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Não é uma questão de ser positivo ou negativo, o copo está totalmente vazio agora

Written By Sérgio Pereira on sábado, 3 de julho de 2010 | 3.7.10


O passado dia 1 de Julho foi o dia mais triste da minha vida. Da minha e da de muita gente. Tudo porque o Carlos Queiroz afirmou que não se pretende demitir. Além disso, o governo norte-americano decidiu proibir a produção, venda e consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica em 24 dos 50 estados desse país. Como se não bastasse estes males, nesse mesmo dia muitos dos norte-americanos acordaram com uma valente ressaca, pois na noite anterior tentaram aproveitar ao máximo as últimas gotas legais de álcool.

Aquela que é conhecida oficialmente como Lei Seca tem sido renomeada junto dos populares. Os que detestam álcool chamam-na de Lei Fígado São ou Lei Já não vou ser vítima de violência doméstica, os bêbedos inveterados denominam-na de Lei Como é que vou aturar a minha mulher sóbrio? ou Lei Se não bebo uma pinga depressa caio aqui redondo no chão.

Numa das ruas mais movimentadas de Nova Iorque não se ouvia outra coisa que não carros a passar de um lado para o outro. Quando por fim entrei numa transversal encontrei um miúdo a debitar a alto som as grandes manchetes daquele dia, sendo a mais importante a da Lei Seca. Não muito longe encontrei Johnnie Walker sentado no passeio a chorar. Foram poucas as palavras que lhe consegui arrancar, pois os 3 litros de whisky que tanto eu como ele tínhamos bebido na noite passada ainda ardiam nas nossas gargantas, o que tornava difícil falar, sussurrar, tossir, assobiar e até suspirar pela nossa maldita sorte. Depois de engolir em seco duas vezes (a primeira algo custosa mas a segunda saborosa pois apercebi-me que a saliva ainda sabia um pouco aos 5 litros de tequilla que tinha emborcado depois do whisky), lá me saíram as palavras “Então como te estás a aguentar, comparsa?”, ao que ele respondeu “Olha, estou sentado no passeio a chorar como um velho que perdeu o Tardes da Júlia por causa da visita dos netos, o que quer dizer que 10 horas depois de esta lei ter início já perdi o controlo das pernas.”. Naquela altura percebi imediatamente uma coisa: o Johnnie Walker nunca mais andaria para o resto da vida, e estabeleceria vida de sem-abrigo naquele passeio.

Encontrei mais à frente Al Capone, com quem tinha compartilhado 8 garrafas de conhaque e 3 de vodka na noite anterior. Fiz-lhe uma pergunta muito simples: “E agora?”. Após um minuto de espera (pensei que ele estivesse a assimilar as palavras), ele disse-me “Eia ouve lá! Faz menos barulho man! Fónix, tem lá calma que esqueci-me de tomar uma aspirina antes de sair de casa!”. O único barulho que se ouvia era o de uma formiga a fazer sapateado em esferovite. Depois de insistir com ele, dizendo-lhe que era um jornalista conceituado e precisava de escrever qualquer coisa, ele respondeu “Eh pá, agora vamos reflectir, matutar, discorrer e pensar sobre como dar a volta a isto. Depois descansamos um pouco e fumamos umas ganzas porque cogitar sóbrio faz uma dor de cabeça pior que a ressaca de álcool. Quando estivermos todos bem lá no alto com os anjinhos, botamos todos as nossas ideias, escolhemos a melhor e escrevemo-la na testa de pessoa que a sugeriu, para não nos esquecermos dessa ideia quando o efeito da ganza passar.”. “Mas há já alguma coisa ponderada?”, insistiu este magnífico repórter que, ao contrário do que vocês estão a pensar, não é nenhuma esponja. “Bem, já pensámos em traficar algumas bebidas, mas temos que ter cuidado por causa da bófia e o camandro… eh pá, dá-me licença que vou esborrachar aquela formiga, já não posso com ela.”.

Resta-nos então esperar pelas futuras acções de Al Capone. Até lá temos a droga. Ups, já estava a preparar-me para enrolar este texto noticioso. Já viram o erro que ia fazendo, fumar um pedaço de porcaria? Vá, vão-se lá embora, preciso de sossego. Vá, vá… xô.

Ffffffffffffp aaaaaaah vou apanhar aquele mamute violeta que está ali à beira da minha janela aberta no 6º andar.

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