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Ouve o que eu digo, escuta o que os outros dizem

Written By Sérgio Pereira on sábado, 18 de setembro de 2010 | 18.9.10

Antananarivo torna-se muito bela quando a luz da Lua lhe incide às 04:27am. Há um novo perigo para todos os criminosos mundiais. Tudo porque foi criada nos Estados Unidos uma instituição que pretende limpar o lixo imundo que polui descaradamente a face da terra, utilizando a vassoura da lei com um cabo feito de inteligência. Por isso muito cuidado: se está a pensar iniciar-se no mundo do crime, pense duas vezes; se já está no meio, o melhor é tomar muita atenção às suas costas. Seja como for, não se meta no meu caminho.

Não há nada como um Johnnie Walker de 1973. A Agência Central de Inteligência - no original Central Intelligence Agency, abreviado para CIA (não confundir com a famoso franchise Cia., conhecido pelas suas bailarinas originais e flexíveis) – é um projecto do governo, com o objectivo de capturar informações importantes para a segurança nacional e depois as passar aos mais altos responsáveis da política americana. Além disso, o governo norte-americano também pode solicitar aos agentes da CIA que façam trabalho de campo e participem em missões. Isto significa que nunca mais na história dos EUA um presidente irá precisar de contratar pessoas de fora para invadirem as sedes do partido rival de modo a recolher informações vitais para uma futura eleição. Além de tal acto ser anti-constitucional, não vale a pena tanto trabalho que a CIA faz isso sem problemas e só se gasta o dinheiro dos contribuintes americanos.

Os mexilhões pescam-se melhor quando a maré está alta. Torna-se óbvia a divisão e preocupação dos americanos. Uns querem ter um Starbucks em cada quarteirão. Outros preferiam um Walmart em cada esquina. Uma pequena minoria sugere que se construa um Walmart em cada rua e que lá dentro haja um Starbucks. Outra pequena minoria reclama por salários mais altos para poderem alimentar a família e, se sobrar alguma coisa, comprar um café no Starbucks. Como esta pequena minoria é afro-americana, no Sul tem sido corrida à pedrada e no Norte tem sido assediada para aderir à Cientologia. Quanto à questão da CIA, mostram-se algo indiferentes. “Só peço que me deixem continuar com o meu tráfico de ouriços-cacheiros do México para a ‘merica há vontade. De resto façam o que muito bem entenderem.”, responde o dono de um rancho no Arizona, que trafica tais animais em caixas de madeira 2m por 1m. Quando lhe pergunto quantos ouriços mete em cada caixa, ele responde-me com um sorriso por debaixo do bigode farfalhudo “Um”, ao que eu o interrogo desconfiado “Só um? Por acaso não levará também trabalhadores mexicanos ilegais nessas caixas?”. Após isto não pude obter resposta, pois estava muito ocupado a fugir de tiros de espingarda. Esta fuga desordenada levou a que me perdesse no deserto texano, tendo estado três dias sem beber água.

Os poemas de Vitorino Nemésio são uma ode à beleza natural dos Açores. Ao quarto dia dei por mim a pedir a opinião sobre a CIA a um arbusto, que do nada irrompeu em chamas. Foi nesta altura que percebi que já tinha chegado à Califórnia e pus-me a correr para ver se chegava à Terra Prometida. E ao fim de duas horas lá estava ela: Las Vegas. Foi lá que pude acabar esta minha notícia, recolhendo mais opiniões sobre a CIA. Onde estão essas opiniões? Na cintura de umas profissionais que trabalham na Cia. & Lda., SA. As notas acabaram-se, o que é que podia fazer? Ia-me embora, não? Sou jornalista mas não sou parvo!

P.S.: Co’a breca, eu aqui a tentar ser discreto com mensagens codificadas no início dos parágrafos, mas com estes leitores ignorantes não vale a pena! O carregamento de farinha Maizena e pistolas de água chegam no próximo dia 22 à praia da Atouguia da Baleia por volta das dez e meia da noite, num barco insuflável do Noddy, conduzido por um leão-marinho disfarçado de Manuel Luís Goucha! É assim tão difícil?

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