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Viva Cuba Libre!

Written By Sérgio Pereira on sábado, 1 de maio de 2010 | 1.5.10


É mais uma para a mesa 1962 faz favor.


Fidel Castro proclamou que a ilha que comanda é, oficialmente, uma República Democrática e Socialista. A demora nesta declaração prendeu-se com o facto de serem escassos os dicionários que definiam “democracia” num sentido em que Cuba podia ser considerada Democrática. Mas após Castro ter ordenado que alguém fizesse um dicionário cuja definição de “democracia” fosse de encontro ao tipo de regime que é praticado naquela ilha atlântica, tudo ficou resolvido.

O povo cubano festejou esta declaração como se um filho da terra tivesse feito um home run na principal liga de basebol americana. Ou seja, foi uma celebração normalíssima como as que acontecem todas as semanas. Houve alguns foguetes, umas sardinhas assadas acompanhadas de pão, vinho e, mais tarde, caldo verde, umas cachaporradas com uns martelos de plástico, e depois foi toda a gente para casa curtir a ressaca. Interrogado por este eminente gazeteiro sobre se estas festas não eram muito semelhantes ao Santo António de Lisboa ou ao São João do Porto, um cubano anónimo respondeu “Não senhor, Deus nos Livre! Mal de nós se tivéssemos cá em Havana algum Túnel do Marquês ou algum clube corrupto chamado Boavista. Aqui ninguém é corrupto, somos todos pobres graças a Deus. Viva Cuba Libre!”.

De facto, a pobreza é o que mais salta à vista quando se passeia pelas ruas de Havana. A pobreza e a miséria. Vá, a pobreza, a miséria e a penúria. E também o belo sol que só dá vontade de ir para a praia. E beber algo fresco. E fumar um charuto. E ter duas beldades hispânicas a fazerem sombra com duas folhas de palmeira. Mas obviamente que ninguém faz isso nesta ilha, pois são todos iguais (= pobres), todos trabalham no duro para ganharem pouco e viverem na pobreza, na miséria e na penúria.

No entanto, esta declaração de que Cuba é uma República Democrática e Socialista não está a deixar toda a gente eufórica. Alguns cidadãos, em protesto contra o actual regime, entraram em greve de fome. Inquiridos sobre qual a diferença entre este momento em que estão em greve e antes quando viviam na pobreza, miséria, penúria e igualmente com fome, esses cidadãos retorquem: “Antes não comíamos porque não tínhamos comida, agora não comemos porque não temos comida, mas mesmo que a tivéssemos não a queríamos.”. Para testar esta teoria coloquei um osso mal rapado mesmo em frente deles e foi vê-los atirarem-se a ele que nem uma mulher desconhecida e interesseira a um jogador de futebol. Felizmente, como estavam algemados ao portão principal da residência principal, não conseguiram chegar ao osso, e assim puderam prosseguir com a sua greve de fome. Quase que aposto que se tivessem água para beber tinham-se babado todos. Sem saliva é mais difícil.

Viva Cuba Libre!

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