Hi quest ,  welcome  |  sign in  |  registered now  |  need help ?

Facebook


Os excravos já não são um cavalo de corrida

Written By Sérgio Pereira on sexta-feira, 24 de setembro de 2010 | 24.9.10


Rejubilemos de alegria e satisfação. Uma das maiores injustiças do mundo teve o seu termo a meio desta semana. Não, não fizeram um número de clones da Scarlett Johansson para que passa a haver um ratio de uma para cada homem. A seu tempo chegaremos lá. Falo sim da abolição da escravatura nos Estados Unidos da América.

O presidente Abraham Lincoln decidiu que era tempo de dar aos escravos afro-americanos aquilo que eles tanto queriam… vá, a segunda coisa que eles queriam mais logo depois de dinheiro aos montes: a sua liberdade. Lincoln e o seu chapéu chegaram a consenso numa reunião que durou cerca de três horas, sendo que duas horas e meia foram passadas a tentar descobrir o Wally no meio de 500 escravos que trabalhavam num rancho algures no Mississípi. Como já estavam a ficar cansados, o chapéu propôs “Oh Abe, e se abolíssemos a escravidão? Assim os escravos desapareciam todos da folha e apanhávamos o desgraçado da camisola às riscas num instantinho!”, ao que Lincoln respondeu “Ora bolas, chapéu! Se essa não foi a melhor ideia que alguma vez tiveste, então que alguém me espete um balázio na cabeça enquanto vejo uma peça de ópera!”. Após isto a barba decidiu meter-se na conversa e recordar a Lincoln que nessa mesma tarde o chapéu tinha sugerido a clonagem da Scarlett Johansson, por isso era melhor repensar aquilo da melhor ideia e bala no bucho, mas o chapéu insurgiu-se com um “Não, não! Está dito, está dito, não há cá volta atrás!”, ao que Lincoln se conformou dizendo “É justo. Afinal é essa a regra principal das apostas entre seres humanos e objectos inanimados.”.

Mas, obviamente, esta medida não agrada a todos. Para amanhã espera-se já uma gigantesca manifestação em frente à Casa Branca. Manifestação de quem? De cavalos, pois claro. Quem mais poderá sair prejudicado com a abolição da escravatura? Ora pensem lá bem comigo: que uso dar aos chicotes? Mais corridas de cavalos. Que uso dar às barracas onde os escravos não dormiam? Transformá-las em estábulos, se é possível chamar tal coisa a um conjunto de barrotes de madeira em estado precário. Quem é que vai passar a carregar aqueles baldes pesadíssimos com as colheitas do campo? O dorso dos cavalos – ou, se o dono do rancho não for muito rico, o dorso dos burros, que é da mesma família dos cavalos, primos ou coisa assim. Quem é que vai lavrar a terra? O arado, que está atracado a um tractor ou, caso o dono do rancho não seja muito rico, a um boi – ou, caso o dono do rancho não seja muito rico para ter tractor nem muito pobre para sacrificar bois, a um cavalo. Quem é que vai passar a ser o objecto sexual preferido do dono do rancho? A esposa? Não, o cavalo. Assim se chega à conclusão que os próximos tempos serão difíceis para os cavalos, tão ou mais complicados como os cerca de 400 anos que escravos afro-americanos têm passado. Com a diferença de que o cavalo é um animal bonito e relincha.

Esperamos com muita ansiedade a chegada de fotos e vídeos de ex-escravos (curioso que se juntarmos as duas palavras dá excravos) a correr pelos campos de braços abertos sorrindo e cantando “Because i am as free as a bird now”. Como estamos em 1862, isto não deve demorar nada, é só o tempo de inventarem máquinas fotográficas e de filmar, bem como aparecer uma banda de nome Lynyrd Skynyrd que faça uma canção com aquele verso, de preferência antes de entrarem num avião que se irá despenhar, vitimando mortalmente alguns dos membros dessa mesma banda. Como digo, deve estar para breve.

0 comentários:

Enviar um comentário