Hi quest ,  welcome  |  sign in  |  registered now  |  need help ?

Facebook


Imperadores do mediterrânico: A maldição abbabascada

Written By Sérgio Pereira on sábado, 16 de outubro de 2010 | 16.10.10

Liberdade, igualdade, fraternidade, saco de pancada e ilhas paradisíacas. Assim se pode resumir a vida de Napoleão Bonaparte até ao momento, 16 de Outubro de 1815. Monarquias desaparecem, repúblicas despontam, burgueses enriquecem e o imperador vive à grande e à francesa.
Bonaparte pode mesmo comparar-se a Santana Lopes: mesmo não estando aqui, andará sempre por aí. Mas muitas têm sido as críticas pelo que ele tem feito por aí quando não está aqui. Da primeira vez que foi deposto do poder, o imperador da boina castiça e cavalo branco exilou-se na exótica ilha de Elba. Tudo porque “depois da sova que levei dos russos e do frio, vai saber mesmo bem uns dias amenos de praia com areia nos collants”. Mas cedo o herói da Revolução Francesa se fartou da ilha italiana, pois comer massa todos os dias cansa. Além disso, nem a pessoa mais paciente e complacente do mundo aguentaria um ano seguido vivendo no mesmo país que Silvio Berlusconi. São demasiadas piadas de mau gosto, e para mau gosto já chegam as camisas de Cláudio Ramos. O que tem uma coisa a ver com outra? Berlusconi e Cláudio Ramos estavam bem era juntos no mesmo saco, no fundo do rio Elba, que não tem nada a ver com a ilha a não ser terem o mesmo nome e estarem no mesmo continente. Mas já me perdi.

Lá partiu Napoleão, pronto para uma nova investida em França, com vista a recuperar o poder. E conseguiu, cerca de um ano depois de perdê-lo. Nem Vasco Gonçalves seria tão brilhante. Só que, mais uma vez, o futuro não iria sorrir a Napoleão. Pelo contrário, o maldito preferiu mostrar a língua e fazer caretas ao estadista. Assim fica provado que o destino é uma criança: só quer empapar-se em doces, fazer xixi nas calças e apenas com umas palmadas valentes é que aprende a respeitar os adultos. Contudo, e mesmo sendo um excelente chefe de estado, Bonaparte pecava por escassez em qualidades parentais de entidades abstractas. O seu sonho não morreu na praia nem nas montanhas, mas sim na Bélgica. “De todos os sítios no mundo, de certeza que não era aqui que previa o meu fim. Deve ser mesmo o pior cenário imaginável. Preferia cair na Grécia ou no Egipto, ao menos era humilhado num panorama agradável, pertencente a duas grandes civilizações como a França nunca será, pois aqui têm todos um feitio insuportável que já nem uma pessoa pode tentar ser imperador à força toda. Por isso é que este país não anda para a frente, por causa da mesquinhice e do buço no rosto.”. Após Waterloo, Napoleão exilou-se ontem, dia 15, na ilha de Santa Helena, também esta nada extravagente e confortável. “Isso são pessoas com inveja que já estão fartas de ver todos os dias os Champs-Élysées e um corcunda a tocar ao sino. Não tenho culpa que essa gente não arranje uma vida e tenha de andar a comentar a dos outros. Já que se quer chegar a esse cúmulo, então alguém invente um tipo de revistas que só faça isso.”. Não atentem nas palavras deste homem acabado, não é preciso chegar a tal descalabro social. “Você é que puxou assunto, falando há bocado do Cláudio Ramos.”. Pxxxt homem, não invoque o nome do demo em vão.
Como o tempo de satélite se me estava a acabar, bem como a água de côco misturada com gin que tinha no copo, restava-me apenas uma pergunta a Bonaparte: que terá em mente o bi-ex-imperador francês após este novo fracasso? “Vou tentar não apanhar sífilis nem que uma banda sueca de qualidade duvidosa faça sarno de mim.”. Objectivos realistas, mais do que aqueles que Costinha apresentou no início da época. “O meu Ajaccio dava cabo do seu Sporting.”. Não estique a corda antes que lhe enfie esta garrafa de arsénio pela goela abaixo, está bem?

0 comentários:

Enviar um comentário