“Antes um ataque cardíaco que aqueles pastéis de bacalhau”, afirmou o novo líder russo
“Estou feliz porque estou contente”. Vladimir Ilyich Lenin, Vladizito para os amigos e Vlad o Impalador II para os mencheviques, decidiu parafrasear Jorge Cadete no seu regresso à Rússia. Após a vitória dos revolucionários e da abdicação do Czar Nicolau II, Lenin aterrou em Petrogrado para comemorar junto dos seus e liderar o país a um novo rumo.
“Sob a liderança do Czar a minha pátria ficou muito perto de um penhasco, mas agora temos todos que tomar a decisão certa: dar um passo em frente”, continuou Lenin no seu discurso vitorioso. Quanto às medidas a serem tomadas, pouco adiantou a não ser “Vou tentar nacionalizar o país”. Confrontado que essa ideia era um paradoxo, Lenin respondeu poeticamente “A vida é um paradoxo, e viva o Socialismo!”, fazendo com que toda a audiência batesse palmas que saíam de cima para baixo.
Já nas perguntas dos jornalistas, Lenin foi mais resguardado, o que é normal devido ao número de casos polémicos em que está envolvido. Recusa ter assinado projectos para construções de gulags, diz que só agrediu Julius Martov no túnel do Canal da Mancha para “difendê o miníno” (referindo-se a Estaline) e não quis esclarecer o futuro de Danny e Fernando Meira no clube de futebol da cidade de Petrogrado. Porém o momento mais quente nas respostas às questões dos jornalistas foi quando este magnífico ser humano que vos escreve decidiu perguntar a Lenin se pondera algum dia admitir touradas na Rússia. Perante o nyet quase imediato decidi voltar à carga e perguntei-lhe se nem com touros mansos aceitava que a arte da tauromaquia invadisse aquelas terras, ao que ele me respondeu “Manso é a tua tia, camarada”. Desagradado com esta resposta, saí em protesto do recinto e preparo já uma carta de protesto que vai ser enviada à DECO, à APAV e à Fundação Ontológica de Defesa do Estraçalhado – Traumas Especiais *. E ao contrário do que veio em manchete nalgumas revistas sensacionalistas, não saí do recinto a “chorar como uma menina”, apenas me entrou um bocado de pó para o olho.
Resta dizer que entre o público encontravam-se várias personalidades famosas: Carlos Carvalhas tinha um cartaz “Vladie dá-me a tua camisola”, Odete Santos gritava histericamente “Ceifa-me com a tua foice, prega-me com o teu martelo”, Carvalho da Silva e uma data de outras pessoas atiravam palavras de ordem “Lenin, amigo, o Seixal está contigo” ou “Avante camarada, manda mais umas postas de pescada”, e Jerónimo de Sousa andava perdido pois tinha-se esquecido dos óculos em casa e não via nada. Contudo destilava tanta sensualidade que a meio da festa saiu abraçado a Trotsky, num clima claramente romântico e perturbador.
* Após várias tentativas falhadas em que sempre que se tentava postar o nome da Fundação de forma abreviada aparecia uma mensagem de erro, não houve outra alternativa senão escrevê-lo por extenso. As nossas mais sinceras desculpas por este problema técnico ao qual a redacção é imune.
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