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Nasceu Jesus!

Written By Tiago Lacerda on sábado, 25 de dezembro de 2010 | 25.12.10


O anjo Gabriel mandara-me a mensagem logo de manhã para o meu 91: “O filho de Deus vai nascer logo à noite numa manjedoura. Se me pagares bem digo-te qual é. Ah, e quero ser uma fonte protegida. Jokinhas.”. Cumpri a minha parte do acordo. Assim que Gabriel me disse a localização da manjedoura (que é só uma forma gira de dizer “buraco nojento e asqueroso”) empalei-o, embalsamei-o e hoje é uma fonte protegida que deita água da sua santa pilinha. A abelha falante que diz ser a minha consiência nunca mais dormiu, mas vou acalmando-a com a frase “Se estes gajos podem enganar milhões de pessoas com a história de um senhor barbudo que está sempre a olhar por nós, que nos ama, mas que ainda assim não nos quer violar, então eu também posso dizer a mim próprio que era aquele tipo de fonte que o Gabi queria ser”.
Assim que o assunto do Gabriel ficou tratado voltei a casa, vesti a minha T-shirt mais católica (“Sou pela pedofilia mas acho que deviam melhorar as vossas homilias”), lavei a cabeça, coloquei três preservativos na carteira (com esta gente nunca se sabe...) e pegando nas chaves do meu camelo saí porta fora rumo a Belém. Como sempre o camelo recusou-se a pegar à primeira. Não percebo a relutância dele, a sério, se alguém vos coloca uma chave de metal no rabo não é óbvio que espera que vocês comecem a andar? Depois de muito “puxar o ar” ao camelo, ele lá se decidiu a arrancar. Ao chegar ao quilometro 526 da Duna23 perdi-me. Para mim é incompreensível que o filho de Deus vá, supostamente, nascer e ninguém se tenha preocupado com os acessos. Nem a FIFA cometeria um erro destes! Largos minutos depois lá encontrei uma placa que indicava o caminho para a sinagoga mais próxima. Ora, segundo julgo saber, o José é tão judeu que foi homem o suficiente para cortar tanto o pénis que a Maria teve de recorrer a um dador de esperma. Por isso, se há sitio onde eles podem estar é numa manjeodura que seja perto de uma sinagoga. Disso ou de uma Pita Schoarma. Uma delas há-de ser.
Cheguei a Belém era já noite. Por todo o lado se viam restos de velas do Hanukkah deitadas ao lixo como se fossem simples e triviais objectos que assinalam a data de uma crença tão espatafúrdia como a daqueles gajos que ainda acreditam que o Sporting vai ser campeão (a primeira noticia natalícia irónica é minha, quem diria?!). Cansado e com vontade de fazer xixi, entrei no primeiro buraco resguardado que encontrei e aliviei-me sem sequer olhar. Hoje vejo que foi um erro. Quando os gritos de “Ai que ele está a mijar para cima do filho de Deus!” e “José! Se este senhor for um prostituto, como parece ser devido ao seu enorme pénis, que tu contrataste para satisfazer as tuas fantasias, ficarei um pouco aborrecida contigo”. Tinha encontrado a manjedoura. Era um buraco tão miserável e tão parecido com uma casa de banho pública que ainda hoje penso que cometi um erro legitimo. Claro que o irado e encharcado em urina José não quis ouvir nada disto. Fartou-se de mandar vir comigo, mas eu sinceramente não liguei. Toda a minha atenção estava presa em Jesus. Para filho de Deus era feio, para um filho de judeus estava bem. Mal por mal, se a coisa não funcionar há sempre Auschwitz.
O bebé Jesus era um menino calmo e com aspecto doente. Logo ali naquela noite, que era a primeira do seu nome, vi que não ia ter uma vida longa. A minha aposta era 25 anos, mas ele superou-se e só morreu aos 33. É pena. Se tivesse morrido mais novo poderia ser como aquelas estrelas de rock e ficar para sempre imortalizado no coração dos seus fãs. Assim ficou apenas imortalizado nas acções dos seus fãs (queima de pessoas, inquisição, cruzadas e aquelas coisas agradáveis que se procurarmos bem estão presentes na sua mensagem de “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”).
Depois de pedir desculpa sem cessar ao José, lá fui perdoado e entrei na manjedoura finalmente. O cheiro era tão pestilento que, acreditem ou não, o cheiro da minha urina funcionou ali como um Brise Toque & Fresh. Maria olhava para Jesus embevecida. Tinha ainda o cordão umbilical com ela guardado num frasco “para a pesquisa de células estaminais”. Perguntei-lhe que esperava daquele filho, que vida sonhava ela para aquele rebento. “Só quero que ele seja feliz e que não se meta em confusões”.
Huuuuuui.... Pobre Maria - lembro-me de ter cogitado. “Então se o homem veio para sofrer pelos pecados das pessoas não pode ser feliz, e tem necessariamente de se meter em confusões” disse-lhe eu da maneira mais soft que consegui. Desatou a chorar. Que não, que não era assim, que Deus lhe tinha dito a ela um segredo (“olha, olha a armar-se em irmã Lúcia esta...”, pensei) e que ela só concordara em transportar o Salvador no ventre porque “Deus prometeu que ele viveria para sempre!”.
Cheio de pena de Maria, saí finalmente rumo a casa. Ela foi burlada por um senhor bem falante (com línguas de fogo é mais fácil) e vai sofrer bastante. Até porque ao sair da manjedoura vi, pelo canto do olho, José a deslocar-se de mansinho para ao pé da zona pélvica do burro...
Feliz Natal a todos.*
*As ameaças e injúrias à minha pessoa devem ser feitas através do email do blog. Obrigado.
25.12.10 | 0 comentários

Escândalo: figura artística de renome mundial metida em vidas menos apropriadas

Written By Sérgio Pereira on sexta-feira, 24 de dezembro de 2010 | 24.12.10


O Jazigo das Notícias sempre em cima do acontecimento. As últimas notícias escabrosas e que não interessam ao menino Jesus sempre neste blog em exclusivo mundial. Actores de filmes de Classe F apanhados com um laço ao pescoço, ex-hoquistas da 3ª divisão regional de Santarém a dar na erva daninha, socialites da Atouguia da Baleia em práticas sado-maso com ostras e estrelas-do-mar, apresentadores do Canal Televendas em excesso de velocidade numa lambreta em pleno kartódromo de Boticas. Isto e muito mais. Hoje: pintor pós-impressionista quase provoca banho de sangue, quase que corta a cabeça, oferece pedaço do seu corpo a uma prostituta e incrivelmente não foi o pénis.
Tudo se passou quando os girassóis descansavam o pescoço e a Lua brilhava sobre o Ródano. Um homem com graves problemas psicológicos, de nome Vincent Van Gogh, ameaçou o seu amigo Paul Gauguin com uma navalha. Gauguin, assustado, fugiu o mais rápido que pôde. “Estive com ele durante pouco mais de dois meses. Ele até pintava umas coisas porreiras, mas era doido varrido. Cheguei a avisar a assistência social dos problemas que o Vince tinha com o absinto, a depressão e a vontade de cortar os pulsos, mas já se sabe que ninguém ajuda ninguém, só se hão-de mexer quando ele se magoar a sério, com uma pistola ou algo que o valha”. O pintor francês ainda estava lívido por todo o acontecimento, e estas foram as únicas palavras em português que lhe consegui sacar. Depois começou a dizer qualquer francesa que envolvia anjos e outras pessoas simpáticas que pululam no Velho Testamento.
Mas a história não acaba aqui. Uma fonte que preferiu não ser identificada, mas que não tenho problema algum em dizer que era aquela velha coscuvilheira de Arles que gosta de acordar à bruta com uma corneta o Frère Jacques, contou-nos que viu Vincent fugir assustado rumo ao bordel da cidade, “um local do Diabo onde o pecado se entranha até aos ossos e causa osteoporose precoce, ou então chatos na púbis”, isto segundo a mesma fonte. Posto isto, o sacrifício teve de ser feito e lá foi este jornalista penitente até ao bordel. Já lá dentro, o meu trabalho foi realizado com dificuldade. É difícil escrever quando enormes seios embatem com uma força desmesurada contra a minha face. Após colocar uma terceira nota de 10 e uma segunda fatia de presunto nas cuecas da profissional do erotismo, lá tive sorte: ela disse que eu tinha a maior genitália que alguma vez tinha visto. Com o ego inchado, era tempo de voltar à tragédia do momento. No momento seguinte a ter mencionado o nome de Van Gogh, um silêncio descomunal instalou-se no edifício. “Esse sacana ludibriou-nos dizendo que era o primeiro filme porno 3D e que iamos ser bem pagas, afinal era mais um tarado de um vendedor de banda desenhada”, foram as palavras furiosas de uma prostituta que me deixou confuso. Após explicar que procurava pelo Van Gogh pintor, elas desculparam-se: “Ah, pensámos que estava a falar do Gran Cock, esse canalha. Sendo assim é falar ali com a Raquel, eles são muito amigos, e por amigos entenda-se desconto de ocasião”. Triste por afinal a história de eu ter um Gran Cock não ser verdade, lá fui falar com Raquel, que ficou tão ou mais amarela que a casa de Van Gogh quando lhe perguntei pela noite passada. “Que dizer? Estava eu muito bem aqui entretida com dois clientes que até pagam bem, e apareceu o Vinnie muito assustado. Entrou logo para a casa-de-banho, pensei que fosse mais algum ataque de gonorréia e que preferisse deixar os vírus aqui que este edifício já está habituado, nada o deita abaixo. Pouco depois saiu da casa-de-banho e entregou-me uma folha de jornal, ao que eu lhe disse “Que estás a fazer, Vinnie? Sou uma prostituta do século XIX, não sei ler!”, e ele respondeu “Guarda isto com cuidado, é a minha prenda de Natal”. Comecei logo a desembrulhar pensando que era algum copo de cristal, mas nem plástico-bolha tinha por isso desconfiei logo. Quando acabei de abrir encontrei um bocado de orelha, olhei para cima e vi a orelha esquerda do Vinnie a sangrar, e como não sabia muito bem o que tinha acontecido, dei-lhe nas orel... dei-lhe uma reprimenda por ter andado outra vez no boxe com o Mike Tyson, mas parece que afinal foi tudo por causa de uma zanga com um amigo. Laricices! Avisei a polícia do sucedido, prestei um serviço grátis para eles acudirem ao caso mais rápido e agora não sei o que se passa. E pronto, é isto. Se me dá licença, vou voltar ao trabalho que já estou a perder dinheiro, esta vagina não se governa sozinha”.
A polícia acudiu logo no dia seguinte, fruto do excelente trabalho de Raquel, e encontrou Van Gogh deitado na cama sem sentidos e com muita perda de sangue. Era óbvio que só havia uma coisa a fazer: apreciar o quadro Camponeses Comendo Batatas bem de perto. Após se chegar à conclusão que a senhora do lado direito tem cara de leitão e a figura do lado esquerdo é um macaco travesti, os oficiais da lei lá chamaram o INEM, que chegou num instante para ficarem maravilhados com o Terraço do Café à Noite, o que lhes fez lembrar que já não apanham uma cadela à um bom par de meses.
Van Gogh encontra-se internado no hospital em estado expressionista. Já os bombeiros do INEM estão com o grão na asa e não deixam dormir o Frère Jacques, o que deixa a velha coscuvilheira com um sorriso de orelha a orelha.
24.12.10 | 0 comentários

História de família com problemas gastrointestinais chega à T

Written By Sérgio Pereira on sábado, 18 de dezembro de 2010 | 18.12.10


Eles são amarelos e prometem revolucionar o mundo. Se não conseguirem, vão pelo menos tentar causar problemas ao vizinho devotamente católico Ned Flanders. A família Simpson e as suas diabruras são a atracção do canal americano FOX para este final do ano de 89. Os criadores da série já traçaram um objectivo bem preciso: sobreviver mais tempo que os programas da Oprah e do Larry King, nem que para isso a bebé Maggie tenha de se tornar uma milionária corcunda afro-americana.

O primeiro episódio está a causar controvérsia pois Homer, o patriarca da família, não vai receber subsídio de Natal, o que lhe complica a tarefa de comprar presentes, arranjando part-times muito mal pagos para o conseguir. A populaça rapidamente se revoltou pela irrealidade da situação, principalmente pela utopia de o chefe de Homer ser um velho maluco e forreta. Deixem-me simplificar: um capitalista. Mas o tumulto não se ficou por aqui. Segundo um velho maluco, forreta e cristão que encontrámos no Arizona – simplificando outra vez: um republicano -, “é ridículo pensar que alguém tem de arranjar part-times para comprar presentes, tão ridículo como dizer que os gays existem porque eles escolhem ser assim. Este é o melhor país do mundo e o sonho americano não está morto, excepto para os mexicanos que tentam entrar no nosso país e roubar-nos o trabalho, esses aí é ao tiro. Mas não é ao tiro com militares gays a disparar, pois no nosso exército é só homens bem machos. Espero que a série da bonecada, como dá nesse esplêndido canal que é a FOX, aborde estas temáticas de forma correcta, caso contrário que seja espezinhada por Bill O’Reilly”.

Infelizmente para este ancião de 147 anos que ainda se quer candidatar à presidência dos EUA com uma socialite inócua a ajudá-lo, o contrato dos Simpsons com a FOX é muito especial. Tudo porque na série os argumentistas têm a liberdade de fazer piadas sobre o canal de exibição sem sofrerem consequências. Isto desde que as piadas tenham qualidade. Pôr o Krusty a dizer “Hey hey hey o Glenn Beck não tem miolos!” é verdade, mas um golpe baixo. Ou o Nelson apontar para John Boehner e exclamar “Ah ah! A tua cara parece um rebuçado Sugus!” é igualmente factual, mas de mau gosto para os apreciadores de Sugus. Também errado seria o Apu dizer “Obrigado! Não voltes outra vez!” para Santana Lopes. Não porque tal coisa não seja do interesse de bastante gente, mas porque os americanos nunca iriam perceber a referência. Já se sabe, aquela gente tem uma memória fraca e não possui o alcance humorístico do povo português. E para deixar os meus caros compatriotas a rirem à gargalhada, acabo este texto com uma piada sublime:
C*****o!
Quero ver o Bart a bater isto.
18.12.10 | 0 comentários

Três cachos de bananas, 4 rolos de papel higiénico ou a Lista de Schindler

De um filme experimental sobre a lista de compras de um senhor que constantemente se esquece de que precisa de comprar papel higiénico e bananas, para uma história sobre um homem que protege judeus durante o Holocausto. Foi este o percurso que o guião de A Lista de Schindler percorreu até chegar à forma como hoje se estreia nas salas de cinema de todo o país. O filme, que é já um dos favoritos para os Óscares e para os senhores do PNR, promete ser um drama para toda a familia. Ou uma comédia se for uma família nazi. Ou um “Onde está o Wally? – versão Descubra os seus Familiares” para os judeus. É uma questão de prespectiva. O realizador do filme é Spielberg, um cineasta desconhecido sobretudo para aqueles que vivem em Marte ou em Idanha-a-Nova.
O filme tem um elenco de luxo que inclui pessoas tão improváveis como Voldemort, Aslan e aquele senhor doutor chefe da Shutter Island. Muitas vozes se levantaram quando se questionou a sabedoria de Spierlberg ao escolher este conjunto de actores. Hoje já ninguém diz nada. E não é só devido aos processos multimilionários que os advogados de Spierlberg lhes puseram em cima. Pelo menos, foi o que os nossos advogados nos disseram para dizer.
Deixando as coisas maléficas como são os advogados, passemos para coisas mais softs. O extermínio de judeus. É o foco central do filme com Schindler (uma espécie de Belmiro de Azevedo do fabrico de armas) a tentar salvar o máximo de pessoas possiveis contratando-os para as suas fábricas. Como deve estar a calcular, caro leitor, isto é super comovente. Especialmente para o economista da fábrica que vê os lucros a subir com o uso de uma mão de obra tão barata que nem o Manuel Pinho se atreveria a compará-la com a mão de obra portuguesa.

Apesar do tom triste que se desenrola durante toda a película, há quem não se comova e aproveite a exibição do filme para namorar, curtir, estar no marmelanço, forn..yada yada yada. Algo que eu acho reprovável a não ser que mais tarde seja usado num episódio de uma excelente sitcom. Mas como esse cenário é totalmente irrealista, fica aqui apenas o meu mais veemente repúdio.

18.12.10 | 0 comentários

Entrevista a D.João V


Quando chegámos ao Palácio de Belém a megalomania e a soberba enchiam o espaço. Ainda bem que removeram as escutas se não nem nos podíamos mexer. D. João V estava sentado num trono banhado de ouro e de sebo. Apresentámos a esta gente o conceito "água", mas o Rei já está demasiado afeiçoado à família de besouros que tem debaixo dos sovacos. Foi no meio de um concurso de "A ver quem salta mais longe na peruca do rei" levado a cabo por meia dúzia de pulgas que a entrevista decorreu. O vencedor fomos nós, jornalistas, que saimos a tempo antes de um guaxinim sair da breguilha de João a cantar "Na loja do Mestre André". Texto: Tiago Lacerda e Sérgio Pereira Foto: Bem, não é bem uma foto, pois não?
Confirma que o seu cognome de Rei-Sol vem do facto de que se as pessoas olharem durante muito tempo para si espirram sem parar?
Isso são boatos. Posso provocar às pessoas que me rodeiam uma adição nada saudável em Vitamina D ou, no caso de exposição alargada, queimaduras de 2º grau. Agora isso de encher o nariz de secreção mucal ao meu povo nunca!
Sente-se ofendido por existirem muitos romances literários e blockbusters cinematográficos à volta da vida de Luís XIV e dos Mosqueteiros, mas até agora ninguém ter feito algo do género com a sua pessoa e o seu amigo Pe. Luís Gonçalvieus?
Nem por isso. Quer dizer, se reparar o Luís nunca é um rei bem retratado. São sempre os mosqueteiros os heróis e o Luís, que tanto se esforçava e dava no duro para ser um absolutista condigno, é sempre o mau da fita. Não posso dizer que nós, absolutistas, não estejamos já habituados. As pessoas (não sei porquê) reagem mal ao facto de um só tipo ter todos os poderes, incluindo a sua vida e morte, nas mãos. É uma picuinhice dessa gente, que não é absolutista e não sabe o quanto custa ser um Rei-Sol. Mas respondendo à sua pergunta.... não.
E se alguém fizesse uma adaptação da sua vida para cinema, quem o interpretaria? Leonardo DiCaprio não vale que já fez de rei francês, estamos a falar de Absolutismo e não de Omnipotentismo.
Claro que não estamos a falar de omnipotentismo, que isso só Deus nosso Senhor Criador do Universo da Terra e dos leprosos tem capacidade para tal. Respondendo à sua pergunta, penso que o senhor que faz de vampiro no Crepúsculo dava bem. É um péssimo actor mas é lindíssimo e humilde, logo perfeito para fazer de mim. Uma vez que (e isto é que é mesmo engraçado) também eu sou um terrível actor e sou esbelto de uma forma que deixa muita senhora húmida. Especialmente as senhoras incontinentes.
Segundo as crónicas você era ignorante e devoto ou, trocando por miúdos, um religioso normal. Acha que foi por isso que não soube gerir o ouro do Brasil, ou é daqueles que acha que o ouro está bem é no altar da Nossa Senhora da Apanha da Laranja?
(risos estridentes) Desculpe, lembrei-me daquela vez que fui às festas da Nossa Senhora das Laranjas com toda a família real, e estava muito bem na minha cadeira nobre quando começou a garraiada. O touro confundiu a tenebrosa cara vermelha da minha Maria Ana com uma capa de toureiro, havia de vê-la a correr! Dei vinte mil coroas de ouro à organização da festa só por causa desse momento hilariante. Peço desculpa, a sua pergunta era...?
Você tinha um conhecido apetite sexual por freiras. A minha pergunta é: a Madre Teresa de Calcutá marchava ou você tem padrões?
Para mim, Madre Teresa de Calcutá seria uma espécie de doce conventual fora do prazo de validade. Mas tal como os iogurtes, mais valia comer antes que se se estragasse e tivesse de se deitar aos gatos.
Durante o seu reino o que você queria era fazer grandes obras. Em compensação deu cabo da vida do povo. Sente-se um José Sócrates?
Identifico-me mais com João Soares por uma razão muito simples: não consigo comer o T de Freeport tal como Sócrates. Comer como freiras, não letras do alfabeto. E se comesse dessas não era um T, muito perigoso pois pode ficar atravessado na garganta. Preferia antes um D ou um G ou mesmo um O. Algo mais rechonchudinho, tal como a minha preferência por freiras.
Mandou erigir o Convento de Mafra como parte da sua promessa a Santo António para ter filhos. Em nenhum momento receou que o santo não lhe desse filhos mas sim sardinhas, caldo verde, manjericos, martelinhos e marchas populares apresentadas por João Baião?
Eu não, mas a rainha confessou que não estava especialmente animada com a possibilidade de ter um João Baião a saltitar-lhe dentro da vagina e a dizer-lhe para “ir só fazer um xixizinho” enquanto ela estava em trabalho de parto. Felizmente tal não se sucedeu. Foi melhor para todos, menos para o macaco Hadrianno que nunca conseguiu sair do ânus da minha senhora.
Por causa deste convento, tivemos que aturar para todo o sempre com uma bruxa que via o âmago das pessoas e com um padre que queria voar. Se hoje fosse vivo, tentava fazer o 12º ano ou ia até ao nono e depois metia-se nas Novas Oportunidades?
Mas quê, eu a estudar algo que não sejam as sagradas escrituras ou as páginas da revista “Freiras nuas hoje – um guia de masturbação, brincadeira e pecado”? Não me parece.
Foi o responsável pelo início da construção do Aqueduto das Águas Livres. Confirma que, numa primeira fase, o projecto se chamava Aqueduto da Água-Pé Livre e era para acabar à porta de Manuel Vilarinho?
Confirmo pois! Então se ele era presidente do Benfica e eu o chefe do país não havia de haver moscambilhas entre nós? Claro que sim! Ou pensa que o Benfica ganhou o torneio do meu nome por mérito? Eles até cavalos com joelhos de ferro tinham!
TGV ou Convento de Mafra? Porquê?
Gostava de ver o TGV a dar uma soberba obra literária. Além disso não se podem construir comboio para fazer filhos, podem fazer-se filhos em comboios. A energia cinética deve tornar tal coisa num desafio bem interessante.
18.12.10 | 0 comentários

Novos textos, o mesmo grau de insanidade

Written By Sérgio Pereira on sábado, 11 de dezembro de 2010 | 11.12.10

Mais um Sábado, mais novidades. Neste que é o sumo pontífice dos blogues podem encontrar-se mais duas notícias de fazer chorar as pedras da calçada. Chorar de tanto rir entenda-se. Chorar chorar mesmo só quando anunciarmos o fim dos calceteiros. Mas não são só notícias que aqui se podem encontrar. Novamente chegámos a acordo com os anacronistas, que fizeram o esforço de nos enviar as suas crónicas, num processo em tudo semelhante ao de Batatinha a enviar as prendas para os petizes. Como seres amistosos que somos, deixaremos aqui breves excertos do que podem ler na íntegra.

José de Neendertal

Ouvi dizer que aí em 2010 um país está a propor que um senhor que disponibilizou informação que não devia receba um prémio. Está boa. Nós aqui também temos um prémio para quem fala de mais, mas nem se chama Nobel nem a pessoa vive depois de o receber. Nós linchamos os bufos publicamente, vocês premeiam quem vos lincha publicamente. São opções. Mas sou australopiteco para preferir a minha.

Interessado na revolta do homem-macaco contra a religião? Clique aqui

Pe. Eucaristides Borga II

Esta semana está a correr às mil maravilhas. Ainda agora vim de fazer mais uma boa acção em que separei duas pessoas. Separar aqui é no sentido literal, atei um cavalo a cada um dos seus membros e a partir daí... é só dar largas à imaginação. Mas falando de desumanidades a sério, Cavaco Silva. Tal como um dos co-autores deste blog escreveu no final do mês passado, o economista parece sofrer de esquizofrenia, pois tem de estar sempre a dizer se fala enquanto Presidente da República, enquanto candidato à Presidência da República ou enquanto tijolo albino com vontade de jogar râguebi no Burundi. Mas se isto ainda é aceitável, o que fez agora deixa-me preocupado ao ponto de ter de ir várias vezes ao dia à igreja mais próxima rezar 20 terços (igual a 6,66666666666666666666666666666667*). Felizmente a igreja mais próxima é aquela em que vivo, senão estava tramado com o que tinha de andar (200 metros, que é onde está um mosteiro).

Descubra os motivos da indignação do presbítero clicando aqui

Machete Guerra

Se alguém me dissesse a mim, nos tempos da primeira grande guerra, que um futebolista poderia declarar guerra a algo que não a equipa adversária eu não acreditaria. Tudo bem, nós nesse tempo fizemos uma jogatana com os alemães onde eu por acaso marquei um tento de belo efeito (vírgula sobre o defesa esquerdo, bola nas costas dos centrais e um míssil na direcção da baliza. Depois de o guarda-redes sair a voar por ali a fora foi só chutar a bola devagarinho e inventar uma desculpa sobre o porquê de ter roubado equipamento à artilharia). Mas daí a julgar que um jogador de futebol se podia meter em artes bélicas, era uma ideia tão estranha como pensar que o Nelo Vingada podia vir a ser campeão nacional onde quer que fosse.


De que estará a falar este veterano louco? Descubra aqui

Rodolfo Kenobi

Durante este tempo todo a escrever para o Jazigo tinha sempre evitado a verdade. Ou melhor, ocultava, porque sou um ser D’Agostiniano decente que não gosta de estragar surpresas nem anunciar spoilers. Ninguém concerteza iria gostar se eu revelasse que no último livro da saga Harry Potter o Lord Voldemort mata o jovem feiticeiro e os seus melhores amigos, casa-se com a Minerva McGonagall e adopta o Hagrid como animal de estimação. Ou que aparecesse numa publicidade da televisão francesa antes do filme Ratatouille a dizer que o Pai Natal não existe. Não gostavam, pois não? E sabem que mais? Menti nas duas situações: Lord Voldemort casa-se sim com Dolores Umbridge, e já houve outra pessoa a anunciar que o Pai Natal não existe, exactamente antes do filme do rato cozinheiro. Mas a verdade que vos ocultei este tempo todo, e que agora já posso revelar, é outra: sou viciado em arsénio.

Leia o pedido de desculpas do sociólogo do futuro seguindo este link


E pronto, fica assim terminada a epopeia desta semana. Esperavamos vê-lo por aqui na próxima, ansioso por ler a nossa entrevista a uma personagem ilustre e falecida.

Um chi-coração,
A equipa do Jazigo


11.12.10 | 0 comentários

Preparar... apontar... fogo! Preparar... apontar... fo... que sensação de déjà vu foi esta?

E foi mais uma semana normal neste mundo sem definições temporais. Nada a destacar mesmo, tudo o que aconteceu enquadra-se nos parâmetros do corriqueiro. Pessoas nasceram, pessoas morreram, os EUA entraram em duas guerras... espera, hã? Os EUA entraram em duas guerras? Que história é essa? Ora deixa-me cá ler material... pam pam pam.... trrri ti tiri tiros... soldados mortos... pestes e tapetes de Arraiolos... já está, passemos então à notícia.
O passado dia 7 de Dezembro foi especialmente conturbado para os Estados Unidos da América. Durante a tarde, o presidente americano Thomas Wilson sentiu-se entediado, muito graças a ter passado três horas seguidas a jogar ao Burro com o vice-presidente Thomas Marshall. Isso e ter perdido os jogos todos. Após a 193ª derrota em 168 jogos, Wilson virou-se para Marshall e queixou-se da sua vida desinteressante, perguntando-lhe o que poderia ser feito para a animar. Marshall respondeu: “Bom, podemos jogar à Bisca”. Após demonstrar a Marshall que já estava farto de jogos de cartas (foi durante essa demonstração que se inventou o jogo 40 Apanha), o presidente Wilson lembrou-se subitamente de que havia uma guerra a decorrer na Europa:
- Há quanto tempo andam naquilo, Thomas?
- Desde mil nove e catorze, por isso há três anos. Porquê esse súbito interesse, Thomas?
- Porque estou a pensar entrar na guerra, Thomas. Sabes, Thomas, isso seria algo que me manteria entretido, mais do que jogar às cartas contigo ou ver-te a representar o Fantasma da Ópera só em ceroulas de vidro. Além do mais, Thomas, alguns dos países envolvidos na guerra devem-nos dinheiro, e seria chato eles perderem e depois não nos poderem pagar. A quem é que pediamos depois esse dinheiro, à China?
- Tu é que sabes, Thomas. Um pormenor à parte, não te começa a irritar que o jornalista que está a escrever esta notícia esteja constantemente a brincar com o facto de os nossos nomes serem iguais?
Cala-te, Thomas. Antes brincar com isso do que com as ceroulas de vidro. Ou queres que comece? Bom, continuando. Os EUA acabariam mesmo por, nesse mesmo dia, declarar guerra ao Império Austro-Húngaro. Espera-se com ânsia a chegada dos soldados americanos à Europa, algo que pode acontecer entre amanhã e daqui a três meses.
Porém o dia não acaba aqui. De manhã, ao mesmo tempo que Ben Affleck e Josh Hartnett jogavam Batalha Naval enquanto Kate Beckinsale os espiava gulosa, os japoneses atacaram Pearl Harbor. Os torpedos que caíram sobre as embarcações e os estaleiros ao largo do Hawai criaram as ondas perfeitas para Kelly Slater e Tiago “Saca” Pires discutirem o Mundial de Surf. Entre mortos, feridos e centenas de fãs femininas mostrando os seios a Slater, um homem destacava-se no meio da multidão: o seu nome era Paulo Portas, e gritando como um maluco dizia para quem o quisesse ouvir....... não ouvi o que ele disse porque era dos que não queria, mas deve ter sido algo do género “Se me tivessem comprado submarinos nada disto tinha acontecido. Ficavam endividados e viveriam sob a sombra do FMI, mas não vos tinham afundado os barcos.”. Foi necessário que Jon Voight... perdão, Franklin Roosevelt fizesse uma declaração ao país, algo que aconteceu de forma rápida, imediatamente após terminar um jogo de canasta com o seu vice Henry Wallace. Abalado e furioso por não lhe terem calhado jokers, Roosevelt pediu desculpa no seu discurso aos americanos. Desculpa não por causa do ataque a Pearl Harbor ter acontecido e ele não ter conseguido defender o país, mas sim por o seu nome do meio ser Delano. De resto, Frank apenas assegurou que será dada uma resposta séria aos japoneses, à Alemanha de Hitler e às empresas que fazem baralhos de cartas e metem lá “uma escassez de jokers que até mete dó”.
Concluindo, os EUA entraram no mesmo dia em duas guerras mundiais. Na Europa ocidental espera-se ansiosamente que os norte-americanos venham dar a volta ao rumo dos acontecimentos. Porém, para tal acontecer, é bom que se usem armas, bombas tanques, aviões, barcos e todo esse arsenal bélico. Se a guerra tiver de ser resolvida numa partida de Sueca... medo, até porque Hitler gosta de ter sempre cartas na manga e na sua pastor-alemão. Um cafuné à cadela e lá aparece um ás do nada para limpar aquela bisca seca. Ou então não deixam estar a cadela na sala, porque os pastores-alemães são cães para largar muito pêlo, que se agarra facilmente ao tapete de Arraiolos colocado por baixo da mesa de jogo.*
* Já estavam a pensar que a referência ao tapete de Arraiolos no início do texto era só para a parvoíce, não estavam? Há toda uma lógica, por isso é que eu é que sou o jornalista.
11.12.10 | 0 comentários

"Beer... Now there's a temporary solution."


Hic! Acabou! Hic! Foram estas as palavras mais ouvidas da boca da populaça quando se soube que a Lei Seca tinha chegado ao fim. Por fim, a lei que proibia as pessoas de consumirem ou produzirem qualquer bebida alcoólica cai após treze anos. E porque que é que caiu? Bem, digamos que para começar ninguém gosta de viver num mundo onde a pessoa com o ar mais ébrio se parece com o Ramalho Eanes. Depois há ainda aquela pequena questão da máfia.

É que enquanto os senhores do Congresso dos E.U.A. estavam ocupados a dizer “Se conduzir não beba, se tomar medicamentos não beba, se... Esperem lá... NÃO PODEM BEBER! Acabou a conversa”, houve senhores que se dedicaram ao contrabando de bebidas alcoólicas. E nem estou a falar de vinho do Porto ou uisques de elavado grau de prestigio. Não, estes meninos traficavam vinho de pacote do Lidl e mesmo assim conseguiam ter lucro suficiente para dar de comer às prostitutas que tinham! Isto quando se tem olho para o negócio e para escolher emigrantes mexicanas ilegais de belos quadris é outra coisa!

Ora passados apenas treze anos o Congresso decidiu tomar medidas para evitar que este submundo do crime baseado em imitações rascas de Ramos Pinto continuasse a florescer. Só que os mafiosos são mais espertos. Nestes anos expandiram os seus negócios e o contrabando de álcool é só uma pequena parte das moscambilhas levadas a cabo por estes senhores. Por exemplo, estão a planear ter uma trilogia de filmes sobre eles para daí receberem dinheiro. Estão a planear fazer um outsourcing para a Itália, e ouvi mesmo um deles a dizer “Naaa, isso é tudo fraquinho. Eu vou é ser presidente de um clube chamado Boavista!”.

O leitor mais estupido pode-se perguntar como eu sei tudo isto. Digamos que se o leitor continuar a fazer perguntas dessas eu vou-lhe fazer uma proposta envolvendo os seus pés e cimento que você não pode recusar... A não ser que verifique que na IKEA o material para construir o seu próprio passeio da fama fique mais barato. Aí, pronto, recusa, e eu “tudo bem que não ando cá para estragar a vida a ninguém!”

A sua filha tem seis anos, não é? E a escola dela é ao pé de uma estrada movimentada se não me engano? É perigoso... com tantos carros a passar..... seria horrível que houvesse um terrível acidente e ela morresse......... de alegria ao ver um enorme caminhão de brinquedos tombado no meio da estrada com montes de barbies e vibradores por todo o lado!!!

O quê?! A sua filha de apenas seis anos não utiliza vibradores? Não se preocupe que com o devido treino nós pômo-la a render.* “Nós” que é como quem diz, os mafiosos/chulos, se a apanharem, que eu não ando metido nesse mundo do crime.
Bem, considere-se informado. A Lei Seca acabou. Agora com licença mas tenho de ir despejar este corpo ao rio.. quer dizer... tenho de ir deitar estes restos de carne aos cães... Quer dizer...Ah, esqueçam!

*O autor deste texto sentiu-se um monstro ao escrever esta frase. Tudo bem, não é real, mas ainda assim por uma menina de seis anos numa piada de prostituição é horrível. Ao menos podia ter esperado que ela fizesse sete.
11.12.10 | 0 comentários

Este post é para os 11% de preguiçosos portugueses que gostam de aparecer nas estatísticas

Written By Sérgio Pereira on sábado, 4 de dezembro de 2010 | 4.12.10

Hoje, o primeiro Sábado do mês de Dezembro, é dia de Classificados. Por isso, se quiserem ver os nossos Classificados é só carregar no link acima onde diz Classificados para poder entrar na página dos Classificados. Ah, já disse que para ver os Classificados basta igualmente carregar em qualquer uma das cinco palavras deste texto que diz Classificados? Agora passou a seis. Vá lá, não custa nada, carregue lá em Classificados, afinal de contas você já perdeu cerca de dois minutos da sua vida a ler este post quando devia estar era a ver os Classificados à procura de emprego.

Um abraço,
A equipa dos Classificados do Jazigo
4.12.10 | 0 comentários

Miguel Ângelo faz parceria com “amigo” que é quiroprata e põe muita gente a olhar para o tecto

Que beleza descomunal! A perfeição geométrica das formas! O requinte do toque clássico por toda a obra! A estética de um trabalho que parece superiormente acabado mas que tem algumas pontas soltas para o observador dar largas à imaginação! Bom, é tempo de escrever uma notícia, chega de ver o desfile da Victoria’s Secret.
Esgotado, feliz e com pressa de ir à casa-de-banho. Foi desta forma que Miguel Ângelo desceu do andaime colocado no Palácio Apostólico, a residência oficial do Papão... Papa, queria dizer Papa. Peço desculpa pelo engano, não estava a querer insinuar de forma alguma que os padres gostam de papar ou ser papados por menores de idade. Longe disso, a minha cabeça não entra nessas ideias mesquinhas. Por falar em cabeças a entrar em sítios, voltemos ao Papão... peço desculpa novamente, voltemos ao início.
Esgotado, feliz e com os collants urinados. Foi desta que Miguel Ângelo (que com isto tudo nem tempo teve de chegar à casa-de-banho a tempo) desceu do andaime colocado no Palácio Apostólico, mais concretamente na Capela Sistina. Foi aí que o artista italiano usou dos seus dotes renascentistas para pintar o tecto da capela. A obra, que durou quatro anos (1408-1412), tem sido alvo de contestação. “Tanto tempo? O Miguel utilizou trabalhadores portugueses ou quê?”, disse ao Jazigo uma velha coscuvilheira como tantas outras. Mas ela estava enganada. Miguel Ângelo não utilizou a ajuda de ninguém. Os 1,100 m2 do tecto foram pintados exclusivamente por ele. “Então porquê tanta demora?”, perguntou-me a anciã bisbilhoteira, e a resposta é simples mas complicada. Paradoxo? Sim, foi o que Ângelo fez naquele tecto. Tendo em conta que se tratava de um local como o Vaticano, onde conseguimos encontrar mais cristãos do que encontramos agentes da polícia nas favelas do Rio de Janeiro, foi um pequeno lapso por parte do pintor e escultor italiano ter começado por pintar dezenas de arco-íris e centenas de homens seminus a comerem manga dos corpos uns dos outros. Quando em 1409, um ano após ter iniciado a obra, Miguel chegou ao pé do Papa e lhe disse todo contente “Já está!”, a admiração foi total. “Já está? Então e o <>? Então e o meu beijinho?”, perguntou o Papa Júlio II. Mais tarde, quando viram o resultado, os membros do clero do Vaticano disseram ao pintor “Huuummm, falta-lhe qualquer coisa, tipo figuras religiosas. Vê lá se tratas disso depressa.”. Zangado por tal tratamento (afinal de contas o pedido dos membros do clero não incluiu um “se faz favor” ou um acto de sexo oral que são sempre bem vindos para o artista en questão), Ângelo acabou por demorar três anos a concluir a pintura.
No último dia 2 de Dezembro foi finalmente possível mostrar ao público o trabalho de Miguel Ângelo. Muitas pessoas estavam embasbacadas, principalmente porque o pintor decidiu tirar os collants urinados que já se lhe estavam a colar à pele. Quanto ao tecto da capela, a opinião foi unânime: “está giro, mas ficava melhor se contasse o final”.
Entrevistado pelo Jazigo com uma distância de segurança pelo meio, um Miguel Ângelo sem qualquer roupa nos membros inferiores declarou: “Pois, parece que daqui a uns anos tenho de cá voltar para pintar mais qualquer coisita. Diz que a populaça quer saber como acaba a história da Bíblia, por isso lá vou eu ter de subir novamente ao andaime e pintar o dia do Julgamento Final, se bem que não sei muito bem ainda como o fazer. Quer dizer, como pintar o final de um julgamento em que a sentença é prisão efectiva e depois os condenados andam aí a passear-se livremente pelas televisões? Lá está, é complicado.”. Enquanto Miguel Ângelo volta e não às pinturas, os seus planos seguem caminhos bem diferentes do que aqueles aos que já nos habituou: “Bem, agora as minhas intenções são entrar numa série juvenil onde faça de tartaruga que saiba artes marciais, bem como gravar uns quantos álbuns medíocres com uma banda chamada Golfinhos e depois acabarmos para os media nos darem uma atenção exacerbada”.
Após a entrevista, Miguel Ângelo e o Papa desapareceram rapidamente juntos para dentro de uma sala fechada à chave. Poucos minutos depois, foi a vez do Coro de Santo Amaro de Oeiras entrar na mesma sala. Lá dentro ouviram-se gritos, que pensa-se dizerem respeito à musica Gloria in Excelsis Deo. Ou isso ou o I Got You Babe de Sonny & Cher. A melodia é parecida.
4.12.10 | 0 comentários

Conan Doyle lança livro?????

Quando cheguei ao local do suposto lançamento literário encontrei o espaço deserto. Numa loja decrépita em Londres, onde a madeira rangia a cada passo e o ar cheirava mais a mofo que o penteado de Ana Jorge. O espaço que deveria ser o local da festa do lançamento do novo livro de Conan Doyle estava deserto. Por todo o lado, garrafas partidas enchiam o chão com as suas miudezas afiadas. “Estranho…” – pensei - “que se passou aqui? Isto é tudo muito misterioso!”. Quando este pensamento fugaz me atravessou a mente mais rápido que o Speedy Gonzalez a fugir de polícias do estado do Arizona, percebi tudo. Arthur Conan Doyle tinha transformado o lançamento do seu primeiro livro sobre Sherlock Homes, ele mesmo, num mistério que os jornalistas teriam de resolver se queriam ter o privilégio de entrevistá-lo. Fiquei estupefacto com o brilhante golpe de marketing organizado por Sir Conan (só lhe faltava um dirigível aéreo), e durante dois minutos nada fiz. Depois, com uma convicção e um querer que tenho a certeza me brilhava nos olhos para quem quisesse ver, disse em voz alta “Ai ele é isto? É? Vais ver se não resolvo este imbróglio misterioso e até suspeito num instante!”. Dito isto peguei no telemóvel e telefonei a Felícia Cabrita.

Não me atendeu. Deve andar entretida lá com as investigações de cáracacá dela. Mesmo assim deixei mensagem, que ainda podia vir a dar jeito, mais não seja porque ela faz um polvo à lá lagareiro maravilhoso e ao tempo que andamos a tentar combinar uma jantarada com o Mário Crespo. “Ora se a Felícia não me responde… já sei!”. Peguei novamente no telemóvel e liguei a Lisbeth Salander. Atendeu-me com um monossílabo como é característico nela. As pessoas criticam-na por falar pouco mas, sinceramente, eu não tenho razão de queixa. Das personagens fictícias a quem eu ligo para receber informações ela é a única que fala comigo. Fala pouco, é verdade, mas sempre é mais útil que aquele mete nojo do Coronel Buendia. Enfim, depois de explicar a situação à Lizzie ela em três minutos disse-me tudo o que sabia a respeito de Athur Conan Doyle. E se ela sabia coisas… Depois foi só uma questão de gritar alto “Arthur ou acabas com esta palhaçada e falas comigo sobre o lançamento do teu livro, ou amanhã vem escarrapachado nos jornais que tu andas a dormir com um médico com tendências sado-maso, e que no inicio não gostaste da escolha do Robert Downey Jr para o papel de Sherlock Homes!”. Assim que estas palavras me saíram dos lábios, Athur Conan Doyle saiu do seu esconderijo e dirigiu-se a mim. “Eras mesmo capaz de revelar isso?” perguntou-me a suar em bica e cheio de medo. “Claro que era. E mais, se não andas na linha sou rapaz para, além de revelar a história do médico, contar as tuas aventuras com as prostitutas transexuais tailandesas!”. Para minha surpresa não era a revelação dos pormenores sórdidos da sua vida sexual que preocupava Doyle (“para isso já há o The Sun, não precisavas de me ameaçar”). Tinha era medo da reacção de Downey Jr. “Imagina que ele ouve e veste o fato! Vem aí e dá-me uma carga de porrada das antigas! Se até o Mickey Rourke que anda no Wrestling apanhou no focinho imagina eu!”.

Só depois de garantir que nada do que em cima está publicado veria a luz do dia é que Conan Doyle se acalmou (tão Mikael Blomkvist da minha parte!). Falou-me depois longamente sobre o seu livro. Não fiquei especialmente impressionado. Um detective com um cachimbo que resolve casos? Huuuum… Não me convence. Se ao menos o detective fosse um gato que fuma cachimbo e resolve casos, talvez. Assim não me parece.

À medida que deixava a loja para trás ia dançando freneticamente pelas ruas ao som de “Can Touch This”. De repente oiço a música “Cantor de Sonhos” do Tony Carreira, sinal de que alguém me estava a ligar para o telemóvel. Era a Felícia. Já temos jantarada combinada.
4.12.10 | 0 comentários

O outro projecto destes dois dementes

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