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Salazar morreu, ou como a censura me mandou dizer, faleceu heróicamente.

Written By Tiago Lacerda on sábado, 31 de julho de 2010 | 31.7.10

A alegria tristeza que me embala durante a escrita desta noticia é tal, caros leitores, que nem sequer consigo ter forças para chorar as lágrimas que por de certo estão desejosas de correr copiosamente pela minha cara abaixo. Padeço de joanetes. Numa nota mais alegre Salazar morreu. Ah, e o Sr. Salazar também morreu, o que também é triste (viram senhores da PIDE espectaculares senhores da PIDE portei-me bem, nada de vir de noite dar cabo do meu canastro reeducar-me). Embora esteja certo ao pensar, que os meus leitores estão ansiosos por ouvir novas dos meus desconchavados pés, o (sagrado) dever (patriótico) impede-me de vos falar nisso e obriga-me a noticiar a morte de Salazar.

Após dois anos a babar-se e a cantar “Quem é o presidente do conselho aqui? Sou eu, sou eu, sou eeeeuu!”, resultados de um hilariante trágico acidente que sofreu, Oliveira Salazar morreu por fim. O povo rejubila-se chora com a sua morte e o fim da sua ditadura maravilhosa administração do país, sabendo no entanto que ainda temos de aturar o Marcelo Caetano esperança pois temos connosco esse maravilhoso ser humano que é Marcelo Caetano.


Salazar sempre foi considerado um beatozinho cabrão que destruía aos poucos (e desde dentro) o nosso país e empobrecia o seu povo. Talvez por isso as demonstrações de dor sejam quase tão poucas como as pessoas que têm o Belenenses como primeiro clube. O seu regime venenoso e sem liberdade foi pior (e nem acredito que vou escrever isto) do que ver o Rui Patrício a defender uma baliza. sempre foi considerado um homem devoto à igreja e ao seu país. Edificou algumas das maiores obras de sempre contribuindo de forma ímpar e ainda assim paneleira para o desenvolvimento do nosso belo e glorioso país. As inúmeras demonstrações de dor que por todo o país podem ser observadas (entre elas pessoas a dizer “Coitadinho “ ou “É uma chatice mas é assim a vida, que se lixe”) são por isso normais e compreensíveis. O seu regime (super-hiper-mega) glorioso foi tão bom como ver um filme onde entre a Soraia Chaves e esta fique nua, que a gaja é bem boa fique desnuda mas de uma forma artística e sem poucas vergonhas, embora admitamos que a Menina Soraia possui as qualidades necessárias para despertar em qualquer homem o desejo de cometer esse delicioso indecente pecado da carne.


Agora que o governo de Marcelo Caetano, não vive mais sobre as ordens dessa voz esganiçada e demente de comando de Santa Comba Dão surge a duvida de como será daqui para a frente governado o nosso país. As perspectivas não são boas são óptimas.




P.S: O autor da notícia quer alertar o leitor para o facto de a mesma ter sido alvo de uma revisão por parte da Censura. Apesar de este vosso periodista de primeira água não aceitar ser pressionado, teve de mudar de ideias quando o ameaçaram de lhe tirarem e queimarem todos os seus livros sobre liberdade de expressão, bem como a sua colecção da Anita. Se por isso, caro leitor, achou que esta noticia (ao contrário do habitual) não teve piada nenhuma, não fique a pensar que o autor é uma merda. A Censura é que deu cabo disto tudo.



P.S: O autor desta notícia não foi de forma alguma censurado. Se isto não tem piada é porque o autor é cócó. O autor gostaria também de assegurar aos seus leitores que a guerra está a correr super bem, e que Angola é tão portuguesa como o Pepe. O autor não se perdoaria a si mesmo se perdesse a oportunidade de expressar a sua suprema admiração pelo Estado Novo. A admiração que tem é tão grande que até possui no seu quarto um poster com todos os membros do conselho usando apenas uma tanga. Viva o Estado Novo!

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