Começou. Eram cerca de duas voltas atrás do sol na Praça do Comércio ao pé-coxinho quando Fernão de Magalhães começou a sua incrivel jornada que o levará a dar a volta ao mundo. Ou a ser comido pelo Adamastor, ou até quem sabe a perder aqueles quilinhos que tem a mais. Enfim, Fernão de Magalhães partiu com o intuito de dar a volta ao mundo. Aquando da hora da partida, Magalhães apareceu no convés do seu barco onde deu uma pequena conferência de imprensa. De porte pequeno e com um tom azulado devido aos nervos declarou aos jornalistas: “Sim, sinto-me um pouco nervoso. Mas encaro esta viagem como se fosse a minha primeira experiência sexual. Sinto-me, apesar de estar curioso e cheio de medo, confiante de que o facto de estar a dormir com uma espanhola vai chatear (e bem!) os meus pais”.
A referência a Espanha veio lembrar aos jornalistas medíocres que me faziam companhia da polémica que estalou recentemente. Magalhães, apesar de ser tão português que nem o Mário Machado se meteria com ele, fará esta viagem com a bandeira de nuestros hermanos içada, algo que tem gerado muita controvérsia. “É o que acontece quando não se tem apoios! Quer dizer, há dinheiro para construir novas vias rápidas para asnos com cargas inferiores a duas pessoas com peste negra, e não há dinheiro para apoiar uma empreitada destas? Com politicas destas Portugal não se pode admirar de ver os seus melhores navegadores partirem.”
Polémicas à parte, esta expedição, caso seja coroada de sucesso, promete trazer muitas novidades ao mundo. Até porque aquando da sua partida Fernão prometeu que trazia “uma lembrançazinha para todos!” e já se sabe “o cumprido é devido se não escangalhasse o ânus do mentiroso com um vidro”.
Fernão de Magalhães estava já a meter a marcha atrás (recorrendo para isso ao novo chicote x45 que permite chicotear vários escravos de forma a que estes façam a manobra em termos) quando eu, toldado por uma súbita visão de glória, decidi subir para o barco e ir descobrir o mundo. Infelizmente, como tenho pernas curtas, não consegui e acabei por ir parar a água. Fernão, ao ver-me encharcado, teve pena de mim e voltou atrás para me ajudar. É sem duvida um humanista este Fernando. Sempre preocupado com a vida humana! Não se poupou a esforços para me tirar da água, e à conta disso acabou por morrer-se-lhe um escravo. Boa pessoa.
Depois de eu já estar seco dentro do barco aproveitei esta oportunidade única para conseguir uma entrevista exclusiva com Magalhães. Quando lhe perguntei quem era para si o melhor jogador de futebol da actualidade respondeu-me sem hesitar “Diego Forlán”. Quando lhe perguntei qual era a maior dificuldade porque passava nas viagens respondeu-me “O suor é horrível! Olha, já reparou que suor é parecido com Suarez? Sabe quem é que joga na mesma selecção que o Suarez? O Diego Forlán”. Quando lhe perguntei que maravilhas esperava ver na sua viagem respondeu “As fintas e os golos de Diego Forlán”. Quanto lhe tentei fazer outra pergunta, Fernão de Magalhães interrompeu-me e mandou-me borda fora. Pensou que eu tinha fingido cair só para conseguir um exclusivo. Nunca na minha vida me senti tão ultrajado!! Que blasfémia! Eu um jornalista que se o queixo fosse um bocadinho mais descaído poderia ser o novo Mário Crespo a fazer coisas dessas!
Sai dali furioso e fui reportar a saída do navegador Alcides rumo ao porto de Sines. Apesar de Alcides ser conhecido por não dar entrevistas consegui um exclusivo para a revista “Navegando, Remando e Amando” que me pagou bom dinheiro por ela. Como o consegui? Foi fácil, bastou fingir que um tubarão me estava a comer a perna esquerda. Caiu que nem um patinho. E eu estava no areal.
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