Qual é o melhor héroi? O que triunfa sempre ou o que devido à sua profissão pode apanhar Sida? Pessoalmente prefiro o segundo, só porque gosto que os meus super-heróis façam inteligentes alusões à morte de Freddie Mercury. Também aprecio super-heróis que não tenham doenças, claro, mas ninguém me tira da cabeça que se o Super-Homem tivesse gonorreia a história ficava muito mais gira. Ora o senhor E.C. Segar parece ser da mesma opinião que eu, caso contrário não teria criado a banda desenhada que sai hoje pela primeira vez para as bancas. É uma BD original, cujo principal protagonista (Popeye) é um marinheiro. Um passo arriscado por parte do autor até porque a maneira como a estrutura está feita pode perfeitamente vir a afastar o público, senão vejamos.
Para começar temos como personagem principal um marinheiro. Dois possíveis riscos aqui: Esta personagem pode passar o livro todo a dizer “Isto já se sabe que a pesca não dá nada, e depois ainda por cima há as quotas da UE que me dificultam imenso o trabalho mesmo sendo eu americano”. O que convenhamos seria uma chatice. E se as pessoas quissesem ler um livro que é todo ele um queixume sem parar, liam Karl Marx e não banda desenhada. O segundo risco que este super-herói com tatuagens corre é ser apenas aceite pela comunidade Gay. É que convenhamos todos sabemos que tipo de brincadeiras se passam em alto mar quando homens estão fechados no mesmo espaço diminuto por meses. Quer dizer, eu não sei, mas já ouvi dizer que por lá se fazem coisas que deixariam o Carlos Castro corado de vergonha (se ele ainda pudesse claro). Depois há uma tensão sexual mal resolvida entre Popeye e Brutus que em nada é disfarçada pelo suposto interesse que estes têm por Olivia Palito, uma mulher de tal forma feminina que deixaria muita filha do Nené envergonhada. Não, agora a sério, não podia ter feito a boneca minimamente sexy? Pessoalmente já vi velhas de 70 anos com mais sex appeal que Olivia Palito. E não estou só apenas a escrever isto porque tenho um caso com uma e lhe quero ficar com o dinheiro. Não, nada disso. Também quero ficar com o carro e a casa em Malibu. Mas deixemos o meu tormento (quanto mais tempo irá o raio da velha viver?) e continuemos a noticiar este acontecimento cultural.
Aquando da apresentação da BD à imprensa (num cais abandonado que se não fosse por uma meretriz ou outra teria sido o cenário ideal), o autor mostrava-se esperançoso que estes pormenores não afastassem o público. “Não, não penso que afastaram o público” - disse Segar em resposta a uma pergunta de um jornalista da revista “Cocks, Cocks, Cocks – Galos em estado selvagem”- “penso até que esta será uma história para toda a família, pois tem mensagens subliminares muito educativas. Quando um jornalista da revista “Willie,Willie,Willie – Fundada por Willie Willie para todos os Willies” lhe perguntou que tipo de mensagem era essa, o autor limitou-se a responder “Espinafres.” - de modo seco e até com algum desprezo. A conferência de imprensa estava quase a acabar quando de repente, numa súbita excitação irracional, o jornalista da “Jerk, Jerk, Jerk – uma revista para idiotas” se levantou de repente e exclamou sem se conseguir conter “ O Batman é que é!!”.
A partir daí foi a confusão. Alguns batiam no pessoal da Jerk, outros afagavam os Cocks (aleijaram-se ao cair das cadeiras) e vi mesmo ser cortada a cabeça a um dos membros da revista Willie, mas esse como era judeu ninguém achou que fosse um problema por aí além. *
A primeira edição de Popeye sai amanhã e oferece de forma gratuita um preservativo (por nenhuma razão em especial).
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