E aí vão eles. Eles são nobres e plebeus franceses que se preparam para fazer aquilo que os franceses fazem de melhor: imbecilidades. A mando do Papa Urbano II, estes idiotas preparam-se para viajar por toda a Europa, leste Asiático e norte Africano para espalhar a palavra de Deus. Mas ao contrário de Jesus Cristo, que para espalhar a palavra de Seu Pai teve de sofrer, esta gente irá disseminar a religião cristã fazendo sofrer os outros.
Linchar, trespassar com a espada, torturar, roubar, pilhar, furtar, saquear, espoliar, assaltar, extorquir, surripiar, gatunar, larapiar, rapinar, usurpar, violar e vilipendiar são as coisas mais simpáticas que estes senhores vão fazer durante a sua estadia por territórios não-cristãos. Sim, as coisas mais simpáticas. O pior virá à noite, quando estiverem acampados no cimo de uma montanha e, enquanto comem e descansam, meterem Toy a tocar no iPod com altifalantes. Nesse momento, os habitantes das aldeias no sopé da montanha vão preferir que lhes tivesse a acontecer uma ou várias das coisas que indiquei no início do parágrafo.
Antes de partirem na sua aventura, tive oportunidade de falar com algumas das bestas. A ideia de que esta vai ser “uma experiência tão bonita e gratificante como peregrinar do Alasca até Fátima só nas pontas dos dedos tipo ballet” parece obter consenso geral. Já quando inquiridos sobre as vestes ridículas que vão usar, praticamente todos se recusaram a fazer comentários, tal como se o seu líder fosse Kim Jong Il. Praticamente todos, porque houve um lorpa que decidiu prestar declarações. Piérre Garçon Quiche decidiu abrir a boca e mostrar os dentes podres e mau hálito típico daquela gente. Depois de bolçar para o lado repetidamente durante 20 minutos, lá me consegui recompor, endireitar o microfone e escutar o que o animal tinha para dizer. “Esta vestimenta é um Cócó Chanel de grande qualidade, nem lhe admito que diga mal da nossa indumentária. Agora dê-me licença que vou ali urrar de dor pelos testículos supér-apertados.”. Depois disto fiquei de boca aberta (de onde saía um magnífico odor a frutos silvestres), pois o urro foi de tal maneira intenso que assustou inclusive um urso pardo que tentava roubar mel.
Resta-me desejar sorte às pessoas que vão levar com estes je ne sais quoi rien de rien françiús devoradores de croissants com o cu no pescoço. E boa sorte a Portugal também, que vai ter de jogar contra os súbditos de Kim Jong Il. Tudo o que resulte em não ser alvo de um ataque nuclear é uma vitória.
0 comentários:
Enviar um comentário