perante alguns olhares confusos e a minha pergunta jornalística “Que estás a dizer, seu alarve?”, ele desenvolveu a teoria, dizendo que a água não se mantém estanque em terrenos arenosos e em locais cujas temperaturas são muito altas. Continuámos a não perceber nada, por isso demo-lo de comer aos camelos.
O sheik Aladour Kamahtrupoli acabou por aparecer ao final do dia, com um grande grupo de militares, as dez esposas, três amantes, trinta e dois filhos, quarenta e sete netos, duas serpentes e a mascote dos Jogos Olímpicos de 2012, embora ninguém saiba muito bem porquê e eu não estava com paciência para lhe perguntar. É difícil encontrar força para questões quando a nossa pele está tão vermelha que começa a cair. O sheik obrigou os banhistas a retirarem-se do local, e acabou por o fechar, no mesmo dia em que tinha aberto. O buraco onde se encontrava a água acabou por ser usado para outros fins. Descansa em paz, turista holandesa que ninguém sabe o nome mas que pelo aspecto devia ser prostituta ou drogada por isso também não interessa muito.
9.7.11 | 0 comentários

Menino Foge de Casa por Causa do IRS

Written By Tiago Lacerda on sábado, 2 de julho de 2011 | 2.7.11

Rafael Emanuel, um menino de 11 anos que sonha ser piloto de aviões ou fiscal de contas, fugiu ontem da casa dos pais para seguir o seu terceiro sonho mais caro – fazer a revisão do IRS das pessoas mais idosas. Ao que o Jazigo sabe, o rapaz terá alegadamente dito à mãe que “as condições deploráveis em que os mais idosos deixam as folhas referentes às suas retenções monetárias têm de acabar!” e “é preciso fazer alguma coisa quanto ao escalão B no impresso 127! E tenho xixi mãe, onde está o pitó?” antes de sair de casa disparado e com um pitó na mão.

A polícia judiciária está já a investigar o caso, o que deixa os pais do menino mais descansados depois de verem os maravilhosos resultados que estes conseguiram em casos semelhantes, como é disso exemplo o caso Rui Pedro. Um agente da PJ que não se quis identificar, mas que nés podemos desde já dizer que tem uma enorme barriga de cerveja e usa sempre a farda suja de nódoas de Bolicao de caramelo, afirmou ao Jazigo das Notícias que “este tipo de fugas é muito comum na pré-adolescência, normalmente são originadas numa mania passageira, às vezes é o Justin Bieber outras é a retenção do IRS. São casos muito comuns”.
Quanto às pistas existentes, a polícia não quer revelar muito, mas este vosso jornalista sabe que entre elas se encontra o pitó que Rafael terá usado antes de embarcar num vôo rumo à Florida onde espera encontrar um elevado número de idosos. Se esse plano falhar a polícia desconfia que Rafael se vire então para o Alentejo.
2.7.11 | 0 comentários

Breves tão pequenas como um ser unicelular anão


Bispo manda abater cavalo que se moveu em B num tabuleiro de xadrez

O bispo do Condado Preto, Ezequiel Chamusca, não conseguiu esconder o seu descontentamento quando um dos dois cavalos do Condado Branco se moveu na forma de um B pelas casas do tabuleiro de xadrez. Ezequiel argumenta que “os cavalos só se podem mexer em L, e se lhe damos muita liberdade qualquer dia andam aí livremente à solta, a levar peões no dorso. Que se segue, uma torre que pode andar em S? Não vamos dar azo à rebaldaria!”. O bispo adiantou que, enquanto o animal não for abatido, vai ficar deitado… na diagonal, obviamente. A rainha do Condado Preto tem dado pouca importância ao assunto, e quando nos aproximámos dela fugiu numa jogada para junto da rainha do Condado Branco. Já o rei do Condado Preto vai cumprir a exigência do Bispo Ezequiel com as próprias mãos, mas tal pode demorar algum tempo já que Sua Alteza só se pode mover uma casa de cada vez.

Idoso morre engasgado em peça de dominó

O sinistro deu-se num parque rodeado de bancos desconfortáveis, árvores e coisas ainda mais velhas que o bom senso manda chamar pessoas. A vítima, Arlindo Perneta, de 87 anos, encontrava-se com dois amigos e um rouxinol a jogar dominó. A meio da quinta partida, o rouxinol elaborou uma jogada genial, fazendo com que ambas as extremidades jogáveis tivessem uma peça com quatro pontos. A vez seguinte era de Arlindo, que não tinha uma peça correspondente. Num acto de batota, pegou numa peça com cinco pontos, enfiou-a na manga, disse que precisava de ir à casa-de-banho pois já não urinava há meia-hora, e nos sanitários tentou mordiscar a peça para arrancar o ponto do meio. Entusiasmado, tentou esquecer a necessidade urgente e real de urinar, começou a tentar conter as pingas e a arfar, acabando por engolir a peça de dominó. Arlindo foi encontrado morto pelos parceiros de jogo duas horas mais tarde, após o rouxinol debicar três minhocas e os outros idosos dormirem uma soneca. O ponto da peça de dominó que Arlindo tentou arrancar encontra-se a receber apoio psicológico.
2.7.11 | 0 comentários

Homem apaixonado por sanita mata WC Pato

Written By Tiago Lacerda on sábado, 25 de junho de 2011 | 25.6.11

Um homem de 35 anos assasinou brutalmente um WC Pato de cheiro a frutos silvestres e Amazónia Sensations, na passada quarta-feira, após uma rixa que, segundo um piaçaba testemunha com quem o Jazigo falou, “foi feia de se ver, e acreditem em mim, se há alguém que já viu coisas feias fui eu!”.
Na origem do fatal desacato terão estado motivos passionais. O homem, que mantinha um relacionamento de longa data com uma sanita de Pêro Pinheiro, terá encontrado a sua enamorada na companhia de um WC Pato e perdido as estribeiras. E nem mesmo o facto de as crianças do casal (dois bidés Sanitana) estarem a assistir a tudo impediu o alegado homicida de trucidar por completo o WC Pato - pegando nele e mando-o para o lixo. Após cometer o seu acto tresloucado (o WC Pato foi atirado para um caixote do lixo que não é destinado à reciclagem) o homem terá discutido com a sanita durante horas. No meio da discussão palavras duras como “eu sempre guardei o meu cocó para ti e tu agora fazes-me uma destas?!” ou ainda “aquela diarreia de 97 não significou nada para ti” puderam ser ouvidas pelos vizinhos que, estranhando, chamaram a polícia. Os vizinhos dos vizinhos do homem estranharam que os vizinhos do assassino apenas achassem perigoso o homem discutir com uma sanita, e não achassem peculiar ele estar casado com uma, por isso chamaram a SWAT do Miguel Bombarda para estes verificarem a situação. No rescaldo, o assassino foi preso após a polícia lhe arrombar a porta e se deparar com aquele espetáculo degradante, os vizinhos do assassino foram ilibados de serem doidos pelo pessoal do Miguel Bombarda, mas não se livraram do rótulo de “gajos que se metem na vida dos outros”, e por fim os vizinhos dos vizinhos foram passar duas semanas de férias a Cuba, em regime de pequeno-almoço.
O homem aguarda agora julgamento no tribunal que trata destes assuntos, enquanto que as crianças ficaram ao cuidado da mãe e de uma tia-banheira de Figueiró do Vinhos.
25.6.11 | 0 comentários

Aquele país independente que nos deu tantas tristezas finalmente serve para qualquer coisinha de jeito*


O Papa Júlio II está com miúfa. Chegado à idade da reforma, o santo padre receia que a poderosa família Borgias se vire novamente contra ele e lhe roube a pensão de 200 moedas de ouro e dois garotos fresquinhos por mês. Não que esteja a pensar retirar-se da sagrada cadeira, bem pelo contrário. Diz sentir-se tão bem de saúde que só um leão o conseguiria mandar abaixo. Um leão ou uma febre. Ou um Borgias disfarçado de leão ou febre.
Exactamente pelo receio de a sua vida estar em perigo, Giuliano della Rovere, conhecido como Júlio II entre os católicos e Aquele Senhor Importante Que Me Mandou Para A Fogueira entre os hereges, vai fazer algo que nunca nenhum Papa fez e que é até proibido pelas regras da Igreja: admitir que tem uma filha. Além disso, também mandou arranjar-se “200 guardas mercenários suíços para protegerem os Estados pontificados”. Pelo menos foi essa a desculpa que deu, pois escrever em acta “200 guardas mercenários para estarem alerta aos perigos que rodeiam o meu santo rabo” ficava mal, e se viessem por esse motivo então não tinham descanso. Vocês sabem, por causa dos garotos fresquinhos.
Logo após o anúncio de Júlio II, o reboliço na Suíça tornou-se gigantesco. Afinal de contas, qualquer ordem papal = bufa… bula que venha de Itália provoca gigantescas avalanches no estado helvético. E o que é que as avalanches fazem? Destroem tudo à sua passagem. E dão boleia a pessoas, incluindo mercenários, porque bolas gigantes de neve não são preconceituosas, ao contrário de terramotos que só atacam asiáticos, afro-americanos e terrori… paquistaneses. O ajuntamento de árvores, casas, animais, pessoas e mulheres apanhados pelas avalanches deu-se na cidade de Lugano. Vendo que havia ali uns quantos mercenários (e também umas crianças recém-órfãs, por isso com todas as condições para se tornarem em patifes ou guardas papais, se bem que a diferença não interessa), os responsáveis católicos depressa organizaram um casting. Após alguma discussão, alguns murros e duas aves-marias para se redimirem da violência, os clérigos lá chegaram a um entendimento: o júri seria constituído pelo padre Yves Petit-Pipi, o abade Luc Etmi e Pedro Boucherie Mendes.
Os candidatos foram obrigados a cumprir quatro missões muito simples para impressionar o júri (ou, pelo menos, provocarem um bocejo a Boucherie) e serem escolhidos para a Real Guarda: primeiro tinham de se sentar junto a uma fogueira e ler a Bíblia, sem ceder à tentação de a queimar; em seguida deviam saltar à corda enquanto citavam o nome de todos os santos existentes; havia ainda um concurso de tiro, em que tinham de acertar em preservativos que tinham feito mulheres grávidas de reféns; e por último tinham de cantar a “Estupidamente Apaixonado” do Toy até a cabeça de um esquilo explodir.
Poucos foram os que resistiram até ao fim, e mesmo os que aguentaram os três primeiros desafios viram a sua cabeça explodir com a melodia da música do Toy. O luso-descendente António Machon foi o único que conseguiu passar com mérito os quatro desafios - em parte porque, como luso-descendente, já está habituado às mais horrorosas melodias de Tony Carreira; e também porque, no último desafio, enfiou dois preservativos intactos nas orelhas. Machon vai preparar-se agora para ser guarda papal, e passará por inúmeros testes médicos. Também vai haver alguns testes científico-experimentais com o seu corpo, mas disso ele não sabe por isso guardem segredo. E vamos esperar que não haja problemas com o registo civil, já que alguém o inscreveu como António Maxon, mesmo que ele muito insistisse que “o meu nome não leva X”, “tirem o X se faz favor” e “corrijam o erro antes que lhe enfie o X…” o meu telemóvel e já não ouvi a última parte desta frase. Era da TMN, mandei-os levar no cu.


*Este título é dedicado a um amigo dos co-autores do Jazigo, que por motivos óbvios não iremos identificar. E não, a qualquer coisinha de jeito não és tu, Fábio Gomes.
25.6.11 | 0 comentários

Juiz corrompido com sexo e Mentos é condenado à prisão por ele próprio

Written By Sérgio Pereira on sábado, 18 de junho de 2011 | 18.6.11


Numa sessão atribulada em que quase virou esquizofrénico, o magistrado Luís Pechincha apresentou objecções à sua própria decisão, e acabou por resistir com violência aos agentes de autoridade que ele próprio chamou para o prender.

Tarde de choque no Tribunal de 1ª e 2ª Instância (e também 3ª quando a dactilógrafa consegue arranjar ama para o filho de trinta e dois anos) de Vila de Cima. O reputado juiz Luís Pechincha, conhecido pelos julgamentos de casos tão mediáticos como o assalto ao banco de esperma e um caso onde se provou que a mesma pessoa foi assassinada duas vezes, foi condenado a seis meses de prisão por crimes de corrupção activa, passiva, por trás, às vezes de lado e uma vez com um potro. Junta-se ainda um mês por agredir os seguranças do tribunal e duas semanas por ter sido considerado culpado no assalto com arma branca a uma estação de serviço, no qual roubou uma revista Maria, uma National Geographic e um pacote de gomas.

Tudo isto seria mais ou menos normal não fosse este pequeno detalhe: as gomas já estavam fora do prazo de validade. Quando Luís abriu o pacote e enfiou a mão só encontrou ranço, voltando novamente para a estação e pedindo o Livro de Reclamações. Esta foi a principal prova usada pelos advogados da estação de serviço, que mostraram ainda um vídeo do juiz com a arma branca no bolso. “Objecção! Aquilo é o pénis de um potro, logo não pode ser usado como elemento incriminatório. Temos lá culpa que o animal seja albino!”, protestaram os advogados do réu. E o juiz deu-lhes razão. Ah, pois, já me esquecia. O réu e o juiz eram a mesma pessoa.

Passo a explicar. O tribunal de Vila de Cima tem dois juízes: Luís Pechincha, o protagonista desta notícia, e Tóni Naifadas, que foi preso após assaltar o banco de esperma. Logo, só havia um magistrado disponível, Luís Pechincha, e por isso foi ele que tomou conta do seu próprio caso. Pechincha declarou-se culpado pelo assalto à estação de serviço, não sem antes considerar a mesma culpada por falta de higiene, condenando os funcionários da bomba a lavar o cabelo com ranço durante um mês.

Faltava depois julgar o caso mais sensível: aquele em que Luís Pechincha era acusado de aceitar favores em forma de prazer sexual e erótico, bem como Mentos (ou Tic-Tacs, quase não houvesse Mentos) em troca da absolvição. E quem queria ser absolvido? Tóni Naifadas, o outro juiz de Vila de Cima. A relação entre ambos os magistrados era tensa, mas quando Tóni teve de comparecer perante a justiça, percebeu que esta só era cega de dois olhos e ainda tinha um que se podia aproveitar. Durante todo o julgamento, que demorou um mês e meio, Luís e Tóni mantiveram um relacionamento ultra-secreto, que se desenrolava num motel em Vila de Baixo. E tudo corria bem, até ao dia em que Luís chegou atrasado ao motel porque tinha roubado gomas rançosas e voltara atrás para reclamar. Tóni estava zangado, pelo atraso de Luís e porque este não teve a decência de pelo menos lhe deixar o pénis de potro, para ir passando o tempo. Quando Luís finalmente chegou houve discussão da grossa, principalmente quando o pénis de potro começou a servir como arma. Luís também estava zangado, porque Tóni não tinha o pacote de Mentos para lhe dar. Tóni desculpou-se, dizendo que o irmão dele, que lhe costuma arranjar os doces, estava atrasado. E o irmão de Tóni, o Zeca Naifadas, chegou pouco depois, pedindo desculpa pelo atraso mas que tinha sido assaltado na estação de serviço onde trabalha. Ao ver Luís, o assaltante, entornaram-se os Mentos. A discussão tornou-se gigantesca, atraindo a atenção dos habitantes de Vila de Baixo, Vila de Cima e Vila-Que-Fica-de-Um-dos-Lados. Consequências imediatas: a relação entre Tóni e Luís acabou de forma litigiosa, o que levou à condenação do primeiro; Zeca colocou Luís em tribunal; e um potro teve de ser abatido.

Como havia muitas testemunhas, e como o motel tinha câmaras de segurança desde que o presidente da câmara de Vila de Baixo, Ernesto Escumalha, o tinha usado como local de encontro para fãs de filmes com a Jennifer Garner, Luís Pechincha não teve outra alternativa se não considerar-se culpado. Porém, no momento em que o disse gritou “Objecção!”, o que o fez dizer “Indeferido”, ao que respondeu com “Isto é uma vergonha!”, para depois bater vigorosamente com o martelo e dizer calmamente “Peço ao réu que se acalme ou terei de chamar as autoridades”. Perante a sua própria resposta “Patifaria! Está tudo feito para me tramar!”, Pechincha chamou os agentes, enquanto continuava a bater com o martelo na mesa para acalmar os ânimos exaltados dele mesmo. Quando dois seguranças entraram na sala, Luís disse “Prendam-me”, só que quando os agentes se aproximaram, Luís atirou-lhes com o martelo e tentou fugir, voltando atrás para ainda dizer “E condeno ainda Luís Pechincha a um mês por ofensa à integridade física de agentes da autoridade”. Depois tentou fugir outra vez, mas com aquela vestimenta depressa tropeçou e foi apanhado.

Para aqueles que se ficaram pelo 1º trimestre do 1º ano de Matemática, Luís Pechincha vai agora cumprir sete meses e meio na cadeia. Não tens de quê, Jerónimo de Sousa.
18.6.11 | 0 comentários

Lisboa é atacada por pirata famoso!

A cidade de Lisboa foi ontem atacada pelo famoso corsário Francis Drake, da família dos Drake Cakes. O ataque, apesar de ter fracassado nos seus intentos (destruir Lisboa e em particular os pastéis de Belém, pastelaria à muito rival dos Drake Cakes), causou o pânico entre os lisboetas, sobretudo os lisboetas que não tinham mais nada para fazer e por isso se entretinham a olhar para o rio na hora do ataque.
A investida do conhecido corsário e político (Drake é um conhecido membro do partido pirata sueco que luta por uma internet livre, não obstante o facto de ninguém saber o que é isso da internet em pleno século XVI) começou com o arremessamento de longos bolos duros, com o intuito de acertar com eles na cabeça dos Lisboetas e assim fazer elevadas baixas. Infelizmente para Drake, estes bolos não foram feitos por Rubeus Hagrid e por isso não tiveram a capacidade suficiente para ferir ninguém. Após o falhanço no seu plano inicial, Drake passou para o seu plano B que consistia em pôr todos os seus homens a dançar o Can-Can até às seis da manhã. Este plano não funcionou, pois os lisboetas, habituados que estão à Moda Lisboa, não se deixam impressionar com mariquices.
Desesperado (segundo nos contou uma fonte anónima próxima do moscambilheiro que insistiu em ser tratada por “Alberto”), Francis fez a última coisa que um general bem treinado, e bom naquilo que faz, faria quando tenta tomar uma cidade. Recorreu às armas de fogo. O que foi evidentemente um erro, toda a gente sabe que usar a técnica do gratinado em bolos que estão prestes a ser arremessados é um erro quase tão grande como seguir os livros de receita vintage do Manuel Luís Goucha.
Depois de nenhuma das suas investidas ter resultado, Drake finalizou a sua intentona (como eu estou satisfeito por escrever esta palavra!) e foi para casa chorar sobre os muitos bolos derramados que possui. Entretanto, eu finalizo esta notícia pois de tanto falar de comida estou com uma galga lendária (facto verídico).
18.6.11 | 0 comentários

Monstro do Lockness está constipado

Written By Tiago Lacerda on sábado, 11 de junho de 2011 | 11.6.11

Soube-se ontem através do seu porta-voz, O´Shea Macfflturohuugh, que Nessie, a conhecida criatura do Lago Ness, se encontra constipada. Segundo o porta-voz escosês, dono de uma barba capaz de albergar outra feijoada como a que foi levada a cabo na ponte Vasco da Gama, Nessie terá ficado “com o pescoço ao frio para que as pessoas continuassem a acreditar nela durante a noite”, e terá sido aí que apanhou este resfriado levado da breca (na Escócia, as doenças têm sempre caracteristicas humanas. Quem não se lembra das hemorróidas tímidas ou da SIDA traquinas?).
O´Shea Macfflturohuugh, a quem eu vou começar a referir-me, por uma questão de simplicidade, como Luís Alberto Manuel dos Santos Almeida Rosário Carmo Afonso, disse ainda que Nessie “é rija e está já a tomar medidas para curar esta gripe”. O escocês não quis no entanto dizer que medidas estaria Nessie a tomar, medidas essas que estão a intrigar os especialista com quem eu fui falar. Mack Mackie Mackong, um dos maiores especialistas mundiais sobre Nessie, mostrou-se preocupado ao falar comigo desde a cave da casa onde vive com a mãe: “esta é uma notícia preocupante. Porque não sabemos que pode Nessie fazer para ficar melhor. É verdade que um Cêgripe tratava do assunto, mas encontrar um Cêgripe que prencha as necessidades de Nessie é muito difícil, pois não há comprimidos tão grandes”- disse quase à beira das lágrimas Mackong.
Na comunidade de admiradores de Nessie a preocupação e, sobretudo, a falta de carícias sexuais são grandes. Milhares e milhares de admiradores de todo o mundo, ao saberem da noticia, deixaram para trás os seus jogos de Gamão e Aritemética Divertida, para virem acampar para junto do lago em apoio ao seu adorado monstro jurássico. Sinais como “Nessie fica melhor”, “Nessie quero que me faças um filho apesar de saber de fonte segura, nomeadamente na minha imaginação, que és uma fêmea e que por isso tecnicamente não me o podes fazer, que teria de ser eu a fazer-te um filho a ti não se desse o caso de termos entre nós divergências de ADN e até mesmo fisiológicas que tornam isso impossível!” ou ainda o clássico “Legalizem a erva!”.
Até à data não se sabe mais notícias sobre o estado de saúde de Nessie, mas as cada vez menos algas clinexs que vêm dar a costa (cheias de muco) fazem ter esperança que este ser a quem demos um diminutivo ao mesmo tempo que a apelidamos de monstro, esteja a ficar melhor. Vamos esperar que sim, esta gente tinha um ataque se soubessem que o monstro que nunca viram nunca mais lhes ia aparecer à frente.
11.6.11 | 0 comentários

Um dia na vida de um super-herói (parte 2)

Não se esqueçam de ler a parte 1


“Uma unha encravada bem no fundo no rabo”. É esta a expressão usada por X, ao falar da malfadada história em que não conseguiu salvar um petiz das mãos de uma bruxa. “Lembro-me como se tivesse sido há cinco anos. Foi há cinco anos, uma mãe telefona-me aflita, dizendo que o seu pirralho de sete meses tinha sido raptado pela bruxa da aldeia vizinha. Quando cheguei a casa da bruxa, ela preparava-se para meter o cachopo no caldeirão. Não é que perceba muito do assunto, mas acho que ela estava a preparar uma poção que cura a osteoporose e a vontade de comer Suissinhos. Seguindo em frente… eu chego, deparo-me com a situação, limpo a casa da bruxa que estava cheia de teias de aranha, e lanço-me ao miúdo. Não no sentido pedófilo do termo, atenção. Tudo bem, era uma criança jeitosa, mas eu tenho princípios. Só se fosse eu, o miúdo, a bruxa e um leão-marinho. Onde é que eu ia? Ah sim… lanço-me ao crianço, a velha manhosa reage mais astuta que uma raposa autista, atira o puto ao ar, agarra no spray pimenta e pulveriza-me os olhos. Ora, depois disto não conseguia ver nada. A pimenta entrou em conflito com o meu poder de olhar ultravioleta, que ficou descontrolado. Ainda gritei para a bruxa meter protector na pele mas não deu tempo. Ela ficou toda queimadinha, mesmo reduzida a cinzas, e uma das unhas dos pés dela saltou e enfiou-se-me no recto. Como não via nada, acabei por deixar cair o bebé no caldeirão. Deitei a poção aos cães vadios, que nunca mais assaltaram frigoríficos à procura de iogurte”. X passou por uma grave depressão após este incidente, e pensou mesmo abandonar o trabalho. “A bruxa era muito importante para mim. Só ela podia descobrir porque é que o meu pénis canta os ‘Jardins Proibidos’ do Paulo Gonzo quando está erecto”. Porém, a enorme força de vontade e uma dose diária de marijuana mantiveram X neste caminho de salvar vidas.

A conversa sobre esta história estava a ser tão interessante que quase deixámos passar despercebido um assalto a um quiosque, bem perto de nós. Tão perto que eu próprio podia ter agarrado o bandido esticando o braço. Eu e X estávamos nesse mesmo quiosque a comprar a Playb… o El País, quando um indivíduo encapuzado se aproximou e pediu todo o dinheiro da caixa registadora. O assalto decorreu muito rapidamente, ao ponto de só nos apercebermos de tal quando o ladrão já se preparava para agarrar um DVD com livro ilustrativo do Noddy e começar a correr. “Pára em nome da Lei e do senhor Lei!”, gritou X, deixando o patife em dúvida sobre o que fazer: continuar a correr ou roubar a última edição da Cosmopolitan. X encheu o peito do ar, teve um ataque de flatulência durante 10 segundos e atirou-se para cima do larápio, imobilizando-o com uma mão, esbofeteando-o com a outra e usou a terceira para fazer truques de magia. Entre eles, destaque para um coelho que saiu pelas narinas do assaltante.

Na mercearia da Dona Alcina X comprou um bolo, velas e um isqueiro. “Não sei quando é que nasci, por isso comemoro o meu aniversário todos os dias”. Foi durante o momento do pagamento que três jovens e um caniche entraram na mercearia e provocaram um arrastão. Ele era vidros pelo chão, pêras esmagadas, o caniche a lamber os testículos como se nada fosse… um autêntico caos. Como sempre, X interveio: cortou as bolas ao cão, pegou nos cacos de vidro, amontoou-os na mão esquerda e lançou-os com um golpe genial, um por um, contra os adolescentes rebeldes em fuga. “Cena inspirada no meu filme favorito, o Demolidor com o Ben Affleck. Por falar nisso, está na altura de ir para casa vê-lo, é a minha rotina de início da tarde”. X pegou nos bocados de pêra esmagados e espezinhados, meteu-os à boca e saiu todo contente.

E de regresso à imunda casa de X, para ver um filme de 2003 entre o razoavelzinho e o mau. Decerto isto não constava nos meus planos para a reportagem. Mas bem, antes este que o Velocidade Furiosa 2. Sentados num sofá de cor pepperoni (porque estava todo sujo de pepperoni), lá começou a sessão de cinema. X babava-se ao ver a película, principalmente quando aparecia o Michael Clarke Duncan. Tive receio em perguntar-lhe se é fã de futebol americano. Quando chegou à parte em que o Mercenário mata o pai da Elektra já eu estava com uma dor de rins dos diabos. Era o efeito do excesso de mercúrio. “Não é preciso sofrer assim tanto, eu sei que a cena em que a Elektra morre é de ir às lágrimas, mas porta-te como um homem!”, vociferou-me X ao ver-me contorcido com dores. Findo o filme, X foi para o quarto jogar Super Mário. E nessa altura veio um desabafo triste: “Nunca consegui salvar a princesa”. Uma frase que vale mais do que mil imagens da princesa Peach para sempre escrava do Bowser.

Vinte e três níveis depois, X parou para descansar. Pelo menos foi essa a desculpa dele. Farto de nunca mais chegar ao último nível, atirou com o comando contra a televisão e deu cabo de ambos os aparelhos. Voltámos à cozinha/sala já era hora de jantar. “Serve-te à vontade, é só pegar numa fatia de pizza do chão”. Agradeci a oferta, mas se me baixasse um centímetro que fosse nunca mais me levantava. Tinha por esta altura um rim e meio paralisado. Aflito por dar entrada no hospital, perguntei o que X costumava fazer à noite. “Pouca coisa, fumo a minha dose de marijuana, masturbo-me e vou para a cama. É isto que preciso para durante a noite dormir como um bebé, daqueles que não estão a fazer de poção. Ontem, por exemplo, não fumei a maconha porque não tinha gás no isqueiro, e por isso é que dormi mal”. Dito isto sacou da ganza e de um super-membro, o que para mim foi motivo suficiente para me despedir e sair daquela casa, onde se ouvia ao longe “Quando amanheces, logo no ar, se agita…”.

A caminho do hospital vi um prédio em chamas com sete pessoas e um chinês lá dentro. Mais à frente uma mulher era brutalmente violada por dois homens e um leão-marinho, ouvindo-se a tempos os gritos de horror “É consentido! É consentido!”. 

Depois de chegar ao hospital e me ser induzida uma dose de morfina, restou-me um pensamento: ou aquele c@%&# do X se suicida ou eu próprio dou cabo dele.
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Um dia na vida de um super-herói (parte 1)

Written By Sérgio Pereira on sábado, 4 de junho de 2011 | 4.6.11



“Não preguei olho”. Foi esta a frase que o super-herói X atirou ao sair de casa e encarar comigo. Foi sem dúvida má educação, podia ter começado com um “Bom-dia”. Mas não convém apontar erros de palmatória a super-heróis, porque são fortes e têm poderes sobre-humanos. Por isso engoli em seco e respondi como se nada fosse. “Há noites assim”, e posto isto acompanhei-o até à pastelaria para tomarmos o pequeno-almoço.

Convém apresentar este super-herói. Vou chamar-lhe X o resto do texto, pois ele não quis que o seu verdadeiro nome fosse revelado. Aparentemente, não é hábito este tipo de indivíduos abrirem a sua porta privada a gente normal, muito menos pretendentes a jornalistas com uma capacidade criativa demasiado preocupante. Por isso X teve receio de ser ostracizado pelos colegas de profissão. Os contactos para que esta reportagem acontecesse foram feitos no máximo sigilo, sempre a deitar o olho por detrás das costas procurando alguém que nos estivesse a espiar. “No dia em que fizermos isso [a reportagem], vais ter que passar por meu filho ilegítimo de uma aventura que tive em Mogadíscio em 93”, disse-me X no segundo encontro preparatório, e eu aceitei as condições. Duas semanas depois, ali estava eu na pastelaria, comendo um palmier e bebendo um galão, fingindo o reatamento de laços com o “meu pai”. À minha frente, X deliciava-se com seis bolas de Berlim, que continham o açúcar necessário para o organismo depois de uma noite mal dormida. “Normalmente só como quatro e um panike de fiambre e queijo”, conta-me com a boca cheia. Para molhar a palavra, a bebida dos campeões: óleo vegetal. Questionado sobre como começa o seu dia, X adianta “Agora a seguir vou fazer uma ronda ligeira pela zona sudeste da cidade, em busca de mirones e exibicionistas. Eles atacam mais pela manhã. Depois descanso um pouco no parque, jogo à sueca com os idosos que lá estiverem e vou almoçar antes de toda a gente, pois à hora da papa é quando os larápios gostam de assaltar quiosques e mini-mercearias”. Engolida a última bola de Berlim saímos a correr, não porque houvesse alguém em perigo mas porque nenhum de nós tinha dinheiro para pagar.

Quando chegámos à zona sudeste da cidade pude comprovar o que X tinha dito. Em pleno mês de Junho andava um senhor de sobretudo pelo adro da Igreja, fazendo beatas e o sacristão corarem de vergonha. X agiu rapidamente e imobilizou o pervertido, confiscando-lhe o material que usava no seu “trabalho”: o sobretudo. Nas janelas era possível ver dois ou três indivíduos de binóculos nas mãos a seguir esta cena, bem como a que se passava pelas janelas de uma casa onde moram duas jovens senhoras do Leste europeu. X voltou à carga e tapou as janelas dos mirones com as cortinas das janelas da casa das referidas senhoras. Problemas matutinos resolvidos, era altura de rumar ao parque.
No parque fomos dar com o senhor Almerindo, velho amigo de X e que já estava a perder 30€ na lerpa para Eugénio e 25€ para Constantino. A chegada do super-herói foi saudada por todos. “Já estou farto de perder”, disse Almerindo. “Já estamos fartos de ganhar”, declararam os outros dois. Rapidamente se começou um jogo de sueca, em que X usou o seu poder da rapidez para baralhar, partir e dar em dois segundos. Afortunadamente, ficou com os trunfos todos. “Já estás a fazer batota!”, acusou o adversário Eugénio. “Cala-te e joga, refilão. Não gostas é de perder!”, replicou X. O clima era claramente bem-disposto. Depois de duas vazas limpas e três copos de água-pé esvaziados, X despediu-se dos idosos para ir almoçar. “Tento vir jogar com eles sempre que posso, pois quero manter uma ligação estreita com as pessoas normais para não me perder em fama e poder. Além disso, eles precisam de companhia e eu precisava de 55€”, afirmou X já a caminho de casa, mostrando-me o dinheiro roubado a Eugénio e Constantino com a sua terceira mão elástica e invisível. 

A expectativa em entrar na casa de um super-herói era grande, mas rapidamente se desvaneceu. Na cozinha/sala, havia fatias de pizza espalhadas pelo chão, latas de cerveja vazias em cima da mesa da sala, um monte de pratos e talheres sujos no lava-louça. No quarto via-se a cama por fazer, roupa suja amontoada em cima da mesinha de cabeçeira, uma consola de jogos quase partida no chão, só com um comando já sem algumas teclas, e uma televisão a mostrar o menu de pausa do Super-Mário Bros. Faltava a casa-de-banho, que se encontrava impecável. “Não a uso, o meu organismo não funciona da mesma forma que o vosso”. Excepto a parte da transpiração, diria eu se não fosse aquele pormenor de “não apoquentes super-heróis ou eles partem-te ao meio com os olhos”. X tirou oito latas de atum da prateleira, deu-me uma e engoliu as outras num ápice. “O mercúrio faz bem, dá-te força e problemas nos rins. Come lá que temos de ir embora, está a começar o turno da tarde”, aconselhou-me X.

 (Continua...)
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Medalha de Ouro para corredor perneta

Foi ontem durante a noite que o canadiano Josh Nice Hair fez história ao vencer pela primeira vez uma corrida de cem metros, tendo apenas uma perna e um drogado para dar indicações de “destroce, destroce... agora estica a perna”. O feito é histórico pois é a primeira vez que a medalha de ouro dos cem metros vai para alguém que tenha uma deficiência óbvia e visível, como é o caso da sopinhice de massas de Nice Hair. 
A prova começou por ser fácil para Josh, que chegou alguns minutos antes do início da prova e aproveitou esse facto para ganhar vantagem sobre os seus adversários. Mas as 10 horas de avanço não foram a única razão da vitória de Nice Hair. As suas qualidades atléticas foram também muito importantes, pois bastava-lhe ter tropeçado uma vez e já não havia corrida para ninguém. Isto porque, como diz o seu drogado de pista, “depois para o levantar era o cabo dos trabalhos, como só tem uma perna e não se percebe nada do que ele diz, ajudá-lo a levantar-se é uma tarefa hercúlea. E não digo isto só por eu estar sobre o efeito de cenas fixes.. [é mesmo só por estar pedrado, é que eu sei, leitor, que já não via alguem tão queimadinho da cabeça desde a última vez que ouvi a Cristina Ferreira a falar].
Os adversários de Nice Hair prostestaram de forma indignada contra o facto de o vencedor ter feito “batota” e por este ter começado “muito antes”, mas isto, como a federação de atletismo fez saber, “é uma atitude mesquinha, que envergonha os atletas que não aguentam é perder para alguém que tem uma deficiência da fala, e é estrábico do olho esquerdo e mamilo direito”.
Para o ano Nice Hair tentará defender o seu título, numa competição que se prevê renhida, até porque o seu principal adversário o espanhol Alfonso, um exímio corredor dos cem metros com apenas um braço, já se encontrava a aquecer e prestes a iniciar a prova. O Josh que se ponha a pau.
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Sempre em pés em greve mandam (ironicamente) tudo a baixo

Written By Tiago Lacerda on sábado, 28 de maio de 2011 | 28.5.11

Foi a confusão total na Avenida Que o Tiago Acabou Agora Mesmo de Inventar, depois de milhares e milhares de sempre-em-pé baloiçantes deitarem abaixo lojas, monumentos e uma senhora velhota de que ninguém gostava realmente. Os sempre-em-pé manifestavam-se nas ruas contra a aprovação da chamada lei “Do Descanso Geral”, que permite as bicicletas e outros instrumentos de brincadeira a instalação de um pé de apoio que garante que essa mesma brincalhota não caia. “É um ultraje, estão a querer roubar-nos os postos de trabalho! Se há Action Man que também podem ser sempre-em-pé, que vai ser feito dos palhaços creepy sempre-em-pé que já tem mais de 40 anos de não se sentarem nunca?” disse ao Jazigo um sempre-em-pé com um bigode francês e um cabelo que era claramente uma cover capilar de um choco de três patas.

A marcha, que está definida no programa como uma marcha pacífica, acabou por destruir grande parte da avenida devido ao grande número de protestantes e pelo facto de estes estarem sempre a cair uns para cima dos outros, desiquilibrando-se mutuamente e assim destruindo tudo à sua passagem, sem no entanto terem o bom gosto de o fazerem no Cacém. Ao menos ai ninguém se importava muito que as coisas fossem destruídas, mal por mal, todos sabemos que há troços da IC19 em obras que são mais bonitos que o Cacém numa maravilhosa manhã de Inverno.

O responsável pela marcação desta greve, Sempre-em-Pé Almeida, já veio demarcar-se desta destruição, tendo ainda a lata de acusar a sociedade pelas falhas da bonecada do rabo redondo. “A culpa não é nossa mas sim da sociedade, que não está preparada para que milhares e milhares de bonecos instáveis andem pelas suas ruas sem partir nada!”. Ao ouvir estas declarações não me contive. Mandei um pontapé no raio do boneco o que me soube muito bem. Pelo menos até ele baloiçar de volta e me dar uma cabeçada digna de Marco Borges ou de um touro de 500 quilos.
28.5.11 | 1 comentários

Algo está mal quando um velho é a última esperança


Nerds, geeks e pessoas virgens e solitárias no geral aglomeraram-se às portas de cinemas por toda a América. O motivo: a estreia de uma novela cinematográica de ficção científica. Ou seja, uma criação de Rui Vilhena com extraterrestres e a Rita Pereira.
Ninguém sabia muito bem ao que ia, excepto as pessoas com níveis astronómicos de midiclorianos, pois essas conseguem ver o futuro que se lhes avizinha, excepto perceber que o mau da fita é pai delas. O filme em questão, chamado “Star Wars IV: A New Hope”, causou tão grande expectativa que houve gente a vir de lugares longínquos, muito para lá do Barreiro, como contou ao Jazigo um ser parecido a um esqueleto de guaxinim envolto num trapo castanho: “Guaxinim? Isso é insultuoso! Vê-se bem que sou uma gente da areia e que vim do distante sistema de Tatooine só para esta estreia! E também para comprar um Toblerone.”. Mas também foi possível encontrar seres humanos, como Owen: “Eu nem vim tanto pelo filme, foi mais para fugir do meu sobrinho. Já estou farto de o ouvir dizer 'Ai que eu quero sair deste planeta para ir combater o Império'. Que vá! E que lhe cortem a mão da masturbação só para aprender. Mas só há-de ir por cima do meu cadáver... e do da minha mulher... queimados os dois”.
Além de animais racionais, irracionais e um ser com seios chamado Leia, encontrámos ainda um robô vestido à nazi comunista. Questionado sobre se este filme não corria o risco de ser um fiasco, ele tentou estrangular-me e disse “A tua falta de fé na Força preocupa-me”. Porém, ficou pela tentativa de estrangulamento. Levantar a mão e apertar o ar não só não resulta como é estúpido.
E perante tanta estupidez junta, resta uma conclusão acerca deste filme: We are doomed!
28.5.11 | 1 comentários

Leónidas Trujillo é eleito presidente da República Dominicana e eu aproveito a oportunidade para gozar com o nome Leónidas.

Written By Tiago Lacerda on sábado, 21 de maio de 2011 | 21.5.11

Foi uma noite eleitoral estafante, aquela que decorreu ontem na República Dominicana. Vários relatos independentes apontam que o dia de eleições foi de tal ordem atarefado que os Dominicanos apenas puderam tomar 35 banhos nas suas águas paradisíacas, e apenas 5 em cada 6 tentaram evadir-se para os Estados Unidos. O vencedor da contenta (dito assim parece que estava montado num cavalo negro com uma grande lança, mas a verdade é que isto não se passou. O cavalo era branco) foi nem mais nem menos que Leónidas Trujillo, que surpreende assim tudo e todos mas sobretudo os seus pais, que se tivessem achado que ele algum dia chegaria longe na vida nunca lhe teriam dado um nome destes.
Ainda a votação estava a decorrer e pelas ruas já corria o rumor de que seria Leónidas o vencedor. Talvez isso se devesse, contudo, a uma tendência peculiar que os dominicanos mostraram: ao que parece Leónidas nem precisava de ter gasto dinheiro na campanha. As armas apontadas à cabeça dos votantes chegaram bem para ele vencer esta eleição democrática. Quando soube da vitória, Trujillo mostrou-se muito surpreendido, o que serviu para mostrar ao povo dominicano que o seu novo presidente pode ser um pulha, é verdade, mas ao menos é também um actor de mão cheia.
Como as únicas informações que disponho sobre a eleição de Leónidas Trujillo são estas, propunha ao leitor que me acompanhasse nessa transcendente viagem que é encher chouriços com o perfil de um candidato presidencial. 
Leónidas Trujillo, além de ter um nome apropriado para uma marca de pastilhas elásticas, tem também um bigode. Sei o que leitor está a pensar, se calhar estou a dar informações a mais e já estou a entrar no campo pessoal. Mas repare, leitor, Leónidas Trujillo tem mesmo um bigode. E não é um bigode qualquer, é um bigode conhecido no mundo da política capilar como “Hitler mariquinhas” ou ainda “meia dúzia de pelinhos ridículos debaixo do nariz”. Por fim, e agora sim com medo de partilhar demasiada informação, queria só apontar um facto ao leitor: Leónidas Trujillo, além de saber tocar baixo muito bem, é a cara chapada de Oliveira Salazar. E quando digo chapada não é ao calhas. Com um nome destes, o mais certo é as feições de Leónidas terem mesmo sido moldadas ao tabefe. Nada que Salazar não merecesse. Enfim, oportunidades que se perdem.
21.5.11 | 0 comentários

Índia descoberta por indivíduos que nunca foram ao Barreiro


Foi num clima de festa e alguma embriaguez sórdida que os portugueses festejaram mais um triunfo internacional. Não, o FêCêPê não ganhou mais nenhum caneco, e mesmo que ganhasse não se falava de portugueses a festejar bêbados. Para isso existe o Benfica. Falo, obviamente, da chegada da armada de Vasco da Gama a Calecute. Porém, a folia inicial dissipou-se quando Vasco perguntou pela Madre Teresa e os nativos lhe responderam “Isso é em Calcutá, sócio!”. O semblante carregado tomou conta da armada lusa mas não por muito tempo, pois afinal de contas havia mulheres todas nuas à frente deles.

Fome, miséria, call-centers. Estas foram algumas das realidades por que Vasco & Cia. não passaram, pois foram recebidos na Índia como heróis. Heróis não só por terem atravessado “mares nunca dantes navegados” para ali chegar, como também por o terem conseguido perdendo somente “uma catrefada de marinheiros” por escorbuto e “outros tantos que saltaram das caravelas com medo de apanhar escorbuto”. Em exclusivo ao Jazigo, o comandante marujo Pinto Salgado afirmou “Só tenho a dizer que estamos felizes porque sim, e que não admito piadas com o meu nome”. Nisto um indiano aproximou-se e perguntou ao comandante “Importa-se de ser o primeiro acepipe genital de sempre?”. E foi este o momento da mudança. Os colegas de viagem de Pinto Salgado começaram-se a rir e o pobre coitado foi meter-se de molho… peço desculpa, foi para a sua tenda embirrado.

Quanto a Calecute propriamente dita, Vasco da Gama pouco ou nada tinha a dizer: “Olhe, sabe, sobre Calecute eu pouco ou nada tenho a dizer”. Com uma notícia para acabar e um comboio para apanhar, perguntei ainda ao marinheiro, se bem que de forma rápida, quais eram os planos para o futuro na Índia, ao que o te-te-te-te-tetra-avô de Luís Amado declarou: “Bom, para já estamos a pensar nuns outsourcingzitos, pois Portugal está a precisar de médicos especializados em doenças terceiro-mundistas que dêem consultas à distância. Você sabe: peste, varíola, vontade de construir passarolas… Depois também tencionamos descobrir uma iguaria qualquer que deixe as pessoas a bufar pelas orelhas, e que lhes provoque mais doenças que só os médicos em outsourcing podem tratar. Para finalizar, mas só se tivermos tempo, ainda queremos passar a fronteira para o Paquistão e dar cabo do canastro ao Bin Laden. Esse maldito pirata afundou-nos mais navios do que o Adamastor e o monstro do Loch Ness juntos”.

Com todos os dados recolhidos, fui tratar de apanhar o comboio a Nova Deli com destino a Paris. Quase que o perdia: não porque ele já tivesse partido, que já tinha; não porque fosse depressa, porque é fácil apanhar em andamento um comboio que vai a cinco à hora. Quase que o perdia porque nunca tinha visto um comboio com as carruagens dispostas em posições do Kamasutra, e perante aquele espectáculo soberbo, aquela maravilha deste mundo e de todos os outros, até me esqueci qual era a minha carruagem: a “bigorna” ou o “carrinho-de-mão”.
21.5.11 | 0 comentários

Livro de auto-ajuda autodestrói-se por culpa de luso-brasileiro e um hífen

Written By Sérgio Pereira on sábado, 14 de maio de 2011 | 14.5.11


Ei-los! Os leitores supra-sumos deste blog! Aqueles que não se rendem às histórias do arco-da-velha e recorrem a este espaço para recolherem a informação que realmente interessa. Escuso de encher mais chouriços esperando-os, pois agora no mesmo espaço encontramo-nos (e o meu tipo de escrita com o de Yoda parece-se). A vocês, caros co-cidadãos de nação e/ou espírito, um grande bem-haja pela preferência. Agora que já fiz a minha parte de deitar o livro de auto-ajuda ainda mais abaixo, vamos à história.

O dia 13 de Maio amanheceu glorioso para um livro de auto-ajuda como tantos outros que existem neste mundo. Este em particular chamava-se Livro de Auto-Ajuda: um manual de orientação para que os leitores se possam auxiliar a si mesmos em tópicos variados da sua vida nos quais tenham um qualquer tipo de problema modelar e por isso abordado nesta obra, e estava alegre porque esse era o dia em que seria apresentado ao grande público: a família do autor, Eustáquio Perafita. Mas o Livro de Auto-Ajuda não estava sozinho. Consigo seria igualmente distribuído outro livro, muito mais pequeno, intitulado Subtítulos Excessivamente Extensos: um guia para a compreensão de descrições complementares a um título literário que são demasiado longas e deixam os leitores confusos pela falta de pontuação e repetição da mesma ideia se bem que com palavras diferentes. Resumindo, era um grande dia, cheio de apresentações de obras literárias de gabarito mundial e que supostamente deixariam Eustáquio Perafita com os bolsos cheios graças a pessoas pacóvias que julgam mesmo que tais livros são capazes de prestar um qualquer tipo de apoio e apresentar soluções válidas para problemas tão genéricos e gastos que até um escaravelho hermafrodita com três olhos teria.

Era mas não foi. Um grande dia, entenda-se. Caramba, leitor, preste atenção àquilo que escrevo! Está lá de forma tão sintetizada e explícita! Mas não foi porque tudo o que era suposto correr bem, correu mal. A família de Eustáquio não apareceu porque foi toda até Fátima. Pelos vistos a auto-ajuda lá é melhor. Além disso, os Perafita sempre sonharam ver Roberto Leal ao vivo cantar à Nossa Senhora (viram como resolvi logo a questão do luso-brasileiro? Agora só falta uma parte). Além do problema da falta de público que aplaudisse os livros cujos títulos e subtítulos não vou repetir, apareceram vários senhores vestidos de mecânicos e muito entusiasmados. Apenas quando ia começar a apresentação é que Eustáquio percebeu o porquê da situação. Um erro na impressão fez com que o título do seu livro ficasse Livro de Auto Ajuda. Só isto não seria grave, não fosse o caso de a pessoa que imprimiu ter achado que o título não batia certo com o subtítulo, e por isso ter alterado ambos para Auto Ajuda: o manual essencial para indivíduos que chamam sempre ajuda para mudar um pneu furado entenderem alguma coisa de veículos.

Enquanto o ex-futuro-possível-Prémio Nobel Eustáquio Perafita explicava aos indivíduos fardados de mecânicos que o seu livro nada tinha a ver com automóveis, o outrora Livro de Auto-Ajuda decidiu que nada fazia sentido e comeu as letras escritas nas suas páginas. Enquanto arrotava um “T” (esses malditos gostam de ficar entalados na garganta), o Livro de Auto(-)Ajuda declarou em exclusivo ao Jazigo “Literatura light nunca mais! Vou virar-me para algo mais sossegado, como ser um diário, ou um bloco de notas, ou o programa eleitoral do Bloco de Esquerda. Ah ah ah! Esta agora foi gira, se calhar vou virar um livro cómico. Mas primeiro, deprimir um pedaço com a situação de hoje e comer tudo o que me aparecer à frente”. Posto isto, virou-se para o livro complementar Subtítulos Excessivamente Extensos e começou-lhe às trincas, mas a meio do subtítulo – mais concretamente com o “complementares”, esse enfarta-burros - ficou cheio.
14.5.11 | 0 comentários

Desfile de moda religiosa anima Israel


Realizou-se ontem à noite, em Israel, sobre os brilhos glamorosos das explosões de bombas e flashes ofuscantes de AK-47, o Segundo Desfile Internacional de Moda Religiosa. O evento organizado pelas grandes casas de costura religiosas (com destaque para a já antiga “Batinas e Batidas – para feiras masoquistas”) teve um enorme número de participantes, todos eles curiosos sobre as formas como os religiosos irão amar Deus neste Outono-Inverno.
A primeira congregação a subir ao palco foram as Carmelitas Testudas, a famosa congregação que apenas aceita irmãs que sejam muito devotas e tenham ao mesmo tempo testas onde se podia, caso se fizessem uns buracos (e em Israel buracos na cabeça não são nada difíceis de arranjar), jogar umas belas e sagradas partidas de snooker. As Cabeçudas, como também são conhecidas, optaram por manter um traje muito tradicional usando batinas de ráfia castanha e enfeites simples nos planetas que gravitam à volta das suas cabeças. As modelos escolhidas não eram especialmente belas e por isso o júri atribuiu-lhes um bónus de decência. Após o desfile ouviram-se vozes de descontentamento que clamavam que “assim é batota, e é uma vergonha!! A Vanessa Fernandes nem crismada é!!” mas o júri decidiu, esta decidido! (O senhor juiz do antigo programa da SIC por acaso também estava entre a audiência. Está gordo...!)
As segundas temerosas a Deus a subir a passerelle foram as Virgens Re-construídas, a congregação que apenas acolhe mulheres cujo hímen tenha sido reconstruído para parecer que são virgens quando toda a gente sabe muito bem que são umas belas de umas badalhocas. Com a sua sempre característica atitude de provocação, as Virgens Re-Construídas escolheram modelos que eram só mais ou menos feias (mesmo para provocar!!) e também nos trajes foram ousadas sendo todos eles à base das batinas de ráfia castanha.
Estas duas primeiras mostras tinham deixado o público contente com o espectáculo mas pouco entusiasmado com o que via. Foi só depois de muitos e muitos desfiles que o momento alto da noite chegou, o momento que iria levar, quer o público quer o mundo da alta-costura religiosa, ao rubro. Eram 4 da manhã, quando as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus Salteado com Lentilhas subiram ao palco. O delírio foi total. As maravilhosas batinas (de uma magnífica ráfia castanha!) deixaram todos estupefactos com a sua beleza. Os buços capazes de ombrear com o bigode do Toni levaram muito padre a desmaiar de emoção. As cavidades bocais sem dentes, e as outras cavidades tapadas com cerca de 500 metros de tecido, levaram à loucura uma audiência apostada em gostar da apresentação e em amar a Deus como se não houvesse amanhã.
Foi só de madrugada que o júri revelou a sua óbvia decisão. Venceram as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus Salteado com Lentilhas, numa disputa onde não tiveram adversários à altura.
Por mim e por esta notícia é tudo, Tiago Lacerda out!!! *vomita ao lembra-se da imagem de tanta freira junta*
14.5.11 | 0 comentários

Leonardo Da Vinci morre. Reencarnação como Rato Mickey é hipótese.

Written By Tiago Lacerda on sábado, 7 de maio de 2011 | 7.5.11

Leonardo Da Vinci morreu ontem à noite, vítima de uma doença prolongada que ele próprio criou. A maleita conhecida pelo seu criador como “aquela merda que tu tiveste a linda ideia de inventar, Leonardo!”, já vinha afectando o pintor\escultor\cientista\body builder\decorador de interiores usando apenas papel de alumínio\orador\larilas\escritor\professor\escritor de livros sobre como ser um - pintor\escultor\cientista\body builder\decorador de interiores usando apenas papel de alumínio\orador\larilas\escritor\professor com sucesso, há alguns anos, mas apenas ontem levou de vencida Leonardo ao ganhar-lhe no braço de ferro.

Ao saberem da notícia, milhares e milhares de pessoas ficaram absolutamente na mesma. Mas houve pelo menos umas três que ficaram com uma cara mais carregada do que o habitual (embora isso também possa ser devido a prisão de ventre que nesta altura do ano, segundo ouvi dizer, é muito comum). Em Itália, pátria de Da Vinci (e que já que estamos nisto podemos confirmar que Da Vinci, ao contrário do que dizem algumas bocas sujas, nunca foi ao Brasil, Praia e Bissau, a Angola ou a Moçambique, uma vez que a “Rua Direita” foi o mais longe que alguma vez esteve de sua casa), houve mais consternação e mesmo dor com o espantoso número de quatro (sim, leu bem, quatro!) pessoas a ficarem devastadas.

A estas incontáveis almas sofredoras o Jazigo traz, no entanto, boas notícias. Depois de saber da morte de Leonardo achei por bem, até por uma questão de sensibilidade e brio profissional, invadir-lhe a casa e roubar-lhe todos os documentos que conseguisse. E fico feliz ao afirmar que descobri numa série de papéis empoeirados um plano de Da Vinci que prevê o seu regresso a Itália após a sua morte. Num estilo nada à la “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, Da Vinci planeia voltar ao mundo dos vivos reencarnando nada mais nada menos que num rato. Que tipo de rato, não sabemos adiantar, mas é claro que Da Vinci se recusa a voltar para um rato que não use calças. E assim sendo restam-nos três hipóteses: rato Mickey, Topo Gigio e Cicciolina. 

“Acho muito difícil que o Da Vinci reencarne no corpo do Mickey, ele era homossexual, e o Mickey apesar de ter uma relação no mínimo estranha com o Pateta, anda envolvido com a Minnie”, disse ao Jazigo das Noticias o professor Abílio da Fonseca, conhecido especialista em reencarnações de pessoas renascentistas. “Agora o Topo Gigo é sempre uma opção. É um rato, usa calças, é italiano, e tem um dos ares mais rabetas que eu já vi. Resumindo, tem tudo para receber em si o Leonardo Da Vinci”. Quanto à possibilidade de Leonardo Da Vinci reencarnar no corpo de Cicciolina é afastada de forma veemente por Abílio da Fonseca: “Isso era passar de cavalo para burro. O Da Vinci podia ser muita coisa, agora parvo é que não era!”.

O Jazigo das Notícias continuará a seguir este caso e se surgirem novos dados, ou se nos apetecer apenas vender mais usando para isso o sensacionalismo como ferramenta, postaremos aqui todos os detalhes.
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Templário embriagado perde túmulo da filha de Jesus


A comunidade católica está em festa, em parte porque todos os dias é dia de um santo qualquer. Mas esta festa também acontece porque desapareceram todas as provas de que Jesus era apenas um ser humano. As fotografias em que se podia ver o Messias a arrear o calhau foram destruídas, os relatos áudio de amigos dizendo que Ele gostava de frango frito com piri-piri foram destruídos por Pinto Monteiro (não se sabe se os conteúdos de fotografia e áudio estão relacionados), e na última terça à noite foi dado o golpe definitivo.

Gianluca Cornigallutti, um templário de 33 anos, encontrava-se com um pelotão responsável por guardar o túmulo de Sara Cristo, suposta filha de Jesus, e o Santo Sudário – ou, como os guerreiros lhe chamam, “este trapo que já cheira a mofo”. Os templários dirigiam-se para o Instituto Ricardo Jorge, no Porto, onde seriam feitas análises de ADN para comprovar o parentesco entre Jesus e Sara. Na última paragem da viagem, na Mealhada, os templários encheram o bandulho de leitão e Casal Garcia. “Não conseguimos evitar, aquele restaurante com a publicidade de um porco bebé sorridente vestido à cozinheiro estava a chamar por nós!”. Gianluca, pouco habituado a este tipo de vida boémia, rapidamente acusou o excesso de álcool, ao ficar em roupa interior, subir para cima de uma mesa e cantar “O meu chapéu tem três bicos”, com um focinho de leitão a servir de microfone.

A partir daqui foi a desgraça. Anjos, Paulo Gonzo, André Sardet, Tonicha, a noite de Karaoke seguiu por caminhos pouco ortodoxos. Ainda a noite só tinha começado – eram três da manhã – quando Gianluca saiu para as traseiras do restaurante e expulsou a enorme quantidade de bebida que tinha ingerido, bem como aqueles M&M’s que tinha comido há 20 anos. A mistura de vinho branco, chocolate e amendoim levantou um cheiro nauseabundo que se espalhou pelas redondezas. Mas o mais atingido pelo odor foi Arlindo, o cavalo dos Templários que carregava o reboque com o caixão de Sara Cristo e o Santo Sudário. Afectado profundamente pelos aromas do Diabo, Arlindo ficou tão irrequieto que se soltou das correias que o prendiam a um poste, e saiu disparado rumo a um destino longínquo e misterioso: Vila Nova de Poiares. 

O reboque foi encontrado vazio em Penacova, enquanto que Arlindo foi visto numa patuscada com dois esquilos e um louva-a-Deus em Arganil, e com o Santo Sudário a fazer de toalha de mesa. O caixão foi dado como perdido pelos Templários, e a Polícia Judiciária já se encontra a investigar o seu paradeiro. Só que o livro sobre o caso que vai ser lançado na próxima semana por Gonçalo Amaral, intitulado “Sara – A Mentira na Dúvida sobre se é Verdade”, promete não ajudar muito a investigação. Destaque ainda para a companhia de seguros dos Templários, que já veio a público afirmar que “o contrato não cobre perdas de cadáveres por parte de mamíferos quadrúpedes”, e o máximo que podem fazer é emprestar, por uma semana, um animal de transporte: o burro Julião.
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O outro projecto destes dois dementes

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