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Petizes descobrem efeitos do LSD enquanto guardam ovelhas

Written By Sérgio Pereira on sábado, 15 de maio de 2010 | 15.5.10

Três pirralhos residentes numa pequena localidade perto de Leiria andam nas bocas do mundo, pois afirmam a pés juntos que viram uma entidade divina aparecer-lhes no cimo de uma árvore. As pessoas da aldeia estão incrédulas, pois o Quim da Mula Coxa tem uma abóbora de 30 quilos no seu quintal. Já quanto às afirmações dos piolhos, estes habitantes dizem-se nada surpreendidos, pois “a exposição prolongada ao cheiro da aguardente faz coisas destas. Ainda o ano passado o Zé Maneta ficou fechado na barraca do Ti Paulo dos Ouriços, onde está uma cuba. Ficou lá durante uma noite inteira e quando saiu de manhã começou a dizer que estava a ver um rinoceronte a dançar o tango com uma girafa e que a Cristina Ferreira e o Manuel Luís Goucha eram amantes às escondidas. Claro que não acreditámos nele, os rinocerontes gostam de dançar é quick step com marmotas. Além disso, nem sinal de mosto dentro da cuba, deve-lhe ter dado a sede durante a noite ao malandro. Coitado do Ti Paulo, apanhou um desgosto que nem queira saber, andou aí um mês a remoer-se pelos cantos porque só tinha água-pé para beber. Ainda por cima de mil nove e quatorze, que foi um mau ano de colheita. Lembro-me como se fosse ontem, os terrenos secaram-se todinhos e depois em finais de Abril caiu uma grande geada, as minhas tomates, batatas e alfaces ficou tudo queimadinho. E as oliveiras nem lhe conto, ficaram de tal maneira engelhadas que o vinho mais parecia uma zurrapa das que o Ti Júlio costuma dar aos padres na Páscoa. Daquilo que nós colhemos e fermentámos já lhe digo, o meu marido, o Venâncio, o senhor até falou com ele há pouco, era aquele muito parecido com o Chico do Moinho do Bombarral! O meu marido, como lhe estava a dizer, deitou depois o vinho todo aos porcos. Não que eles fossem ficar tocados com aquilo, claro, pois era tão mau que…” OH MULHER CALE-SE! Desculpe lá, caro leitor, mas já sabe como são estas velhotas de aldeia, não se lhes pode dar um pouco de corda… “Mas ouve lá, só porque és da cidade pensas que me podes calar? Que falta de respeito é essa? Fazes uma coisa dessas a uma senhora de idade, seu malandro? Hã? Tenho idade para ser tua avó! E não penses lá que é por seres um jornalista muito bom que… O que vais fazer com essa faca, rapaz? Olha tu vê lá, não te desgraces! Olha que… ai ai! Socorro! Ó da casa, acudam-me! Aiiiiiiiiiii!”

Ufa! Continuando. Os cachopos podem encontrar-se agora em graves sarilhos. A polícia já está a investigar o caso, e se não se confirmar a “aparição divina”, o catraio Francisco, a irmã Jacinta e a prima de ambos os dois, Lúcia, podem muito bem ter se ir a tribunal enfrentando a acusação de “fazer as autoridades perderem tempo com coisas que não envolvem apreensão de quantias elevadas de dinheiro e/ou verificar se uma mulher atraente tem armas espalhadas pelos sítios mais recônditos do seu esbelto corpo”. Quanto a este sumptuoso jornalista, é muito provável que também tenha de ir a tribunal sob a acusação de “homicídio qualificado de uma velha ranhosa”, restando saber quem é essa velha ranhosa, pois no último mês estive perto de duas que acabaram por morrer em circunstâncias anómalas… mortes essas com as quais eu não tive nada a ver, juro.

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