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A Bastilha foi penetrada por muita gente, e acabou mesmo por ser conquistada.

Written By Tiago Lacerda on quarta-feira, 14 de julho de 2010 | 14.7.10


Foi ontem tomada a Bastilha, a revolução francesa acaba de começar. Foi um evento confuso mas bonito. Confuso porque era tanta gente, de tantas classes e tão mal formadas que mais parecia o bando de pseudo-namoradas do Cristiano Ronaldo do que um exército. Para quem não sabe a diferença entre as namoradas do CR9 e o exército é simples. As namoradas do Ronaldo são em maior número, mais boas e servem mesmo para alguma coisa, nomeadamente vender revistas. Desde quando é que o exercito fez aumentar tiragens? (Não vale dizer caso dos Submarinos). Bonito, porque no fim de quatro horas de tiroteio, os mesmos homens que apoiam a declaração dos direitos do homem e do cidadão (humanistas no fundo), marcharam pelas ruas com a cabeça de Larnay (o governador da Bastilha) espetada numa lança. Só para mostrarem como estão mesmo de acordo com a declaração dos direitos do homem. Ou haverá melhor maneira de defender os direitos a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão, do que decapitar um homem que apenas estava a cumprir o seu dever? Se há não conheço.


Depois da Bastilha ter sido oficialmente conquistada as coisas descontrolaram-se um pouco. Por todo o lado vi gente a abraçar-se, a gritar vivas e a dançar alegremente. Um espectáculo degradante que se encontra longe da classe, do prestigio, do sentimento de humanidade que se viu no fuzilamento dos soldados que guardavam a Bastilha e que, ao constatarem o inevitável, se renderam. Não há nada que me dê mais fé na raça humana (eeeh láaa a falar de raça? Tu queres ver que o Hitler me está a possuir do além? O diabo não pode ser, que o diabo não é tão esquisito nisto da raça), do que ver gente rendida ser baleada. Uma nova aurora para a França e para a Humanidade promete surgir deste evento, estou certinho disso.


Já que estamos a falar do final deste maravilhoso momento, convém dizer porque começou ele. Portanto segundo o que ouvi dizer foi mais ou menos por isto:


O Rei Luís XVI é um cafageste, estes nobres é que mamam tudo e não deixam nada e há uma grande crise económica. São estes os motivos para a revolução. O que é curioso é que se na frase anterior substituirmos Rei Luís XVI por Sócrates, e nobres por políticos estas são frases que segundo me disse um viajante inter-espacial, super-hiper-mega-guerreiro do espaço chamado Rodrigo, terão todo o sentido em 2010. A única diferença é que nós não andamos aí a mandar abaixo edifícios do estado só porque a vida nos corre mal. E ainda dizem que os portugueses são uns selvagens...


Por último sinto que é meu dever relatar aos meus leitores fofinhos que esta palhaçada, ou como dizem os franceses “cette merveille”, começou também com a intenção de soltar os inúmeros cativos presos na Bastilha. Eram para cima de 6, embora não tantos que atingissem o estonteante numero de 9. No final foram mortas 106 pessoas para libertar 7. Assim, à primeira vista, um matemático de profissão pode dizer-vos “Eh pá isso é um saldo um bocadinho negativo!”. Mas depois de lerem a declaração de direitos do homem e do cidadão que será feita a partir daqui, mudarão de ideias de certeza. Afinal que besta não derramará lágrimas ao ler finalmente inscrito na lei isto: “Os homens nascem e são livres e iguais em direitos.” Claro que aqueles que não concordem connosco, sejam homossexuais ou de cor diferente, não entram nesta brincadeira. Os homens são todos iguais, mas fora com os que são diferentes. Mas pronto, mesmo que isto quase nunca se aplique é lindo de ler.


P.S: Acredite leitor eu fiquei tão estupefacto como você. De onde veio este ataque final de demagogia? Vou fazer como o Dobby e vou passar as minhas mãos a ferro enquanto enfio a minha cabeça num forno a 200 graus e oiço uma gravação de nove horas com a Júlia Pinheiro. Só para aprender.

“BAD, Tiago, BAD”.

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