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O Jazigo das Notícias entra em processo de layoff!

Written By Sérgio Pereira on sábado, 30 de julho de 2011 | 30.7.11


Os co-autores do blog de notícias falsas mais famoso da Beira Interior, no espaço geográfico compreendido entre a Guarda e a Covilhã, já tinham mostrado por várias vezes o seu desagrado para com os anacronistas, peças vitais no funcionamento do espaço internáutico. Os quatro moscambilhas em questão – José de Neendertal, Maria Joana, Machete Guerra e Giulio Pierre LecuBon -, têm por várias vezes se ausentado das suas responsabilidades de crónicas mensais, bem como de emprestadar dinheiro aos co-autores quando estes têm azar nas apostas em corridas de cavalos. Para aumentar a gravidade da situação, os anacronistas têm saído para destinos paradisíacos e viagens de cruzeiro exóticas, todos juntos, e só informando os responsáveis do Jazigo de que não podem enviar os seus textos mensais em cima do acontecimento.

Por outro lado, os co-autores do Jazigo pretendem demonstrar igualmente o seu profundo desagrado para com o Verão. O calor insuportável é uma desculpa perfeita para a total inércia. A juntar à pouca vontade de trabalhar, acresce ainda a escassez de notícias neste período do ano. Ao contrário dos meios de comunicação social tradicionais, a nossa linha editorial não se pauta pela cobertura de incêndios, turistas afogados e chegada dos emigrantes a casa. A índole humorística dos referidos tópicos é escassa, a não ser que a notícia envolva um emigrante que, ao chegar a casa em Trás-os-Montes, fez um barbecue e causou um incêndio que apanhou um turista de surpresa, obrigando-o a atirar-se para a água para se salvar, mas acabando por se afogar. Contudo, a probabilidade estatística de tal acontecer é tão grande como um galinha ter cáries nos caninos por comer muitos ovos Kinder.

Devido às situações acima expostas, os co-autores do Jazigo, numa decisão tomada com um discernimento exímio, anunciam que este blog vai entrar em processo de layoff. Desta forma, toda a actividade será suspensa até ao mês de Outubro, altura em que notícias, crónicas e medalhas de teor cómico voltarão a atingir impiedosamente os leitores, qual flecha embebida em sarcasmo e ironia disparada por Guilherme Tell em direcção aos vossos corações. Até tal acontecer, este espaço cessará então actividades, e será visualmente remodelado, pois quando o conteúdo é fraco a aparência acaba por ser importante.

Com uma estima tão profunda que até assusta,
Os co-autores d’ O Jazigo das Notícias
Tiago Ocioso e Sérgio Mandrião
30.7.11 | 0 comentários

Ascensão e queda de um vendedor de gelados: o degelo dos sonhos

Written By Sérgio Pereira on sábado, 16 de julho de 2011 | 16.7.11


António Cornetto e Solero de Limão era o melhor vendedor de gelados de Vila de Cima… até à semana passada. Sim, era o único vendedor de sorvetes num raio de 15 quilómetros, mas triunfou na vida apresentando maravilhas geladas às pessoas que, até então, só estavam habituadas a comer refeições quentes. O mérito não lhe pode ser tirado com a mesma facilidade com que se arranca dentes a um idoso octogenário.

Assados, guisados, refogados, grelhados, queimados e ocasionais violações. A realidade era esta quando, em 1975, António chegou a Vila de Cima. Proveniente da grande cidade, este empreendedor enfrentou dificuldades nos primeiros tempos: acusavam-no de vender a comida do Diabo, apesar de não saberem explicar como é que o Diabo consegue comer gelados no Inferno; era expulso de todos os estabelecimentos públicos e comerciais em que entrava, até os bordéis e a agência funerária; chegou a ser atacado por um urso, se bem que isso não teve nada a ver com a venda de gelados mas sim com a própria natureza do animal. Contudo, António não desistiu. 

A sorte acabou por lhe sorrir, e tinha melhores dentes que um octogenário. Uma grande chuvada apanhou Vila de Cima com as calças na mão. Literalmente, foi no Dia da Corrida Tropeçuda, em que os habitantes competem entre si numa minimaratona de oito quilómetros com as calças ao fundo das pernas. A baixa da vila ficou alagada, e rapidamente a população se aglomerou na parte velha e alta, local onde se encontram habitações degradadas, a Igreja e o estabelecimento de venda de sorvetes. A Igreja foi uma opção deitada fora, pois toda a gente sabia que, todos os anos no dia da corrida, o padre gosta de ir à escola de Vila de Baixo para “fazer ajoelhar alguns hereges”. As habitações degradadas estavam, segundo os habitantes mais velhos, assombradas de zombies, e houve algum receio em entrar. Com razão, pois saíram mais depressa do que entraram. Um toxicodependente em ressaca passa bem por zombie. Restava a gelataria. Olhares receosos foram trocados, mas acabaram por entrar. 

O ambiente era tenso e de cortar à faca. Literalmente, porque não havia gelados que chegassem para todos comer, logo tiveram de parti-los em bocado. Um rabino foi o primeiro popular a abrir o coração aos gelados, e predispôs-se imediatamente a cortar as pontas dos Calipos. Dois dias durou a enxurrada, o tempo suficiente para toda a gente perceber que António era um bom homem, com intenções nobres, e que os gelados até são bons. E a paz foi estabelecida entre ambas as partes. A gelataria ganhou um nome: “O gelo bem vistas as coisas é água solidificada, e com uns corantes por cima deixa um gostinho na boca parecido ao sabor das nádegas dos anjos”. O seu dono ganhou uma alcunha: Toni Perna-de-Pau. Ao princípio não gostou muito e protestou, mas depois de lhe arrancarem o membro inferior direito e o substituírem por uma prótese de madeira, lá viu que a alcunha fazia sentido.

Toni fazia sucesso, tinha centenas de clientes todos os dias, até o padre trazia os petizes hereges de Vila da Baixo para os ver redimirem-se dos seus pecados enquanto chupavam um Mini Milk. Até o Maximiliano, o toxicodependente de Vila do Meio, teve direito a um gelado em seu nome. Ou melhor, um gelado “super”, tal como ele chama a toda a droga que vende. 

Infelizmente, os dias de graça acabaram-se para o António. Faz exactamente uma semana que um rapaz de sete anos entrou de skate pela gelataria a gritar “É pá, dá-me já um Epá ou dou cabo dos vidros da loja com o meu skate. Ouviste, ó velho?”. Toni atendeu o pedido o mais depressa que pôde, tendo em conta o coxear provocado pela perna de pau. Sabia que não podia entrar em luta com ele, pois além de velho e coxo, a Igreja ficava logo em frente, e o padre gosta tanto de miúdos que só ele lhes pode tocar. Para azar de Toni, a arca e o frigorífico tinham sido queimados na noite anterior por causa de uma trovoada, e foi obrigado a pôr todos os gelados numa arca de reserva que funciona a gerador. Todos… menos um. O único Epá que tinha estava no balcão da cozinha. Com medo de que a loja sofresse grandes estragos, entregou o gelado ao rapaz e rezou para que tudo corresse bem. Só que não correu, e o petiz rebelde acabou por morrer asfixiado na pastilha, demasiado dura. O padre foi o primeiro a aperceber-se do que tinha acontecido, e Toni entendeu de imediato que não era mais Toni, mas sim António Corneto e Solero de Limão, um assassino involuntário com aspecto malévolo de pirata.

Numa semana, António perdeu todo o respeito e confiança arduamente conquistados. Voltou a ser acusado de pactos com o Diabo, entre eles o Viannetta Triplo Chocolate; quando foi a uma consulta para ver se o coto da perna estava bom, foi apedrejado pelos próprios médicos; um urso atacou-o, violou-o, arrancou-lhe o pénis, arrancou-lhe a perna de pau e enfiou-lhe o pénis no coto. Mas isto foi só por causa da natureza do animal. E também porque o urso era o pai do miúdo do skate. Pelo menos agora António já não coxeia, cai.
16.7.11 | 0 comentários

Chegou o Verão, toca a cometer loucuras

Written By Sérgio Pereira on sábado, 9 de julho de 2011 | 9.7.11


Abriu a praia artificial do deserto do Sahara

Num momento surpreendente e inesperado, o sheik bilionário e coxo Aladour Kamahtrupoli apareceu em frente das câmeras de televisão e disse qualquer coisa em árabe que ninguém percebeu. Só depois de raptar um marroquino da feira de Carcavelos e utilizá-lo como tradutor, é que se fiquei a perceber que o sheik anunciou a abertura ao público de uma praia artificial em pleno deserto do Sahara. O recinto, com capacidade para cinco mil pessoas e o dobro dos camelos, conta com areia importada da Arábia Saudita e do Dubai, vegetação da Sibéria e móveis do IKEA. A água veio do Oceano Árctico e foi despejada num enorme buraco feito na areia. As primeiras imagens mostram um grande lago e mulheres banhando-se todas vestidas. Conto ter mais informações quando chegar ao local.


Fechou a praia artificial do deserto do Sahara

O caos e a fúria tomavam conta dos banhistas quando cheguei ao local, perto de uma hora que não sei precisar pois o relógio que comprei aos marroquinos ficou sem números assim que o meti no pulso. Estou, no entanto, em condições de adiantar que o Sol se encontrava no céu e as pessoas em terra. Essas pessoas estavam claramente revoltadas e atiravam bosta de camelo ao ar, contra ninguém em particular. O poço onde era suposto encontrar-se a água tinha desaparecido, sem indício algum para onde terá ido, por isso supõe-se que se encontre a monte. Não, acabo de ser informado que a água se encontra a duna, como é costume dizer-se por estes lados. Foi difícil conseguir declarações dos banhistas. Eles aproximavam-se de mim e falavam, só que eu não entendia nada. Por fim, lá encontrei um turista de Moscavide que estava nesta praia artificial quando tudo aconteceu: “Então a gente estava muito bem ao bronze, havia gente dentro de água, entre eles os meus miúdos, mas eu não que tinha acabado de comer um kebab de bifanas há dez minutos. De repente oiço gritos, mas isso foi só uma turista holandesa que foi picada por um escorpião e morreu. Passado quê, nem um minuto, chega um dos meus garotos muito aflito ‘Ó pai, ó pai, a água desapareceu!’. Fui logo ver o que se passava e realmente não havia nem uma pinga no buraco. Ninguém percebe, estamos todos estupefactos”. Um cientista acabou por aparecer e tentou explicar o sucedido, com conversas sobre evaporação e absorção. Perante alguns olhares confusos e a minha pergunta jornalística “Que estás a dizer, seu alarve?”, ele desenvolveu a teoria, dizendo que a água não se mantém estanque em terrenos arenosos e em locais cujas temperaturas são muito altas. Continuámos a não perceber nada, por isso demo-lo de comer aos camelos.
O sheik Aladour Kamahtrupoli acabou por aparecer ao final do dia, com um grande grupo de militares, as dez esposas, três amantes, trinta e dois filhos, quarenta e sete netos, duas serpentes e a mascote dos Jogos Olímpicos de 2012, embora ninguém saiba muito bem porquê e eu não estava com paciência para lhe perguntar. É difícil encontrar força para questões quando a nossa pele está tão vermelha que começa a cair. O sheik obrigou os banhistas a retirarem-se do local, e acabou por o fechar, no mesmo dia em que tinha aberto. O buraco onde se encontrava a água acabou por ser usado para outros fins. Descansa em paz, turista holandesa que ninguém sabe o nome mas que pelo aspecto devia ser prostituta ou drogada por isso também não interessa muito.
9.7.11 | 0 comentários

Menino Foge de Casa por Causa do IRS

Written By Tiago Lacerda on sábado, 2 de julho de 2011 | 2.7.11

Rafael Emanuel, um menino de 11 anos que sonha ser piloto de aviões ou fiscal de contas, fugiu ontem da casa dos pais para seguir o seu terceiro sonho mais caro – fazer a revisão do IRS das pessoas mais idosas. Ao que o Jazigo sabe, o rapaz terá alegadamente dito à mãe que “as condições deploráveis em que os mais idosos deixam as folhas referentes às suas retenções monetárias têm de acabar!” e “é preciso fazer alguma coisa quanto ao escalão B no impresso 127! E tenho xixi mãe, onde está o pitó?” antes de sair de casa disparado e com um pitó na mão.

A polícia judiciária está já a investigar o caso, o que deixa os pais do menino mais descansados depois de verem os maravilhosos resultados que estes conseguiram em casos semelhantes, como é disso exemplo o caso Rui Pedro. Um agente da PJ que não se quis identificar, mas que nés podemos desde já dizer que tem uma enorme barriga de cerveja e usa sempre a farda suja de nódoas de Bolicao de caramelo, afirmou ao Jazigo das Notícias que “este tipo de fugas é muito comum na pré-adolescência, normalmente são originadas numa mania passageira, às vezes é o Justin Bieber outras é a retenção do IRS. São casos muito comuns”.
Quanto às pistas existentes, a polícia não quer revelar muito, mas este vosso jornalista sabe que entre elas se encontra o pitó que Rafael terá usado antes de embarcar num vôo rumo à Florida onde espera encontrar um elevado número de idosos. Se esse plano falhar a polícia desconfia que Rafael se vire então para o Alentejo.
2.7.11 | 0 comentários

Breves tão pequenas como um ser unicelular anão


Bispo manda abater cavalo que se moveu em B num tabuleiro de xadrez

O bispo do Condado Preto, Ezequiel Chamusca, não conseguiu esconder o seu descontentamento quando um dos dois cavalos do Condado Branco se moveu na forma de um B pelas casas do tabuleiro de xadrez. Ezequiel argumenta que “os cavalos só se podem mexer em L, e se lhe damos muita liberdade qualquer dia andam aí livremente à solta, a levar peões no dorso. Que se segue, uma torre que pode andar em S? Não vamos dar azo à rebaldaria!”. O bispo adiantou que, enquanto o animal não for abatido, vai ficar deitado… na diagonal, obviamente. A rainha do Condado Preto tem dado pouca importância ao assunto, e quando nos aproximámos dela fugiu numa jogada para junto da rainha do Condado Branco. Já o rei do Condado Preto vai cumprir a exigência do Bispo Ezequiel com as próprias mãos, mas tal pode demorar algum tempo já que Sua Alteza só se pode mover uma casa de cada vez.

Idoso morre engasgado em peça de dominó

O sinistro deu-se num parque rodeado de bancos desconfortáveis, árvores e coisas ainda mais velhas que o bom senso manda chamar pessoas. A vítima, Arlindo Perneta, de 87 anos, encontrava-se com dois amigos e um rouxinol a jogar dominó. A meio da quinta partida, o rouxinol elaborou uma jogada genial, fazendo com que ambas as extremidades jogáveis tivessem uma peça com quatro pontos. A vez seguinte era de Arlindo, que não tinha uma peça correspondente. Num acto de batota, pegou numa peça com cinco pontos, enfiou-a na manga, disse que precisava de ir à casa-de-banho pois já não urinava há meia-hora, e nos sanitários tentou mordiscar a peça para arrancar o ponto do meio. Entusiasmado, tentou esquecer a necessidade urgente e real de urinar, começou a tentar conter as pingas e a arfar, acabando por engolir a peça de dominó. Arlindo foi encontrado morto pelos parceiros de jogo duas horas mais tarde, após o rouxinol debicar três minhocas e os outros idosos dormirem uma soneca. O ponto da peça de dominó que Arlindo tentou arrancar encontra-se a receber apoio psicológico.
2.7.11 | 0 comentários

O outro projecto destes dois dementes

O Jazigo das Notícias

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