Chegou ao fim uma das aventuras mais emocionantes e com o menor orçamento de sempre. Começou dentro de um anexo em Amsterdão, acabou numa estância turística no noroeste alemão. A protagonista dessa história: uma jovem alemã judia com muitos sonhos e pouco Quitoso na pochette, caso contrário não tinha apanhado piolhos para morrer de tifo. Era enfiada numa câmara de gás como os outros. Mas julgava-se especial, a menina.
Voltando à imparcialidade jornalística (peço desculpa por este ataque, fui apanhado pela doença d’ A Bola), Anne Frank deixou-nos… um diário pessoal para todos lermos, quais penetras. Nele podemos encontrar várias entradas, mas não tantas como Anne gostaria – tal como se pode constatar pela paixoneta que a miúda desenvolveu dentro do sótão. Este futuro bestseller, ideal para atear fogueiras e assar kosher sobre ele, é um brinde à Humanidade, pois podemos finalmente saber o que vai na cabeça das adolescentes. A primeira menstruação, o primeiro beijo, o pulso forte de um nazi… não necessariamente por esta ordem. E para os caros leitores perceberem do que se fala, nada melhor do que ler a primeira e última passagem desse diário, em exclusivo n’ O Jazigo das Notícias.
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Segunda, 6 de Julho de 1942
Querida Kitty,
Sinto-me um pouco confusa. Talvez seja por o meu pai andar tão nervoso que fumou a droga toda da Holanda dentro deste espaço fechado. Neste preciso momento estou com algumas dificuldades de escrever para ti sem me distrair com o dinossauro vestido à Elvis Presley mesmo ao meu lado. Enfim, espero que esta situação não dure muito tempo, ou ainda perco o último filme do Charlie Chaplin. O senhorio deste anexo diz-me que O Grande Ditador é o melhor filme de ficção científica alguma vez feito, mas que o Chaplin esteve melhor n’ O Triunfo da Vontade. Sempre defendi que se ele saísse do registo cómico para ser mais dramático a carreira dele só ganhava. Preocupa-me também o pouco espaço que tenho para brincar. Isto mesmo bem era termo-nos escondido no campo. E a Holanda tem flores tão altas e bonitas! O problema era se o meu pai as fumava também.
Segunda, 12 de Março de 1945
Querido diário,
AAAAAAAAAAH UUUUUUUUUUUUH IEEEEEEEEEEH BRRRRRRRRRRRUHHHHHHH GAGAGAGAGAG tenho o tifo KAKAKAKAKAKAKA BBBBBBBBRRRRRRRRRRRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIII isto está um pouco mau, a minha mana já patinou por causa desta brincadeira UUUUUUUUUUUU AH AH AH só me apetece coçar FFFFFFFÓÓÓÓÓÓNIXXXXX malditos piolhos e o seu cocó GRRRRRRRAH fui.
Relatos impressionantes e alucinados, como puderam ler. Agora é esperar pelo livro para saber o que acontece entre estes dois registos. Aviso: a leitura não é apropriada para nazis, caso contrário os mesmos ficarão irritados por não terem tido a oportunidade de apresentar o bonzão do Zyklon B a Anne Frank. É perceptível que o que a miúda precisava era de algo que possuísse até às entranhas o seu corpo ardente.
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