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Abriu a Mercearia Luna Libre, mas será que há alguém lá fora?

Written By Sérgio Pereira on sábado, 24 de julho de 2010 | 24.7.10


Foram quatro dias de viagem muito intensos e extenuantes, mas para alguns pareceu somente um piscar de olhos. Falo obviamente do cubano, campeão mundial do jogo do sério, que só precisou de piscar os olhos uma única vez na viagem para a Lua. Foi precisamente na aterragem, quando uma nuvem de pó se levantou, entrou pela janela aberta da nave Apollo 11 e afectou as narinas do cubano, muito susceptível a alergias. No momento do espirro piscou os olhos, pois toda a gente sabe que só as mulheres conseguem manter os olhos abertos durante a esternutação.

A viagem decorreu sem incidentes. Ou melhor, quase. A meio do trajecto, quando tiveram de abastecer, Michael Collins aproveitou a paragem na estação de serviço para comprar uns acepipes e uma garrafa de whisky maltês. Por azar, no preciso momento em que Mike fazia as compras, o Gang dos Cometas sem Cauda entrou pelo estabelecimento e levou todo o dinheiro que havia na caixa registadora e na carteira do astronauta. Valeu a Collins o velho vício de guardar uns trocos no bolso secreto do fato espacial, que fica entre o umbigo e o escroto.

De volta à nave, o resto da viagem foi passado ao som do grande clássico dos Pink Floyd Astronomy Domine. Após umas passas num cachimbo (o cubano ficou-se pelos charutos), lá iniciaram a descida final. O início dessa manobra foi algo atribulado, pois o piloto Michael Collins queria destruir os asteróides e elefantes cor-de-rosa que lhe apareciam à frente, o que mais parecia uma primeira versão ao vivo e a cores do jogo retro Space Asteroids. Buzz Aldrin e Neil Armstrong rapidamente acudiram e evitaram a tempo a caída num buraco negro. Apesar de terem estado às portas da morte, os três compinchas acharam tanta piada ao sucedido (e ao facto de um dos dinossauros cor-de-rosa estar a fazer uma lap dance a um asteróide) que se rebolaram no chão da nave a rir às gargalhadas por um bom par de minutos. O cubano fartou-se daquilo e, como estava a dormir quando pararam na estação de serviço e tinha pressa para urinar, acabou por ser ele a aterrar a nave espacial. Depois de o fazer saiu pela mala da nave e foi despejar a bexiga.

Ao mesmo tempo os astronautas saíam pela porta da frente, ainda agarrados à barriga de tanto rir. O primeiro a sair foi Neil Armstrong, que disse “Por acaso nem me importava que aquela dinossaura me fizesse uma dança privada.”. Mike e Buzz desataram de novo a rir, e Aldrin acabou por ser atingido com um espicho da urina que o cubano expelia (isto já se sabe, a gravidade na Lua é o que é). Os dois desataram imediatamente à luta e foram parar ao lado negro da Lua. Ficaram tão assustados com o que viram que voltaram logo à nave. Os Pink Floyd acabariam por, anos mais tarde, lhes dedicar a música Brain Damage. Foi só no dia seguinte que, entre ressacas e nódoas negras, pensaram na frase que Neil tinha proferido, as primeiras palavras na Lua, e chegaram à conclusão que não era bestial. Depois de Mike sugerir a declaração exclamativa “Man, ‘tar ganzado na Lua é altamente!”, o cubano pregou uma direita no piloto que o pôs a dormir. Passadas dez horas e três garrafas de gin, concordaram com relutância com a frase “Um pequeno passo para o Homem, um grande salto para a Humanidade”.

Esperamos agora o regresso destes heróis a casa, sãos e salvos. Excepto o cubano, que já abriu uma mercearia lá na Lua e pretende mesmo montar lá vida, casar, ter filhos e entrar no Gang dos Cometas sem Cauda para ganhar um dinheiro extra, pois negócios no espaço não são muito rentáveis.

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