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E Deus inventou o Homem, que inventou uma maneira de dar a conhecer o Deus que tinha inventado há uns séculos atrás

Written By Sérgio Pereira on sábado, 2 de outubro de 2010 | 2.10.10

É com alguma alegria que anuncio que foi editado o primeiro livro da História. Esperem... Acabei de receber uma notícia de última hora... Portugal está em crise daquela crise que estava em crise de uma crise! É oficial, o nosso país bateu o record do Guiness de acumulação de crises! Calma... Outra notícia de última hora... Bom... Hã... Vou ter de recomeçar a notícia de outra forma.

É com grande neutralidade do tipo ph0 que anuncio que foi editado o primeiro livro da História. Johannes Gutenberg, um inventor alemão, imprimiu várias cópias da Bíblia. É para já difícil compreender a magnitude deste feito, pois não se sabe muito bem como vai receber o público uma obra que exagera tanto em termos de ficção. Nos poucos depoimentos que conseguimos obter – foram poucas as pessoas que encontrámos na rua sem dentes podres e que soltassem palavras e não grunhidos – foi possível perceber que um livro de Nicholas Sparks, Paulo Coelho ou Margarida Rebelo Pinto seriam muito mais bem recebido, porque, segundo um homem da Renascença (mais conhecido como homossexual no século XXI), “as histórias de amor lamechas são popularmente mais bem recebidas do que aquelas onde há incesto, fraticídios, infanticídios e crucificações”.

Este pé atrás que as pessoas estão a colocar em relação à Bíblia de Gutenberg pode ser prejudicial para o futuro do alemão, que se arrisca a morrer na miséria, algo nada comum entre os génios desta altura. Se bem que se tal acontecer a culpa até se pode atribuir ao Jonas, que não percebe visivelmente muito de marketing. Numa conversa com um monge copista, este disse que “quando o primeiro livro que se imprime e edita é um calhamaço com quase 1300 páginas, ou se é idiota ou se é cidadão de um país que no futuro fará coisas terríveis à Humanidade”. Resta esperar pelo futuro eterno para perceber qual das hipóteses está certa. Confrontado com a hipótese de, se este negócio da impressão e edição dar certo, o seu trabalho correr sérios perigos, o monge copista afirmou “Seria um escândalo! Mas não me admiraria, pois já se sabe que toda a gente está contra o pequeno comércio e, principalmente, contra homens carecas que se fecham num mosteiro, fazendo sabe lá Deus o quê.”.

Já Jonas prestou poucas declarações, pois encontrava-se ocupado a imprimir a primeira revista masculina, algo que o mesmo prontamente desmentiu dizendo “Não, não, isto é... pfff... uma revista para as mulheres... hã... poderem fazer comparações e... e... e descobrir as diferenças entre o seu corpo e o destas meninas bem jeitosas. Puramente didático. Peço desculpa, tenho de ir ali à casa-de-banho”. Como nesta altura ainda não há casas-de-banho estranhei um pouco, mas lá esperei. Passado quinze minutos lá voltou o Jonas com um sorriso maroto na cara, dizendo o seguinte sobre a Bíblia que editou: “É um livro claramente interessante e muito desafiador, porque ninguém consegue perceber com exactidão quantos cogumelos alucinogéneos tomaram as pessoas que o escreveram.”.

Agora resta-nos esperar que alguém limpe as bancas do peixe para se poder exibir lá o Livro Sagrado dos Católicos que Coitadinhos São Tão Inocentes que Acreditam em Qualquer Peta. Também vamos esperar que apareçam dentistas, que tenho aqui uma mó quase a cair.

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