Já está a arder que é uma maravilha, agora tragam a chouriça, diz um guarda inglês
Finalmente vai ser assada. Esta chouriça de bofes já estava mais que curada, quase meio ano depois das matanças é que alguém decide “olha, agora até que caía bem!”. Já tinha um bocado de bolor nas pontas e tudo, mas isso corto-as e dou-as ao Françiú, o meu lobo da Alsácia e Lorena. Ele gosta mais de carvão e ferro, mas às vezes lá petisca uma carnita.
É claro que para assar a chouriça teve que se arranjar umas brasas porreiras, e que melhor que as brasas que resultam da combinação de fogo, vides e uma bruxa? Não há! Por isso é que bastou procurar um bocado e descobrir que havia uma bruxa francesa, Joana D’Arc, que andava há anos para ser condenada à morte por heresia. Lá fomos nós à procura dela e por pouco não íamos cometendo um erro muito grave: queimar uma bruxa a sério. Isto já se sabe, as bruxas são feias e têm bigode, as francesas igualmente. Logo é difícil saber quais são umas, quais são outras, e quais são ambas. Mas lá demos com a Dita Cuja.
Demorou a convencê-la mas, depois de uns euros por debaixo da mesa e umas doses de droga por cima (ou foi ao contrário?) a Dita Cuja lá revelou onde estava Joana D’Arc. Mulher complicada esta Dita Cuja, muito difícil de convencer, e das poucas pessoas que tem escutas por todo o lado e sabe tudo o que se passa. Assim de repente só me lembro mais de Deus, da CIA que só será criada daqui a uns 500 anos, e um filósofo do antigamente, da Grécia ou lá o que era aquele império que passa por mais crises de pânico que um homossexual numa sala desarrumada. Homossexuais esses que também fazem boas brasas, mas para entremeada.
Por muito complicado que seja, a Dita Cuja cede sempre ao fim da segunda passa, tipo Hagrid ao fim do terceiro copo. Excepto que a Dita Cuja depois não compra dragões nem fica amiga do Harry Potter, porque se ficasse iam logo para a fogueira os dois e de seguida debicava-se um pouco de entrecosto.
Sabendo a sua localização, lá fomos buscar a Joana, condenámo-la e aí lá está ela presa a um poste, pronta a arder. As vides já estão prontas, temos também alguns paus grossos se a noite ficar fria e é isto. Agora ninguém tem é isqueiro. Rai’s parta esta gente, só quando não é preciso é que andam com um. Ufa, afinal a Joana tinha um no bolso, parece que era hábito enquanto falava com Deus ia dando umas esbaforidelas. Pronto, agora que o espectáculo está quase a começar, deixem-me cá ir e preparar-me para a festa. Estou cá com uma larica!
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