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Aquele país independente que nos deu tantas tristezas finalmente serve para qualquer coisinha de jeito*

Written By Sérgio Pereira on sábado, 25 de junho de 2011 | 25.6.11


O Papa Júlio II está com miúfa. Chegado à idade da reforma, o santo padre receia que a poderosa família Borgias se vire novamente contra ele e lhe roube a pensão de 200 moedas de ouro e dois garotos fresquinhos por mês. Não que esteja a pensar retirar-se da sagrada cadeira, bem pelo contrário. Diz sentir-se tão bem de saúde que só um leão o conseguiria mandar abaixo. Um leão ou uma febre. Ou um Borgias disfarçado de leão ou febre.
Exactamente pelo receio de a sua vida estar em perigo, Giuliano della Rovere, conhecido como Júlio II entre os católicos e Aquele Senhor Importante Que Me Mandou Para A Fogueira entre os hereges, vai fazer algo que nunca nenhum Papa fez e que é até proibido pelas regras da Igreja: admitir que tem uma filha. Além disso, também mandou arranjar-se “200 guardas mercenários suíços para protegerem os Estados pontificados”. Pelo menos foi essa a desculpa que deu, pois escrever em acta “200 guardas mercenários para estarem alerta aos perigos que rodeiam o meu santo rabo” ficava mal, e se viessem por esse motivo então não tinham descanso. Vocês sabem, por causa dos garotos fresquinhos.
Logo após o anúncio de Júlio II, o reboliço na Suíça tornou-se gigantesco. Afinal de contas, qualquer ordem papal = bufa… bula que venha de Itália provoca gigantescas avalanches no estado helvético. E o que é que as avalanches fazem? Destroem tudo à sua passagem. E dão boleia a pessoas, incluindo mercenários, porque bolas gigantes de neve não são preconceituosas, ao contrário de terramotos que só atacam asiáticos, afro-americanos e terrori… paquistaneses. O ajuntamento de árvores, casas, animais, pessoas e mulheres apanhados pelas avalanches deu-se na cidade de Lugano. Vendo que havia ali uns quantos mercenários (e também umas crianças recém-órfãs, por isso com todas as condições para se tornarem em patifes ou guardas papais, se bem que a diferença não interessa), os responsáveis católicos depressa organizaram um casting. Após alguma discussão, alguns murros e duas aves-marias para se redimirem da violência, os clérigos lá chegaram a um entendimento: o júri seria constituído pelo padre Yves Petit-Pipi, o abade Luc Etmi e Pedro Boucherie Mendes.
Os candidatos foram obrigados a cumprir quatro missões muito simples para impressionar o júri (ou, pelo menos, provocarem um bocejo a Boucherie) e serem escolhidos para a Real Guarda: primeiro tinham de se sentar junto a uma fogueira e ler a Bíblia, sem ceder à tentação de a queimar; em seguida deviam saltar à corda enquanto citavam o nome de todos os santos existentes; havia ainda um concurso de tiro, em que tinham de acertar em preservativos que tinham feito mulheres grávidas de reféns; e por último tinham de cantar a “Estupidamente Apaixonado” do Toy até a cabeça de um esquilo explodir.
Poucos foram os que resistiram até ao fim, e mesmo os que aguentaram os três primeiros desafios viram a sua cabeça explodir com a melodia da música do Toy. O luso-descendente António Machon foi o único que conseguiu passar com mérito os quatro desafios - em parte porque, como luso-descendente, já está habituado às mais horrorosas melodias de Tony Carreira; e também porque, no último desafio, enfiou dois preservativos intactos nas orelhas. Machon vai preparar-se agora para ser guarda papal, e passará por inúmeros testes médicos. Também vai haver alguns testes científico-experimentais com o seu corpo, mas disso ele não sabe por isso guardem segredo. E vamos esperar que não haja problemas com o registo civil, já que alguém o inscreveu como António Maxon, mesmo que ele muito insistisse que “o meu nome não leva X”, “tirem o X se faz favor” e “corrijam o erro antes que lhe enfie o X…” o meu telemóvel e já não ouvi a última parte desta frase. Era da TMN, mandei-os levar no cu.


*Este título é dedicado a um amigo dos co-autores do Jazigo, que por motivos óbvios não iremos identificar. E não, a qualquer coisinha de jeito não és tu, Fábio Gomes.

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