Rock ‘n Roll! Paz! Amor! Ganza! … hã… mmmmm…. Outras cenas fixes! É isso, meus irmãos! Mas que quatro dias loucos, de grande convívio, grandes mocas e grandes sons tipo “yeaaaah”, “baaaaby”, “c’moooon”, “maaazeeeel tooov”, “ywh hwa”, “waaazzzzaaaaaa”, “isso é meu”, “queres tocar são 5 dólares” e “alguém tem um balde?”. Sim, coisas deste género. E o melhor é que lá ao fundo havia uns bacanos a tocar em instrumentos, assim músicas mesmo porreiras para acompanhar o consumo de marijuana, ecstasy, cannabis, erva daninha, papel-machê, roupa, tudo o que desse para queimar. E aqueles tipos ainda estavam num estado tão ou mais caduco que nós, os espectadores. São os nossos heróis! Bacanos! Dêem cá um abraço ao Tio Patinhas! Ai… ai espera… estou aqui sozinho. Por momentos pareceu-me mesmo ver aqui a meu lado o Carlos Santana e o Jimi Hendrix, ambos fazendo um arroz de escabeche com um dedal e uma pevide, mas afinal deve ter sido do cogumelo violeta que comi no segundo dia do festival.
Deve haver por aí gente que ainda está confusa e a pensar “Mas do que é que este hippie está a falar?”. Acertei? Por isso é que eu sou um jornalista polivalente, prestigiado e premi… onde é que eu meti a minha tenda? Eu lembro-me de estar com ela, no festival de Woodstock, não dormi mas fiz outras coisas bem porreiras lá dentro. Depois o festival acabou, depois fechei-a, depois arrumei-a na carrinha e depois vim para casa. Então onde está a tenda? Hã.. Oi.. Ups… Olha que giro! Digam lá se não sou estúpido? Estou dentro da tenda neste preciso momento! Mas porque é que montei a tenda dentro do meu quarto? E porque é que estou a escrever num computador portátil se estou em 1969? Já não percebo nada. Melhor fazer um pouco de jornalismo de investigação sobre isso depois. Mas agora vou continuar a falar sobre o que estava a falar. Sobre o que é que eu estava a falar… ora deixa cá puxar a página acima... Mas… o quê… não… eu escrevi aquilo que está ali em cima? Ganda moca com que devia estar! Ora vamos lá escrever a sério.
O festival de Woodstock realizou-se de 15 a 17 de Agosto (o último dia ainda entrou pela madrugada de 18), numa quinta a alguns quilómetros de Nova Iorque. Neste festival estiveram presentes alguns dos maiores nomes do rock actual, meio milhão de espectadores e uma panóplia interessante de drogas ilegais. Quem as experimentou a todas pôde ver lindas cornucópias no lugar dos artistas. Essas pessoas não se devem, no entanto, sentir culpadas, já que os artistas viam faustosos unicórnios no lugar dos espectadores. Os participantes neste festival lutaram contra os ideais capitalistas, contra a Guerra no Vietname e contra as pessoas sóbrias que, segundo um tipo de cabelos compridos (eram todos assim, por isso não me lembro do nome dele; além do mais estava noutro mundo), “até metem dó”.
Espera-se agora novo evento do género, pois é o único sítio onde dá para apreciar uma bela passa sem se ser preso.
Por último, tenho ainda a destacar que a organização do festival formalizou um pedido de desculpas aos proprietários da quinta por o seu bonito relvado ter sido substituído por terra batida. As melhoras.
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