À medida que o presidente é cumprimentado telefonicamente por todos os grandes líderes mundais, a sua família começa a aproveitar-se de ser a familia do presidente. Com estes olhos de jornalista que a ciência há-de preservar para sempre, vi eu dois imberbes Kennedys apalparem as senhoras do catering que iam passando. Tudo bem, eram realmente aquilo a que nos anos 20 se chamava de “jeitosas”, mas isso não é razão para lhe encherem a blusa de baba de camelo e lhe irem lambendo os peitos enquanto a senhora exasperada exclama que só quer trabalhar.
Quando um fax chegado da redacção me avisou que Nixon estava prestes a entrar na sua sede de campanha, saí e dirigi-me à mesma. Quando lá cheguei o contraste entre o ambiente das duas sedes não podia ser mais distinto. A sede de campanha de Nixon parecia um antigo ginásio abandonado. A música era inexistente, o ar era frio e um cheiro a suor impregnava o ar. Correntes de ar carregadas de tristeza e planos para arrombar hotéis começados por W levaram Nixon até ao pódio onde a custo proferiu o seu discurso de derrota.
Enquanto Nixon (ainda a suar como eu nunca vi ninguém) fazia o seu discurso mais e mais pessoas foram aparecendo para apoiar o vencido candidato à presidência dos Estados Unidos. Achei estranho foi que todos insistissem em vir vestidos de negro e em entrar pelas janelas superiores como se isto fosse um assalto qualquer. Deve ser por causa desta demoníaca moda dos ninjas!
Finalizada a cobertura das eleições dirigia-me para casa ao pé coxinho (era sexta-feira e eu às sextas vou sempre para casa ao pé coxinho) quando tropeçei num sinal de propaganda e caí. Estendido no chão com uma perna ferida, dei por mim a contemplar a lua cheia dessa noite. Quão longe estaremos de chegar à Lua? De atingir o céu? Não sei, a humanidade ainda deve demorar, mas os imberbes Kennedys a esta hora já embarcaram para o céu a bordo do barco de maravilhas presente no meio das pernas da senhora do catering.
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